As gruas são o novo ponto de referência de Pedrógão Grande

  • Lusa
  • 16 Junho 2018

Todas as primeiras habitações afetadas pelo fogo de Pedrógão Grande estão em obra ou concluídas, dizem os números oficiais. As gruas de construção multiplicam-se, para reparar as casas danificadas.

As gruas de construção civil são os novos marcos na paisagem das aldeias atingidas pelos incêndios de 2017 em Pedrógão Grande e concelhos vizinhos, destacando-se numa terra que recupera aos poucos do efeito devastador das chamas.

“Quando chegar ao centro da aldeia olhe para cima que vai encontrar a grua”, responde Anabela Louro, em Mosteiro, Pedrógão Grande, quando questionada sobre o caminho para as obras de recuperação de uma casa de pedra que ruiu no incêndio de 17 de junho de 2017.

O mesmo sucede ali ao lado, mas já em Vila Facaia, também concelho de Pedrógão Grande. Na aldeia de Pobrais, uma das mais atingidas pelas chamas (que mataram 11 habitantes e reduziram a escombros habitações e explorações agrícolas), a grua serve de ponto de referência.

Onde há gruas, há trabalhadores de construção civil, camionetas de transporte de material que atravancam as ruas estreitas, barulho de obras. Há pessoas que param e ficam à conversa, formando pequenas rodas de gente, uma animação fora do vulgar em terras muito marcadas pelo despovoamento e onde raramente se encontra uma criança.

Fernando Paiva, que está a recuperar uma casa de pedra no alto da aldeia, dá outra pista para orientação dos visitantes. “Se estiverem perdidos, sigam as carrinhas dos trolhas, acabam sempre por encontrar o caminho para algum lado“.

O reformado e a sua mulher Conceição enfrentaram o incêndio naquele dia terrível, conseguindo salvar a sua casa de habitação. Mas a casa ao lado, também sua propriedade, acabou consumida pelas chamas. A recuperação começou há pouco mais de três meses e atrai vizinhos e visitantes, com a conversa a acabar sempre nas recordações daquele dia terrível.

No dia do grande fogo, o casal tentou encontrar proteção na sede do concelho, mas o que encontraram na estrada nacional 236-1 levou-os a desistir. Naquela estrada, onde morreram 47 pessoas, Conceição viu coisas que quer esquecer, e que são cicatrizes tão dolorosas como a que tem no braço, provocadas pelas chamas. “Nem gosto de falar nisso”, remata.

O movimento nas aldeias de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos vem confirmar os números oficiais sobre a recuperação das casas, que apontam para que todas as primeiras habitações afetadas pelo fogo de Pedrógão Grande estão em obra ou concluídas.

Um ano após os incêndios de 17 de junho de 2017, que mataram 66 pessoas e provocaram 250 feridos, já foram entregues aos respetivos proprietários 156 casas recuperadas, segundo dados da Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI).

Todas as primeiras habitações afetadas pelo fogo estão em obra ou concluídas, garantiu também o ministro do Planeamento durante uma visita à zona afetada, esta semana. Os fundos para a reconstrução estão a ser encaminhados através do programa Valorizar, criado pelo Governo logo após os incêndios, mas uma parte importante foi assegurada por dádivas de algumas empresas e pelo empenhamento da Cáritas.

O primeiro-ministro, António Costa, durante a visita a uma casa em reconstrução, no âmbito da deslocação à zona afetada pelo incêndio de Pedrogão Grande, em Sarzedas de São Pedro, Castanheira de Pera, 16 de dezembro de 2017.Paulo Novais/LUSA 16 dezembro, 2017

“Desde há seis meses que não paramos. Temos feito obras de recuperação um pouco por todo o lado, quase sempre primeiras habitações“, explica um pequeno empresário de construção civil do concelho vizinho de Ansião. Como ele, há muita gente na região que lançou pequenos negócios de construção civil, “aproveitando a maré”, como explica. “Mas isto não vai durar”, vaticina.

Em Mosteiro, meia dúzia de trabalhadores recuperam uma casa de segunda habitação. O que resta das paredes e fundações da casa original permite concluir que a nova casa é maior e será certamente mais confortável. Os donos nasceram na aldeia, mas moram em Coimbra.

“A casa ardeu, não havia ninguém para lutar por ela”, constata Constantino Dinis, um vizinho que mora duas centenas de metros mais abaixo. No dia do grande fogo, Constantino e a mulher, Gorete, não obedeceram à ordem de saída das autoridades e ficaram na aldeia, lutando com o que tinham à mão para evitar que as chamas consumissem a sua residência.

Os terrenos à volta apresentam ainda manchas castanhas por entre o verde que desponta com a força da primavera, as árvores queimadas na colina foram entretanto substituídas pela plantação de árvores autóctones promovida por uma associação local que tem a sede na antiga escola primária, desativada por falta de crianças. Mas a casa de Constantino e Gorete continua de pé e é fácil de encontrar: o jardim está decorado com o que resta dos carrinhos de choque e os cavalinhos de feira de uma empresa de carrosséis.

“Foi assim que ganhámos a vida, nas feiras e romarias, de norte a sul, toda a nossa vida”, explica Gorete. Que fecha a conversa com um sorriso conformado: “A vida continua”.

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Pedrógão Grande: Reflorestação vai ser um processo de anos

  • Lusa
  • 16 Junho 2018

A reflorestação das áreas ardidas está a avançar devagar e vai ser um processo de anos, segundo a Associação Raiz Permanente. Mesmo assim, nas ações de voluntariado já se plantaram várias árvores.

Um ano após o incêndio de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, a reflorestação das áreas ardidas está a avançar devagar e vai ser um processo de anos, disse à agência Lusa Fernanda Rodrigues, da Associação Raiz Permanente.

"Tendo o incêndio sido em junho, fazer uma reflorestação logo na época seguinte, que seria outubro/novembro, seria uma precipitação, porque é necessário regenerar os solos, preparar o terreno e fazer proteções contra a erosão, que é essencial.”

Fernanda Rodrigues

Associação Raiz Permanente

Segundo Fernanda Rodrigues, só após a primavera deste ano é que começam a estar reunidas as condições certas para se começar a reflorestação em outubro/novembro. “Não está nada fora de controlo, nem nos devemos precipitar, porque a reflorestação é para ser feita nos próximos 10/15/20 anos e temos de ser coerentes em relação a isso”, frisou.

Para a presidente da Associação Raiz Permanente, que nasceu após os incêndios de Pedrógão Grande para ajudar na reflorestação da bacia do rio Zêzere, “não era possível, nem fazia sentido, ver a floresta novamente toda a verde”.

“Estamos a fazer um planeamento sustentado e pensado junto dos nossos associados e conforme o terreno de cada um fazemos as nossas sugestões”, disse a dirigente, que aposta numa reflorestação de forma a criar uma “floresta alimentar”.

Fernanda Rodrigues diz que vai incentivar os proprietários florestais dos três concelhos mais atingidos, que são, neste momento, o principal foco, a plantar árvores fruteiras, desde o pinheiro manso, nogueiras e castanheiros até às oliveiras.

Desde os incêndios de junho de 2017 que, em Pedrógão Grande, já terão sido plantadas 10 mil árvores em diversas ações de voluntariado pelas contas do presidente da autarquia, Valdemar Alves.

"E temos outras 10 mil árvores em stock para plantar, que resultam de ações de solidariedade, mas estamos à espera que saia o projeto [de reflorestação] pedido pelo Governo para sabermos o que temos de plantar e onde.”

Valdemar Alves

Presidente da autarquia de Pedrógão Grande

A reflorestação “é uma preocupação que existe desde a primeira hora e quer-se arranjar aqui uma região piloto para o futuro da floresta em Portugal, com menos eucaliptos que, também, têm direito ao seu espaço”, sublinhou.

“Já estamos a fazer alguma coisa [na reflorestação], embora não seja à velocidade de que gostaríamos”, disse à agência Lusa o vereador da Câmara de Castanheira de Pera Nuno Tomás.

Em duas ações de voluntariado, envolvendo escuteiros e estudantes da Universidade de Coimbra, o município já reflorestou uma área municipal de cerca de oito hectares e, no âmbito das ações de estabilização de emergência dos solos, já foram plantados 40 hectares de sobreiro e medronheiro.

Segundo Nuno Tomás, as matas municipais de pinhal que foram afetadas pelas chamas é que “estão um pouco atrasadas, pois ainda se está a fazer autos de marca para efetuar o corte do material queimado e anda-se também a monitorizar as doenças das árvores que não ficaram danificadas”.

Em Figueiró dos Vinhos, o município avançou com a limpeza e reflorestação parcial da mata municipal, que perdeu dois hectares nos incêndios de há um ano. Nessa área, segundo fonte do executivo, foram plantados mais de mil árvores, entre carvalhos, freixos e pinheiros bravos, por mais de 300 voluntários das escolas e instituições particulares de solidariedade social do concelho.

O incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017 no concelho de Pedrógão Grande e que alastrou a municípios vizinhos provocou 66 mortos e cerca de 250 feridos, destruiu meio milhar de casas e quase 50 empresas e devastou mais de 50 mil hectares de território, cerca de duas dezenas de milhares dos quais de floresta.

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Turismo está a “cem por Cent(r)o” e cresce acima da média nacional

  • Lusa
  • 16 Junho 2018

O presidente da Turismo do Centro assegura que "o destino tem as condições necessárias e está perfeitamente apto" para lidar com o regresso em força dos visitantes.

Um ano depois dos incêndios de junho de 2017, que mataram 66 pessoas e provocaram 250 feridos, o turismo na região Centro apresenta “sinais evidentes de recuperação”, apresentando taxas de crescimento superiores à média nacional.

“Estamos a cem por Cent(r)o”, resume o presidente da Entidade Regional Turismo do Centro, Pedro Machado, recorrendo a um “slogan” que foi criado informalmente pelos operadores turísticos da região.

O presidente da Turismo do Centro assegura que “o destino tem as condições necessárias e está perfeitamente apto” para lidar com o regresso em força dos visitantes, apesar de ter sido atingido em 2017 por dois violentos incêndios (17 de junho e 15 de outubro), que destruíram total ou parcialmente mais de quatro dezenas de empreendimentos turísticos em 59 dos cem concelhos que compõem a região.

As chamas destruíram ainda dezenas de atrações turísticas locais, nomeadamente circuitos pedestres e de bicicleta.

“Foi uma tragédia, pela perda de vidas humanas e de bens materiais, mas com o trabalho de todos conseguimos criar condições para voltar a crescer”, refere o responsável pela Turismo do Centro, citando dados relativos ao primeiro trimestre do ano, englobando a Páscoa, que este ano foi celebrada a 01 de abril.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, os proveitos da atividade hoteleira na região Centro aumentaram 26% entre março de 2017 e março de 2018, mantendo-se acima da média nacional também no número de dormidas, uma tendência que dura há alguns meses. No período de um ano as receitas hoteleiras na área da Turismo do Centro passaram também de 14,6 milhões para 18,5 milhões de euros (mais 26,4%).

Para esta subida contribuíram as campanhas de promoção do destino, feitas em Portugal e no estrangeiro pela Turismo do Centro e pelo Turismo de Portugal.

“As pessoas corresponderam aos apelos e voltaram a visitar a região”, explica Machado, que agradece o espírito de solidariedade dos visitantes.

Depois de uma primeira fase em que as reservas hoteleiras apresentaram quedas superiores a 70 por cento, o setor voltou à normalidade e apresentou até melhorias. É isso mesmo que acontece em Proença-a-Nova, no coração das aldeias de xisto, onde o tradicional restaurante Casa da Ti’ Augusta apresenta uma taxa de reservas superior à do ano passado. Ou na Ferraria de São João, em Penela, onde a taxa de reservas ronda a ocupação total.

Os empresários e o responsável pelo Turismo reconhecem a importância neste processo de regeneração do programa Valorizar, lançado pelo Governo logo após a tragédia. Os fundos do programa foram sendo adequados às necessidades, tendo ultrapassado os 60 milhões de euros, dinheiro que foi usado em recuperações parciais, mas essenciais para retomar a normalidade.

O programa foi também fundamental para reconstruir, lançar e até ampliar alguns percursos pedestres e cicláveis, como é o caso das ecopistas do Vouga, Mondego ou EuroVelo.

“Temos razões para estar otimistas com a evolução do setor na região Centro, apesar das tragédias dos incêndios, que tanta dor e prejuízo trouxeram à região e ao país”, resume Pedro Machado.

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Pedrógão Grande: João vê tudo negro, depois de perder o emprego e a casa dos pais

  • Lusa
  • 16 Junho 2018

O incêndio em Pedrógão Grande tirou o emprego e a casa dos país a João Ferreira. O futuro? "Só vejo negro”.

As chamas tiraram o emprego a João Ferreira, que ainda viu a casa dos seus pais destruída e sem perspetiva de recuperação. O futuro? “Só vejo negro”.

O ar acabrunhado de João Ferreira, de 55 anos, diz quase tudo, enquanto percorre as divisões da casa onde nasceu e cresceu, na Lomba do Moinho, pequena localidade junto à Moita, em Castanheira de Pera. O toldo azul posto em setembro para tapar o telhado já foi atirado para o lado pelo vento, o bolor invade a casa, as paredes estão enegrecidas pelas chamas, na casa de banho há plástico derretido.

Enquanto conta a sua história, João contém as lágrimas – ao contrário da sua mulher – e junta no discurso revolta, impotência e um sentimento de injustiça. Quando o fogo de 17 de junho de 2017 passou por Lomba do Moinho, na casa dos seus pais (que faleceram antes do incêndio), João estava no hospital por causa de um problema na perna.

“Disse logo que a casa dos meus pais tinha ardido. Eu a chorar e as enfermeiras a dizerem que a casa não tinha ardido. Na altura, se estivesse cá estado, se calhar tinha ido junto com quem morreu, porque tenho a certeza que estaria aqui com uma mangueira para salvar a casa”, conta à agência Lusa.

"Disse logo que a casa dos meus pais tinha ardido. Eu a chorar e as enfermeiras a dizerem que a casa não tinha ardido. Na altura, se estivesse cá estado, se calhar tinha ido junto com quem morreu, porque tenho a certeza que estaria aqui com uma mangueira para salvar a casa.”

João Ferreira

Só passados 15 dias de regressar do hospital é que ganhou coragem para ver o tinha acontecido. “Custou muito. Não tem explicação”, diz, enquanto sustém as lágrimas.

Para além da casa, perdeu o emprego. “Estou desempregado desde 24 de outubro de 2017”, relata. Era um dos funcionários da Enerpellets, em Pedrógão Grande, fábrica gravemente afetada pelas chamas, onde trabalhava há nove anos.

Mas é a casa dos pais que o preocupa mais. Com uma sobrinha a seu cargo, que faz 18 anos este ano, vive com a sua mulher numa habitação arrendada na vila de Castanheira de Pera e a possibilidade de se mudarem para a casa dos pais seria um alívio em termos de contas, face à sua situação de desemprego.

A habitação na Lomba do Moinho, que usava regularmente, seria para ele, como lhe tinha prometido a sua mãe, que acompanhou e cuidou até morrer, em 2014. Pela casa, passaram técnicos, no pós-incêndio, e já foi à câmara ver se o seu caso tinha solução, mas nunca lhe deram uma resposta conclusiva para a habitação que não está em seu nome (as partilhas da herança ainda não terão sido realizadas).

“Temos que esperar e temos que aguardar – foi o que me disseram”, conta, referindo que nunca lhe deram um sim ou um não. “Vai fazer um ano e continuamos a aguardar”.

“A casa era a nossa sobrevivência”, sublinha a mulher de João, Maria de Lurdes. “Era gosto dos meus sogros que ficássemos com a casa. E a gente olha para isto, estamos numa casa de renda, com uma menina para cuidar, o meu marido no desemprego e eu a ganhar o salário mínimo. O que vamos fazer?”, questiona.

Maria de Lurdes sublinha que nunca chegaram a construir uma casa porque a sua sogra sempre disse ao filho para não construir, porque um dia a casa seria para ele. “A minha sogra nunca concretizou isso, foi para a nossa casa, depois para um lar e nunca houve aquela ganância de dizermos para pôr isso no papel. Viveu-se o dia-a-dia”, explica.

Antes do incêndio, estava certo de que, “mais dia menos dia”, iriam para a casa dos pais de João, depois de resolvidas as partilhas. “Não é fácil aguentar. Não somos de grandes rendimentos nem de grandes heranças, não temos nada. Vamos ter mimosas que parecem couves a crescer e ficou a pia do porco e a bicicleta” calcinada, encostada à porta de casa.

Maria de Lurdes não consegue conter a emoção e, por entre soluços, lança também críticas à forma como a solidariedade é distribuída: “Vemos coisas a serem dadas – barracões melhores que certas casas – e nós nada”. Acima de tudo, preocupa-lhe o futuro da sobrinha, que cria desde os seis meses – “é minha filha, só não a carreguei”.

“Onde estão os dinheiros? Onde estão as palavras de consolo? Onde estão as palavras de esperança? Se deixarmos de pagar a renda o que vai ser da minha sobrinha?”, pergunta.

As questões adensam-se e, no meio de um futuro onde só veem “negro”, dizem que, “se calhar, mais valia” irem de “mala aviada” para fora do concelho.

“Ficámos cá, agarrámo-nos às coisas que tínhamos, tentámos contribuir para o concelho. Não estou contra as pessoas que saíram. Se fosse há uns anitos atrás, também tinha ido. Desse para o que desse, se corresse mal voltava para cá, pior que ao que estou hoje não ficava”, remata Maria de Lurdes.

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Saíram mais 347 funcionários da CGD em cinco meses

  • ECO
  • 16 Junho 2018

A CGD está a encerrar agências, ao mesmo tempo que reduz o número de funcionários. Só nos últimos cinco meses saíram mais 347 colaboradores do banco estatal.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) continua a reduzir o número de trabalhadores, através de saídas por mútuo acordo, pré-reformas e reformas, para cumprir os compromissos assumidos com Bruxelas. Nos primeiros três meses do ano saíram 168 colaboradores, um número que disparou para 347 dois meses depois. Uma redução do número de funcionários que acontece a par do encerramento de balcões. Até ao final do ano, a instituição financeira vai fechar 70 agências, das quais já se conhece a localização de 25 balcões.

De acordo com o Expresso (acesso pago), que não revela onde obteve a informação, fica a faltar a saída de pouco mais de 150 funcionários da CGD para o banco estatal cumprir a média traçada para o ano: 500 trabalhadores. De acordo com o que o acordo que a instituição financeira assinou com a Comissão Europeia, terá de reduzir cerca de 2.000 até 2020.

Ao jornal, a CGD afirmou estar comprometida em “cumprir o plano estratégico acordado entre o Estado português e as autoridades europeias, pelo que até 2020, também ao nível da redução do quadro de pessoal, atingirá o objetivo”.

Esta redução do número de funcionários acontece a par do fecho de balcões. Depois de ter fechado 64 no ano passado, a CGD vai encerrar mais 70 este ano. E já se conhece a localização de 25 agências que terão de fechar portas até ao fim deste mês. Em relação aos restantes balcões, o banco liderado por Paulo Macedo não se pronuncia, dizendo apenas que estes fechos vão acontecer sobretudo na área da Grande Lisboa e Grande Porto.

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Prémio Portugal ADdict: Sagres quer repetir o ritual… de vencer

  • Rita Frade
  • 16 Junho 2018

Sob o mote "Por Portugal, repete o ritual", a Sagres pede a todos os portugueses que repitam os rituais que realizaram durante o Euro 2016 e que ajudaram a seleção nacional a chegar à vitória.

Neste Campeonato do Mundo de Futebol de 2018, a Sagres quer pôr os portugueses a repetir os rituais que realizaram durante o Euro 2016 e que ajudaram a seleção nacional a chegar à vitória.

A própria marca faz questão de repetir o ritual e voltar a escolher Ricardo Araújo Pereira para rosto da sua campanha publicitária. O humorista tem agora a missão de incentivar todos os consumidores a participarem no movimento “Por Portugal, repete o ritual”.

A campanha está presente em televisão, outdoor e digital e tem como objetivo “reunir o entusiasmo e o envolvimento de todos os portugueses para apoiar os nossos jogadores que estarão na Rússia a defender as cores de Portugal“, diz o Diretor de Marketing da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, Filipe Bonina, em comunicado.

Os rótulos das garrafas retornáveis, packs e caixas vão ter também uma nova “roupagem” para apoiar a seleção nacional, assim como a decoração exterior da cápsula/carica, que passará a ter o emblema da Federação Portuguesa de Futebol.

A marca criou, ainda, em parceria com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a Olivedesportos e outros patrocinadores da FPF: o Arena Portugal – Estádio Sagres, para que todos os adeptos de futebol possam ver os jogos das suas seleções em Lisboa.

Maquete do Arena Portugal – Estádio Sagres.Sagres

O Arena Portugal – Estádio Sagres abre todos os dias pelas 12h00 e, para além das transmissões de jogos, é possível também assistir a atuações musicais e DJs no local.

O ECO criou, em parceria com a EY, um Prémio Portugal ADdict, para votar na melhor campanha oficial de apoio à seleção nacional no Mundial da Rússia 2018. Vote aqui na sua campanha favorita.

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Deus, monstro e marciano. Ronaldo é a estrela nos jornais de todo o mundo

  • ECO
  • 16 Junho 2018

O hat-trick de Cristiano Ronaldo correu o mundo. E faz capa de jornais tanto cá como lá fora. Veja as melhores.

Portugal foi a jogo e… Ronaldo empatou. Foram duas seleções que entraram em campo, em Sochi, mas o 7 português roubou todas as atenções, conseguindo empatar “sozinho” contra o 11 espanhol a três bolas. O hat-trick que marcou transformou-o num “monstro” para uns, num “marciano” para outros. E há, na imprensa nacional e internacional, quem lhe chame mesmo de “Deus”.

Veja Cristiano Ronaldo nas capas dos jornais

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Presidente quer soluções para problema das desigualdades do interior até 2023

  • Lusa
  • 16 Junho 2018

O Presidente da República defendeu uma meta de cinco anos, até 2023, para resolver o problema das desigualdades entre litoral e o interior.

O Presidente da República defendeu uma meta de cinco anos, até 2023, para resolver o problema das desigualdades entre litoral e o interior, sob pena de o país falhar como um todo.

Num curto artigo no Público, intitulado “Se não formos capazes, falhámos como país”, um ano depois dos incêndios em Pedrógão Grande, que fizeram 66 mortos, Marcelo Rebelo de Sousa alerta que minorar as desigualdades é “uma oportunidade histórica” e há um prazo para o fazer.

“Até ao fim da próxima legislatura se perceberá se somos ou não capazes de corrigir as assimetrias existentes, de ultrapassar as desigualdades que teimam em permanecer. É, pois, um desafio que começa na ponta final desta legislatura e que se prolonga para a próxima”, lê-se no texto.

O risco de falhar, alertou, tem consequências graves. “Se formos capazes de fazer reviver até 2023 o que importa que reviva, Portugal será diferente. Se não formos capazes, perdemos uma oportunidade histórica e condenamos alguns ‘Portugáis’ a serem muito ignorados, muito esquecidos, muito menosprezados e isso significa que falhámos como país”, escreveu no artigo no Público.

E repete a ideia, em declarações ao semanário Expresso: “Temos até 2023 para conseguir alterar esta realidade do desequilíbrio entre os vários ‘Portugais’. Só se enfrenta esta questão se houver um reequilíbrio económico e social, que permita ultrapassar as desigualdades enormes que existem.”

Tanto ao Público como ao Expresso, o Presidente recorda o que se passou há um ano, com os incêndios de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, que depois alastraram aos concelhos vizinhos, admitindo que muitos portugueses só “abriram os olhos” para realidade do interior depois dos incêndios do Verão passado.

“Olhando para o passado, importa retirar as lições desse passado no que falhou. Falhou por razões estruturais, falhou por razões conjunturais, falhou por motivos que se prendem com sistemas, orgânicas, políticas. Falhou também, eventualmente, no que diz respeito à intervenção dos seres humanos, concretos”, escreveu ainda no Público.

O incêndio que deflagrou há um ano em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), em 17 de junho, e alastrou a concelhos vizinhos provocou 66 mortos e cerca de 250 feridos. As chamas, extintas uma semana depois, destruíram meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.

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Príncipe francês quer tornar a Comporta numa “Utopia”

  • ECO
  • 16 Junho 2018

Louis-Albert de Broglie é um dos três interessados que já avançaram propostas para a compra da Comporta. O príncipe francês diz que quer torná-la num "bom projeto com ambições sociais e ambientais".

Louis-Albert de Broglie, um dos três interessados na Comporta, já tem planos para a região. O príncipe francês quer torná-la num “bom projeto com ambições sociais e ambientais”, através da criação de centros de produção biológica, incubação de startups de alimentação saudável, reciclagem e um museu. Este potencial comprador, que concorre diretamente com o consórcio de Paula Amorim e Claude Berda e da Oakvest, quer tornar a Comporta numa “Utopia”.

Para o príncipe francês Louis-Albert de Broglie, a Comporta é um “laboratório de produção ecológica, biodiversidade e cultura que pode ser um exemplo para o mundo”, afirma ao Expresso (acesso pago). Por isso, para este investidor, “não se podem reproduzir os erros feitos no Algarve, em França ou em Espanha” nesta região.

“É uma responsabilidade de Portugal ter um projeto nacional para refazer a Comporta, garantindo que não é destrutivo e vai trazer economia ao território. O mundo inteiro vai querer vir aqui para ver como se faz um bom projeto com ambições sociais e ambientais”, afirma o príncipe francês, que designa o seu projeto para a região de “Utopia”, que “significa o futuro do amanhã, segundo Victor Hugo”, explica.

"É uma responsabilidade de Portugal ter um projeto nacional para refazer a Comporta, garantindo que não é destrutivo e vai trazer economia ao território. O mundo inteiro vai querer vir aqui para ver como se faz um bom projeto com ambições sociais e ambientais.”

Louis-Albert de Broglie

Na área que está à venda, Louis-Albert de Broglie propõe-se a fazer apenas 15% do imobiliário previsto pelo grupo Espírito Santo. O resto será ocupado por sete centros dedicados a produção biológica, incubação de startups de alimentação saudável, conferências, reciclagem ou medicina reconectiva. Isto além de um museu de arte contemporânea em forma de arca de Noé e uma escola Blue School (ensino assente na reconexão com a natureza).

A parte turística ficaria integrada nestes centros, com o de medicina reconectiva a oferecer um hotel com 80 quartos “gerido por uma das maiores marcas internacionais”.

O projeto de Louis-Albert de Broglie é apresentado numa altura em que os gestores de insolvência do GES alertam para o “risco real” de falência da Comporta, caso o Ministério Público não levante o arresto. Isto porque, disseram, “os sócios não responderam a um pedido de aumento de capital”. Para que o negócio possa ser concretizado, o Ministério Público terá de levantar o arresto que o Estado mantém sobre este ativo.

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Esta startup portuguesa quer acabar com o plástico. Cria pratos comestíveis

  • Lusa
  • 16 Junho 2018

A startup quer captar três milhões de euros de investimento para começar a produzir os pratos em Portugal e introduzir-lhes inovação tecnológica.

Uma startup de Santarém introduziu no mercado português pratos descartáveis biodegradáveis e comestíveis, para substituir os de plástico e papel, reduzir a pegada ecológica e combater a poluição dos oceanos.

A ideia de produzir pratos a partir de farelo de trigo é polaca e foi trazida para Portugal por Pedro Cadete e Luís Simões, que começaram a comercializá-los há dois meses, mesmo antes de constituírem a empresa.

Os pratos, garantem, podem ser depositados num compostor em conjunto com os restos de comida, ao contrário, por exemplo, dos de papel, que “não podem ser reciclados depois de sujos”, disse à Lusa Pedro Cadete.

Por serem biodegradáveis, ou compostáveis como preferem afirmar, também não têm custos associados à lavagem ou à produção de resíduos.

Com o intuito de reduzir ainda mais a pegada ecológica e os custos de transporte, a startup quer captar três milhões de euros de investimento para começar a produzir os pratos em Portugal e introduzir-lhes inovação tecnológica.

“Em Portugal também temos farelo de trigo, que é utilizado como ração ou adubo, sem qualquer outro aproveitamento, mas existem outros recursos, como a casca de arroz, em que existe produção excessiva, que são desperdiçados e podemos dar-lhes outro aproveitamento”, referiu Pedro Cadete.

Os dois colegas de curso de marketing decidiram abandonar uma carreira de 16 anos a vender ideias inovadoras para começarem a produzir e comercializar as suas.

"Em Portugal também temos farelo de trigo, que é utilizado como ração ou adubo, sem qualquer outro aproveitamento, mas existem outros recursos, como a casca de arroz, em que existe produção excessiva, que são desperdiçados e podemos dar-lhes outro aproveitamento.”

Pedro Cadete

Luís Simões estava desempregado há três meses e Pedro Cadete precisou de mudar de vida por causa da família.

A startup quer “adaptar a Portugal tecnologias desenvolvidas no estrangeiro” e está a investir 50 mil euros no desenvolvimento de palhetas de mexer o café, produzidas com base em fibras vegetais, que deverão fazer chegar ao mercado no próximo outono.

Na sua página oficial, as Nações Unidas (ONU) lembram que 80% da poluição dos oceanos é proveniente das pessoas e que oito milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos em cada ano, prejudicando a vida selvagem, a pesca e o turismo.

Os números da ONU estimam também que a poluição por plásticos custa a vida a um milhão de aves marinhas e a 100 mil mamíferos, também em cada ano.

E é também em cada ano que o plástico causa oito mil milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros) de danos nos ecossistemas marinhos.

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Fim do roaming faz disparar utilização de dados na UE

  • Lusa
  • 16 Junho 2018

O tráfego das comunicações feitas por utilizadores portugueses em roaming “aumentou substancialmente” no seio da União Europeia, diz a Anacom.

A utilização de dados móveis por clientes portugueses em roaming na União Europeia aumentou 370% entre o terceiro trimestre de 2016 e o mesmo período de 2017, abrangendo três meses do fim das taxas aplicadas ao serviço, segundo o regulador nacional.

Questionada pela Lusa, quando se assinala um ano da entrada em vigor do acordo sobre o fim destas taxas no espaço económico europeu (a nova lei vigora desde 15 de junho de 2017), a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) indica que o tráfego das comunicações feitas por utilizadores portugueses em roaming “aumentou substancialmente” no seio da União Europeia (UE).

O regulador — que só indicou dados deste período — precisa que a maior subida se verificou nos dados móveis, cuja utilização aumentou, então, 370% entre o terceiro trimestre de 2016 e o terceiro trimestre de 2017.

Neste período, também se registaram subidas no total de chamadas de voz recebidas e efetuadas e na troca de mensagens de texto, acrescenta a Anacom, falando em aumentos de 66%, de 49% e de 98%, respetivamente.

Já aludindo ao número de assinantes que usaram roaming, “pelo menos, uma vez no trimestre” no seio da União Europeia, o regulador português das telecomunicações aponta que “o tráfego por utilizador também aumentou substancialmente, em particular para o serviço de dados”, que subiu 362% entre o terceiro trimestre de 2016 e o terceiro trimestre de 2017.

O tráfego por utilizador para as chamadas de voz recebidas e efetuadas e para a troca de mensagens de texto teve um acréscimo de 63%, 47%, 94%, respetivamente.

"O tráfego por utilizador também aumentou substancialmente, em particular para o serviço de dados, que subiu 362% entre o terceiro trimestre de 2016 e o terceiro trimestre de 2017.”

Anacom

Questionada pela Lusa sobre reclamações recebidas neste primeiro ano da medida, a Anacom afirma que o número “não é significativo”.

“A maioria é relativa a assuntos de faturação e destas [reclamações] destaca-se o desconhecimento por parte dos utilizadores das novas regras do roaming”, adianta esta entidade.

Desde há um ano que as comunicações feitas noutro país da União Europeia são cobertas pelo pacote nacional, significando que quando os portugueses viajam para outro país europeu já não estão sujeitos a tarifários mais caros do que os pagos quando comunicam através do telemóvel em Portugal.

O fim do roaming — serviço pago, prestado pelos operadores de telecomunicações, que permite utilizar os equipamentos móveis no estrangeiro para realizar e receber chamadas de voz, enviar e receber mensagens de texto e utilizar a Internet — levou mais de dez anos a tornar-se realidade, tendo sido anunciado, pela primeira vez, em maio de 2006.

A entrada em vigor do acordo provocou mudanças no serviço prestado pelas operadoras de telecomunicações, que deixaram automaticamente de aplicar a taxa de roaming e passaram a ter de informar os clientes sobre o fim destas tarifas e sobre como é que os seus tarifários específicos iriam ser afetados.

A Lusa questionou as principais operadoras de telecomunicações sobre a alteração, com a Nos a responder que este tipo de medidas “tem um impacto direto nas receitas, não obstante os custos acrescidos pela prestação de serviços móveis em roaming que recaem sobre os operadores nacionais”.

Sem especificar números, a Nos vincou que “os constantes investimentos feitos no aumento de capacidade e melhoria de rede para servir um número cada vez mais elevado de turistas, que não é compensado pelas receitas, criam uma pressão adicional que a médio-longo prazo levará a que as operadoras percam capacidade de investimento sobretudo em inovação”.

Por seu lado, a Nowo assinalou que, “em termos de implementação correu tudo bem e atempadamente”, destacando “a facilidade e a simplicidade como tudo aconteceu”.

A empresa explicou que, como atua como operadora móvel virtual, “teve apenas de alterar as mecânicas dos seus tarifários” e de informar os clientes, coordenando com um prestador de serviços “os processos subsequentes”.

A Nowo adiantou não ter tido registo de reclamações neste primeiro ano, “mas sim feedback positivo em termos dos indicadores de satisfação”.

A Lusa questionou ainda a Altice, dona da Meo, e a Vodafone, mas até ao momento não recebeu qualquer resposta.

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Deputados do PS preparam normas anti-abuso para acordo laboral

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 16 Junho 2018

Período experimental é uma das matérias que levanta preocupações dentro do PS. Carlos César já tinha avisado que é possível introduzir normas que evitem "quaisquer abusos".

O líder do grupo parlamentar do PS já avisou que os socialistas querem apresentar propostas de alteração às medidas defendidas pelo Governo no âmbito da lei laboral e mostrou “dúvidas” sobre as mexidas no período experimental. Carlos César também salientou que é possível introduzir “algumas normas que possam evitar quaisquer abusos” na lei. Ao que o ECO apurou, há deputados que defendem a importância dessas normas anti-abuso em algumas medidas acordadas em concertação social, e o período experimental é uma das preocupações.

No caso de contratos sem termo, o Governo quer aplicar o período experimental de 180 dias a trabalhadores à procura de primeiro emprego e desempregados de longa duração, mas dentro do PS existe a ideia de que é preciso garantir que esta medida não se torna um expediente para rodar trabalhadores, transformando-se numa forma alargada de precariedade. E há também a ideia de que este tipo de normas de controlo não coloca em causa o acordo de concertação social.

Ainda que haja quem sublinhe que os deputados estão do lado de Vieira da Silva, também há quem aponte para o tom mais tenso na reunião desta quinta-feira — entre a bancada socialista e o ministro do Trabalho — salientando que o governante não apresentou previamente as medidas aos deputados, o que terá gerado desconforto com a forma como o processo se desenrolou. Ao que o ECO apurou, outros temas que suscitam preocupação entre alguns deputados passam pelo alargamento dos contratos de muito curta duração à generalidade dos setores e pelas exceções na taxa de rotatividade.

Os deputados do PS não querem violar o acordo assinado em concertação social e entendem que as propostas devem ser consensualizadas à esquerda. Ontem, em declarações aos jornalistas, Carlos César já tinha adiantado que o PS queria promover uma “concertação parlamentar” sobre a matéria, dialogando com todos, mas em particular com BE, PCP e PEV, noticiou a Lusa. Porém, os partidos da esquerda já se mostraram contra algumas medidas, nomeadamente o alargamento do período experimental.

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