Portugal paga juros mais baixos para obter 950 milhões em dívida de longo prazo
Na única operação de financiamento de longo prazo neste trimestre, o IGCP conseguiu obter 950 milhões de euros, pagando juros mais baixos tanto a dez como a 16 anos.
Portugal obteve 950 milhões de euros no duplo leilão de dívida de longo prazo. Conseguiu financiar-se perto do montante máximo pretendido (entre 750 e mil milhões de euros), pagando menos do que nos anteriores leilões comparáveis a dez e 16 anos. A taxa a dez anos ficou nos 1,727%.
De acordo com a Reuters, o IGCP colocou 650 milhões de euros no prazo mais curto, a dez anos, prazo em que a taxa de juro ficou nos 1,727%. Este juro compara com o de 1,919% pago pela agência liderada por Cristina Casalinho na última operação de financiamento no mercado em que recorreu a esta maturidade, isto numa altura em que o Banco Central Europeu se encaminha para o fim do programa de estímulos.
"O resultado do leilão de hoje é um excelente indicador daquilo que é a avaliação daqui a 15 anos. Avaliação que não é feita só por nós mas por quem compra dívida portuguesa.”
No caso da linha com maturidade em 2034, a mais longa, Portugal pagou 2,257% por 300 milhões de euros em obrigações do Tesouro. Tal como no caso do prazo a dez anos, também neste, de 16 anos, a taxa caiu face aos 2,325% pagos na emissão com recurso a sindicato bancário realizada a 11 de abril do ano passado. Nessa altura captou 3.000 mil milhões.
“O resultado do leilão de hoje é um excelente indicador daquilo que é a avaliação daqui a 15 anos. Avaliação que não é feita só por nós mas por quem compra dívida portuguesa”, disse Mário Centeno no Parlamento, onde está a ser ouvido no âmbito do grupo de trabalho sobre a dívida pública.
Esta foi única operação de financiamento a longo prazo deste terceiro trimestre. Entre julho e setembro, a agência prevê levantar até 4.500 milhões de euros em títulos de dívida pública, sendo que a maior “fatia” será captada através de títulos de curto prazo, ou seja, de bilhetes do Tesouro com prazos entre três meses e 12 meses.
Dados mais recentes do Banco de Portugal mostram que a dívida pública bruta subiu em maio para um novo máximo histórico, acima dos 250 mil milhões de euros. Mas o montante do endividamento das administrações públicas deverá recuar em junho, depois de a República ter feito um reembolso de 6,6 mil milhões de euros relativo ao vencimento de uma linha de obrigações no dia 16 de junho.
(Notícia atualizada às 11h50 com o comentário de Mário Centeno à emissão do IGCP)
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