AIBO, o cão robô que veio a Portugal mostrar de que é feita a inovação
European Innovation Academy arrancou esta semana. No recinto, a dar as boas-vindas aos 700 participantes, esteve AIBO, um cão... especial.
AIBO não é um cão normal: é o primeiro do mundo que usa inteligência artificial e machine learning. E, claro, não tem pelo macio nem a língua de fora: é um robô. Esta semana, foi apresentado em Cascais: e, perante uma plateia de mais de 700 pessoas, não dececionou: aprende tão rápido que isso lhe possibilita saber quem são os seus donos, os horários e os sons típicos da casa onde vive, e até aprender novas palavras, gestos e ordens.
Criado pela Sony, a superfície lisa que o cobre não inclui pelos mas admite festinhas: AIBO responde ao toque e até faz truques, além de obedecer a ordens dadas por voz: tudo graças à tecnologia desenvolvida pela Cogitai, uma startup de inteligência artificial com sede na Califórnia e que foi comprada pela Sony. Também por isso, foi um dos pontos altos do arranque da European Innovation Academy, a melhor academia de verão europeia que, pelo segundo ano consecutivo, se realiza em Portugal.
E a prova de que é de inovação que se fazem estes dias que juntam estudantes universitários a desenvolver ideias de negócio com pessoas que nunca antes tinham visto na vida.
“A inovação pode ser incremental ou disruptiva, o ideal é irmos crescendo e melhorando, nas organizações e na vida em geral, com confiança e estabilidade”, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa numa mensagem lida aos assistentes. “Quero sublinhar a importância da mudança de mentalidade ocorrida em Portugal e na Europa, em especial, num maior impulso à criação de projetos ou à capacidade dos empreendedores no arranque de startups em todos os setores da economia“, assinalou.
Na história da Academia
“Não sejas preguiçosa. Tens de ter ambição!”. A frase que Anna Sinijarv ouviu vezes sem conta, dita pela mãe, quando aos 25 anos não sabia o que fazer, ainda ecoa na cabeça da CEO da European Innovation Academy (EIA). Nas palavras da mãe, ser ambiciosa implicava algo maior e Anna pensava muitas vezes numa maneira de poder ajudar outros jovens a seguirem os seus sonhos, a serem empreendedores. Foi nesse processo que nasceu a ideia da EIA, em Portugal pela segunda vez.
Ao nosso país, a academia chegou numa espécie de história de amor entre inovação e empreendedorismo que foi, há um ano, contada por Inês Oom de Sousa, administradora do Santander, ao ECO. “Uma parceria como esta faz parte de um compromisso maior, que confirma o ADN do Santander Totta: o de apostar em projetos que promovam o contacto entre o Ensino Superior e o mundo empresarial e que resulte cada vez mais numa transferência direta de resultados de investigação e de conhecimento para a comunidade”, explicava, na altura, a responsável.
Durante três semanas, mais de 700 pessoas entre empreendedores, investidores e mentores de todo o mundo vão estar em Cascais para o evento que privilegia, este ano, temas como a inteligência artificial e o machine learning. Longe de ser um hackathon, como sublinha o presidente da EIA, Alar Kolk, o “campo de férias” de três semanas tem tudo menos tempo para descanso. “Este ano poderá acontecer um milagre. Isto porque, estudantes portugueses sentados lado a lado com estudantes de Sillicon Valley poderá originar uma ideia que crie uma empresa global. Uma empresa de que iremos ouvir falar muito na próxima década.”, explica Kolk em entrevista. “[Portugal] é o melhor local para criar startups. Portugal possui um bom ecossistema empreendedor. Porquê? Por coisas simples: Tem boa comida, bom tempo – hoje estão 23º por exemplo –, e claro, acima de tudo tem pessoas maravilhosas. É o país mais amigável, em termos globais”, diz ainda.
Aos assistentes, a fundadora da European Innovation Academy deixa três dicas e uma ambição: que o projeto tenha impacto em um milhão de pessoas até 2020. Para isso, comece por seguir os passos:
- Desenhe um leão quando todos os outros desenham uma ovelha.
- Mantenha-se fiel a si mesmo, apesar de ouvir sempre a opinião dos outros.
- Nunca esqueça a criança que há em si. Quando se depare com um problema, pense no que faria nessa situação se tivessem oito, nove anos.
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