Governador do Banco de Portugal avisa que concentração entre bancos deverá aumentar na Europa
Governador do Banco de Portugal disse que os bancos portugueses se devem preparar para os movimentos de concentração na Europa no sentido de ganharem dimensão.
O governador do Banco de Portugal (BdP) avisou que as fusões e integrações entre bancos de diferentes países deverão aumentar e que os bancos portugueses se devem preparar para concorrer no espaço europeu.
Na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios em Lisboa, Carlos Costa disse que a integração financeira a nível europeu é uma realidade que se vai reforçar de futuro e que isso deverá levar a movimentos de consolidação.
“Os movimentos de consolidação transfronteiriça não podem ser ignorados”, afirmou o responsável máximo pelo regulador e supervisor bancário. Para se defenderem desses movimentos, os bancos portugueses “têm de estar preparados para concorrer no espaço europeu” e isso significa terem escala e eficiência, disse ainda Carlos Costa.
Para isso, considerou, os bancos têm de avaliar bem o investimento a fazer, isto quando o capital ainda é escasso, e onde investir, tendo em atenção os centros de decisão.
“Este processo de concentração será tanto mais rápido quanto menos preparados [os bancos] estiverem para concorrerem no espaço europeu”, advertiu.
Em reação a estas declarações, Miguel Maya disse entre “dimensão e agilidade” a sua prioridade para o BCP passa pela “agilidade”. “Estamos todos preocupados com as fintech porque elas têm uma enorme agilidade. A preocupação que eu tenho para o BCP não é a dimensão. É antes a agilidade e sermos capazes de responder às necessidades dos clientes de uma forma muito célere”, disse aos jornalistas o CEO do BCP no final da evento.
“Em relação aos movimentos, o BCP vai estar atento e, surgindo uma oportunidade, vamos olhar para ela. Mas aquilo que nós apresentamos no plano até 2021 não pressupõe crescimento por via de aquisições“, declarou ainda.
O BCP é um dos interessados na aquisição do negócio polaco do Société Générale, mas Miguel Maya recusou comentar o assunto.
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