Segundo maior acionista da EDP reduz participação para 2,958%
O Capital Group que era o segundo maior acionista da elétrica com quase 10% do capital, anunciou à CMVM a redução da sua posição para menos de 3%. As ações caem quase 2%.
O Capital Group, o segundo maior acionista da EDP com 9,97% do capital, reduziu a sua posição para menos 2,958%. A redução de posição aconteceu antes de a empresa liderada por António Mexia ter comunicado a revisão em baixa dos lucros por causa dos CMEC mas foi comunicada através de um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) nesta segunda-feira. Ações da elétrica caem quase 2%.
“No dia 28 de setembro de 2018, o The Capital Group Companies, Inc. (“Capital Group”) comunicou à EDP que diminuiu a sua participação qualificada, nos termos do artigo 20.º do Código dos Valores Mobiliários”, começa por dizer a EDP no documento enviado ao regulador. “A participação qualificada do Capital Group é agora composta por 108.168.604 ações e 10 American Depositary Receipts (“ADR”), representativos de 100 ações (10 ações por ADR). Esta posição é representativa de
2,958% do capital social da EDP e 2,958% dos respetivos direitos de voto“, acrescenta o mesmo comunicado.
De salientar que o Capital Group chegou a ser um dos maior acionista da EDP, tendo mesmo detido 17% da elétrica em 2015 e desde então tem vindo a vender a sua posição. A decisão foi comunicada na sexta-feira. Contactada oficialmente, a EDP não comenta a decisão do fundo.
Logo a seguir à Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a EDP por parte dos chineses da China Three Gorges (CTG), o Capital Group se desfez de uma parte da sua posição na elétrica. Na altura foi confirmado que a alienação não tinha sido feita à CTG.
Fontes no mercado entendem que o desinvestimento do Capital Group se poderá prender com a “instabilidade regulatória que se tem vindo a assistir no setor”. Estes fundos normalmente aplicam dinheiro em ativos de retorno seguro, mas quando há instabilidade retiram o capital.
Este anúncio acontece numa altura em que a EDP tem uma disputa aberta com o Estado devido às designadas rendas da energia. A elétrica foi notificada, na semana passada, sobre quanto poderia perder com os pagamentos recebidos pelas centrais elétricas abrangidas pelo regime dos Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).
Essa instabilidade levou mesmo a EDP a rever em baixa as suas estimativas de lucros para este ano. Na sexta-feira, a elétrica baixou de 800 milhões para 500 a 600 milhões de euros a estimativa de resultados para este ano por causa dos CMEC, mas deixou a garantia aos acionistas — que vão recorrer aos tribunais internacionais para contestar a decisão do Governo — que o impacto nos lucros “não terá qualquer impacto na política de dividendos da EDP”.
Já na sexta-feira, as ações da empresa liderada por António Mexia tinham sido fortemente penalizadas no seguimento deste anúncio. O desinvestimento do Capital Group tornado público nesta segunda-feira, arrasta novamente as ações da EDP para o vermelho. Deslizam 1,73%, para os 3,123 euros.
(Notícia atualizada às 8h52 com mais informação)
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