PCP quer aumentos para todos os funcionários públicos. Jerónimo de Sousa diz que 50 milhões “é pouco”
O PCP diz que 50 milhões de euros é "pouco" para cobrir os aumentos da Função Pública. Jerónimo de Sousa defende também a subida de dez euros das pensões já em janeiro.
A poucos dias da entrega do Orçamento do Estado para 2019, o secretário-geral do PCP apela a que todos os funcionários públicos sejam abrangidos pelos aumentos salariais, mas avisa que a verba de 50 milhões de euros disponível para tal é “pouca”. Em entrevista à TVI, Jerónimo de Sousa aproveitou ainda para sublinhar que o aumento de dez euros das pensões deverá ser feito já em janeiro.
No próximo ano, deverão ser disponibilizados 50 milhões de euros para aumentar os salários da Função Pública, um montante que o ministro das Finanças e o primeiro-ministro já disseram não haver margem para ultrapassar. Na opinião do PCP, esse valor fica, contudo, aquém do necessário, exigindo-se a “reconsideração da verba” até porque, diz, o Governo já recuou, nos últimos anos, em outras matérias, que também tinha considerado “irredutíveis”.
Quanto à distribuição dessa verba pelos funcionários, o comunista apela a um “aumento geral” sem “discriminação” de todos os funcionários, atirando a discussão dos montantes em causa para as negociações com os sindicatos.
No que diz respeito às pensões, Jerónimo de Sousa faz questão de reforçar que o aumento de dez euros previsto para o próximo ano deverá ser posto em prática já em janeiro. “Cremos que isso é possível”, realça o deputado, explicando que, pelo contrário, a intenção do Governo é “distanciar no tempo” a subida referida.
Apesar de se dizer firme nas suas propostas, o secretário-geral comunista garante que “não há linhas vermelhas” e que o partido não vai para o debate com a “ideia do vai ou racha”.
Energia? Proposta do Governo é “nebulosa”
Sobre a prometida redução da fatura da luz, Jerónimo de Sousa mostra-se contra a proposta anunciada pelo Governo. Ao contrário do que tem sido pedido pela esquerda (isto é, através da diminuição do IVA), o Executivo de António Costa planeia fazer com que a conta da luz diminua através da introdução de uma taxa sobre as energias renováveis.
“A proposta do Governo é nebulosa”, reage o PCP. “Esta solução não vai permitir abaixamento nenhum”, acrescenta Jerónimo de Sousa, insistindo na redução do IVA como forma ideal para concretizar esse fim.
Por fim, em relação à meta de défice de 0,2% para o próximo ano, o secretário-geral comunista notou: “Consideramos que a redução do défice a mata-cavalos não é justificada”. Na opinião do deputado, o Governo submete-se “de forma mole” às exigências de Bruxelas, correndo mesmo o risco de ser “mais papista que o Papa”.
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