Mercados não temem descida do rating. Bolsa de Itália acelera e juros aliviam
A bolsa de Itália acelera perto de 2%, enquanto os juros da dívida recuam. Investidores parecem não temer descida do rating italiano pela Moody's. Está a apenas um nível do "lixo".
De Itália sopram ventos positivos, com a bolsa de Milão em forte alta e os juros da dívida soberana italiana em queda. Os investidores parecem não estar nervosos com a descida do rating da dívida de Itália pela Moody’s para a distância de apenas um nível da classificação de “lixo”.
A bolsa de Milão iniciou a sessão a valorizar 1,82%, para os 19.426,53 pontos, impulsionada pelo avanço de mais de 3% dos títulos da banca. Avanço que contagia as restantes praças bolsista europeias, incluindo a bolsa nacional que está a ser impulsionada pela subida das ações do BCP.
Os títulos do setor italiano, ao serem os mais expostos aos humores do mercado da dívida soberana, estão a deixar-se contagiar pelo alívio dos juros italianos. A yield soberana italiana a dez anos regista a maior queda diária desde o início de junho e segue a cair 24 pontos base, para os 3,34%. Por cá, os juros soberanos portugueses recuam nas diferentes maturidades, com a taxa a dez anos a cair novamente abaixo da fasquia dos 2%. Segue a recuar sete pontos base, para os 1,971%.
Juros de Itália a dez anos aliviam
Fonte: Reuters
O sentimento positivo a que se assiste na bolsa e no mercado da dívida acontece depois de a Moody’s ter descido o rating soberano italiano na passada sexta-feira, colocando-o à distância de apenas um nível da classificação de “lixo”. A decisão de colocar a classificação em Baa3 aconteceu na sequência da resposta negativa da Comissão Europeia à proposta de orçamento apresentada pelo governo italiano.
Segundo a avaliação da Moody’s, as metas de défice apresentadas pelo governo italiano “significativamente elevadas para os próximos três anos vão manter o nível de dívida pública a um nível de 130% do Produto Interno Bruto (PIB), o que deixa Itália vulnerável a futuros choques”, pode ler-se no relatório. O crescimento, esse, voltará para a casa de 1%, acrescentava a agência de rating.
Apesar disso, os analistas preferem valorizar o facto de a agência de notação financeira ter optado por colocado o outlook “estável”, quando esperavam que este pudesse ser posto em “negativo”. Tal aumentaria o risco da entrada em “lixo” da terceira maior economia da Zona Euro.
"A Moody’s não apenas manteve o outlook para o rating em “estável”, como estava de alguma forma otimistas em relação ao défice, dizendo que poderia ser em torno de 2,5% para os próximos três anos.”
“A Moody’s não só manteve o outlook para o rating em “estável”, como estava de alguma forma otimistas em relação ao défice, dizendo que poderia ser em torno de 2,5% para os próximos três anos”, disse Daniel Lenz, estratega do mercado da dívida do DZ Bank, citado pela Reuters.
(Notícia atualizada às 9h00 com mais informação)
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