Acolher o Web Summit permitiu ganhos de mais de 300 milhões
Governo já estimou que a conferência tenha gerado "mais de 300 milhões de euros" em atividade económica. Só em receitas fiscais, em 2017, terão sido arrecadados mais de 30 milhões de euros.
A cidade de Lisboa garantiu a organização da Web Summit, por mais uma década, mediante investimentos anuais de 11 milhões de euros, mas o país terá já somado como contrapartidas mais de 300 milhões de euros.
Para bater mais de 20 cidades europeias e manter-se como “casa” da conferência, Lisboa mostrou vários trunfos durante a “montanha russa nos últimos seis meses”, como o fundador do evento Paddy Cosgrave qualificou as negociações.
“Foi a mais louca decisão que já tomei, mas foi uma decisão boa”, classificou na altura do anúncio, em 03 de outubro, o rosto da Web Summit.
Na altura, foi explicado que Lisboa foi escolhida face à garantia da expansão da FIL, que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, referiu que deverá ficar com “mais do dobro do espaço atual”.
À Lusa, o autarca precisou que dos 11 milhões de euros anuais, três milhões serão investimento municipal.
Já a nível de contrapartidas, o Governo já estimou que a conferência tenha gerado “mais de 300 milhões de euros” em atividade económica e só em receitas fiscais, em 2017, terão sido arrecadados mais de 30 milhões de euros.
Na semana passada, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) previu que os participantes na Web Summit gastem mais de 61 milhões de euros nos quatro dias da conferência internacional.
Depois de ouvidos os seus associados, a AHRESP estimou que os esperados 70 mil visitantes da terceira edição do evento em Lisboa gastem cerca de 61,6 milhões de euros, num gasto médio diário de 220 euros, dos quais 120 euros em alojamento e 50 euros em “restauração e animação”.
Em meados de outubro, o fundador da Web Summit, Paddy Cosgrave, disse acreditar que as relações com o Governo vão continuar no “bom caminho”, num comentário à remodelação governamental, incluindo no Ministério da Economia, que tutela a conferência internacional de inovação e tecnologia.
“Estas remodelações são parte da vida política de qualquer país e, como tal, acreditamos que a nossa relação continuará no bom caminho”, afirmou.
A Lusa confirmou, entretanto, que será o ministro Pedro Siza Viera o interlocutor no Governo para assuntos da Web Summit, enquanto nas edições anteriores essa função tinha sido delegada em secretários de Estado.
A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo Web Summit nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para a FIL e Altice Arena.
No ano passado, reuniu na capital cerca de 60 mil pessoas de 170 países, das quais 1.200 oradores, duas mil ‘startups’, 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.
A edição de 2018 realiza-se entre os dias 05 e 08 de novembro, estando já confirmados mais de 2.400 jornalistas registados e esperados mais de 70 mil participantes.
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