Wall Street afunda. Além da Fed, receios de paralisação na Administração penalizam
O ex-presidente da Fed de Nova Iorque afirmou que o banco central poderá parar de todo a subida dos juros se a economia desacelerar no mesmo dia em que Trump endureceu o discurso sobre financiamento.
A volatilidade atingiu as principais bolsas norte-americanas, no rescaldo da reunião da Reserva Federal norte-americana (Fed). O banco central subiu a taxa diretora (como esperado pelo mercado), mas mostrou-se menos otimista quanto ao futuro da economia norte-americana, tendo revisto em baixo a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) e para o número de vezes que planeia subir os juros no próximo ano.
Após a reunião a da Fed, William Dudley, ex-presidente da Fed de Nova Iorque, afirmou que o banco central está pronto para interromper definitivamente os aumentos de juros se a economia começar a enfraquecer. A aliar-se à política monetária, a ameaça de uma paralisação da Administração liderada por Donald Trump também castigou as ações. O Presidente Donald Trump endureceu as exigências no confronto com o Congresso sobre o financiamento do Governo.
Neste cenário, o índice industrial Dow Jones perdeu 1,99% para 22.859,6 pontos, o financeiro S&P 500 desvalorizou 1,75% para 2.463,07 pontos — o valor mais baixo dos últimos 15 meses — e o tecnológico Nasdaq caiu 1,63% para 6.528,59 pontos, ficando à beira do bear market e quase 20% abaixo dos recordes registados em agosto.
“A verdadeira questão é que são três os assuntos em que os mercados se estão a concentrar ao mesmo tempo: as agressivas subidas das taxas pela Fed, receios de desaceleração do crescimento económico global e a guerra comercial com a China”, afirmou Cliff Hodge, diretor de investimentos da Cornerstone Wealth, em declarações à agência Bloomberg. “Aliando-se às notícias políticas sobre a paralisação do Governo, está tudo a atingir-nos ao mesmo tempo e a causar uma grande mudança no sentimento de risco”.
O dólar afundou, devido às perdas no mercado petrolífero. O Brent perde 4,44% para 54,70 dólares por barril, o WTI, negociado em Nova Iorque, recua 4,19% para 46,15 dólares.
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