Salários no Estado cresceram duas vezes mais depressa que no privado
Entre os 671 mil funcionários públicos, o salário médio cresceu 6% de 1.384,70 euros em outubro de 2011, para 1.460,70 euros em outubro de 2017. No privado, aumentou 3% para uma média de 913 euros.
Os salários médios na Função Pública aumentaram, entre 2011 e 2017, duas vezes mais depressa do que as remunerações no setor privado, segundo noticia, esta segunda-feira, o Jornal de Notícias (acesso pago). Entre as principais razões para a diferença estarão o elevado nível de desemprego durante a crise e o peso dos precários, que é o dobro no setor privado face ao Estado.
Entre os 671 mil funcionários públicos, o salário médio cresceu de 1.384,70 euros em outubro de 2011, para 1.460,70 euros em outubro de 2017. Ou seja, em seis anos, a progressão foi de 6%. Já no privado, a média salarial de aproximadamente quatro milhões de trabalhadores que descontam para a Segurança Social aumentou 3%, para 913 euros, no mesmo período temporal, segundo dados citados pelo Jornal de Notícias.
No entanto, as comparações não são lineares. “O setor privado é caracterizado por uma heterogeneidade muito maior em termos de condições laborais, pelo que comparações apenas pelos valores médios acabam sempre por ser muito limitadas”, afirmou João Cerejeira, professor na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, ao diário.
Além dos salários, os funcionários públicos têm alguns benefícios que os trabalhadores do setor privado não têm. No caso das férias, em ambos os casos, os trabalhadores têm direito a 22 dias úteis, mas pode haver exceções. Se no privado, o número pode aumentar através de acordos coletivos e de empresa, os trabalhadores do público têm mais um dia por cada dez anos de serviço.
Na Função Pública, a antiguidade média é mais elevada dada a maior estabilidade e a pouca frequência de despedimento que só acontece em casos graves de injúrias ou erros graves. O Jornal de Notícias acrescenta ainda, em relação ao horário semanal, que a Administração Pública chegou a trabalhar 40 horas (que se trabalham no privado) durante a troika, mas voltou progressivamente às 35 horas.
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