PS desafia Governo a esclarecer se EDP só pagou 0,7% de IRC

  • Lusa
  • 11 Março 2018

Carlos César, líder parlamentar socialista, pediu ao Governo para esclarecer se a taxa efetiva de tributação sobre os lucros da EDP em 2017 foi de 0,7%.

O líder parlamentar socialista pediu ao Governo para esclarecer se a taxa efetiva de tributação sobre os lucros da EDP em 2017 foi de 0,7% e, em caso afirmativo, se estão previstas medidas para uma maior justiça fiscal.

Num requerimento enviado ao Ministério das Finanças cujo primeiro subscritor é o líder da bancada do PS, Carlos César, a que a Lusa teve acesso, os deputados socialistas perguntam se o executivo confirma a notícia veiculada pelo Expresso segundo a qual a EDP pagou apenas 0,7% de IRC (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas) em 2017, o que representa a taxa mais baixa entre as empresas cotadas na bolsa portuguesa.

“O Ministério das Finanças confirma estes resultados e esta taxa efetiva de tributação apresentada pela imprensa”, questionam os deputados.

Caso se confirmem os resultados, está prevista “a introdução de novas medidas, no quadro fiscal, que assegure mais justiça na tributação dos agentes económicos, designadamente aqueles que têm melhores condições para contribuir para as receitas do Estado”, perguntam os deputados Carlos César, Carlos Pereira, Luís Moreira Testa, Hugo Costa e Hugo Pires.

No texto, o Grupo Parlamentar do PS “considera ser importante uma clarificação sobre esta matéria, tendo em conta que os portugueses não compreendem porque razão um agente económico como a EDP, que gerou o ano passado um resultado de 1,52 mil milhões de euros, pague impostos a taxas abaixo de grande parte dos portugueses, no quadro dos seus rendimentos do trabalho”.

Já depois da publicação da notícia do Expresso, a elétrica liderada por António Mexia esclareceu que o semanário “confunde o reporte contabilístico refletido no relatório e contas com os valores efetivamente pagos em sede de IRC pela EDP, em Portugal”.

“Os cerca de 10 milhões de euros relativos a 2017 que são referidos dizem respeito ao Grupo EDP, que tem atividade em todo o mundo, e beneficiam de um conjunto de eventos ocorridos fora de Portugal, nomeadamente a reforma fiscal nos EUA – equivalente a cerca de 44 milhões de euros – e a isenção de mais valias por venda de ativos em Espanha (cerca de 200 milhões de euros)”, refere a elétrica.

Assim, adianta, “o IRC a ser pago em 2018 em Portugal, respeitante a 2017, em nada será impactado por estes eventos”. “O IRC pago em 2016, em Portugal, tinha sido de 333 milhões de euros e, em 2015, foi de 193 milhões de euros”, acrescenta.

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Inovação grega atrai investimento da Tesla para centro de pesquisa tecnológica

  • Lusa
  • 11 Março 2018

Tesla anunciou no final de fevereiro que estabelecerá perto de Atenas um centro de pesquisa e desenvolvimento dos seus motores. Um investimento de 750 mil euros considerado "importante" para o país.

Um protótipo de carro elétrico projetado em Atenas atraiu o interesse da americana Tesla, que contratou engenheiros gregos e estabelecerá na Grécia um centro de pesquisa, inovação simbólica num país atingido por quase dez anos de profunda crise.

Desenvolvido na Escola Politécnica de Atenas, este veículo chamado Pyrforos já foi premiado várias vezes nos últimos anos na competição ecológica Eco-Marathon da Shell, que visa encontrar o veículo que consegue viajar a maior distância possível com a menor energia possível.

A sua reputação “já permitiu que muitos engenheiros gregos fossem contratados em Palo Alto, Califórnia, na sede da Tesla“, o fabricante de automóveis elétricos do bilionário Elon Musk, mas também por outros fabricantes estrangeiros, congratula-se Antonios Kladas, chefe do laboratório de motores elétricos da Ecole Polytechnique.

A Tesla anunciou no final de fevereiro que estabelecerá perto de Atenas um centro de pesquisa e desenvolvimento dos seus motores. Um investimento de 750 mil euros considerado “importante” para o país, que surge de um longo período de recessão.

A Tesla vai contratar cerca de 40 engenheiros gregos que estão atualmente a trabalhar no exterior, um passo muito positivo para reverter a fuga de cérebros que o país sofreu durante a crise“, disse George Nounesis, diretor de Demokritos, o centro de pesquisa onde a Tesla será estabelecida.

Nounesis espera um maior investimento na inovação na Grécia, observando que as grandes empresas do setor “aproveitarão o valor agregado do capital intelectual disponível para o país”.

Cerca de 500 mil pessoas, na sua maioria jovens diplomados com idades entre os 20 e os 40 anos, deixaram o país desde o início da crise da dívida em 2010, que fez cair o produto interno bruto (PIB) do país cerca de um quarto.

"A Tesla vai contratar cerca de 40 engenheiros gregos que estão atualmente a trabalhar no exterior, um passo muito positivo para reverter a fuga de cérebros que o país sofreu durante a crise.”

George Nounesis

Diretor de Demokritos

Mas depois de um crescimento de 1,4% em 2017, não muito longe dos 2,3% de toda a Zona Euro, e “com as reformas realizadas, a Grécia beneficiará de um crescimento de 2% em média nos próximos três anos graças ao retorno do modelo económico tradicional baseado no aumento do consumo, exportações e investimentos”, prevê Panayiotis Petrakis, professor de economia da Universidade de Atenas.

Entre 3 e 4 mil milhões de euros foram investidos na Grécia nos últimos dois anos, “um recorde” dos últimos quinze anos.

Philip Morris International, que em 2003 comprou a Papastratos, uma das mais antigas empresas de tabaco gregas, investiu 300 milhões de euros na produção de seu novo cigarro Iqos, de tabaco aquecido.

“Este investimento é um voto de confiança na economia grega”, disse Christos Harpantidis, diretor da Papastratos. Duas fábricas semelhantes já existem em Itália e na Roménia.

No entanto, os especialistas permanecem cautelosos cinco meses depois da saída da Grécia da tutela dos seus credores, da UE e do FMI e do retorno aos mercados de dívida após um longo período de austeridade, marcado pela queda dos salários e das pensões.

“Os atrasos permanecem nos setores agrícola e industrial, que devem tornar-se mais competitivos e continuar as reformas”, disse Panayiotis Petrakis.

O mercado imobiliário, que tem um grande potencial para a Grécia, favorecido por condições geográficas e climáticas, está lutando para recuperar a cor devido a problemas burocráticos.

O desafio para a Grécia, diz Petrakis, é agora a “estabilização”, não só dentro, mas também fora, dada a sua posição geopolítica sensível, entre a Europa, a Turquia e o Médio Oriente.

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Assédio no local de trabalho: um silêncio que pode estar prestes a mudar

Em outubro de 2017 entrou em vigor nova legislação sobre a matéria. Será que veio mudar o panorama e tornar mais visível esta realidade? A Advocatus de março foi saber. Leia aqui o trabalho na íntegra

Segundo um estudo do Centro Interdisciplinar de Estudos de Género (CIEG) relativo a 2015, em Portugal cerca de 12,6% das pessoas já foram vítimas de assédio sexual e 16,5% de assédio moral, números muito superiores à média europeia. Em outubro de 2017 entrou em vigor nova legislação sobre esta matéria. Será que veio mudar o panorama e tornar mais visível esta realidade? A Advocatus foi ouvir dois casos distintos, vários advogados e outros especialistas para tentar perceber.

«Um dos episódios de que me lembro bem foi de um dia me ligarem a pedir que fosse para o escritório porque ia haver uma reunião da direção e “precisavam de uma menina bonita”», começa Maria (nome fictício) por contar, sobre uma situação de assédio moral e sexual que viveu no trabalho.

“Foi no meu primeiro emprego. Era quase o emprego de sonho, no departamento de enoturismo de uma grande empresa de vinhos” – explica Maria, licenciada em Turismo, hoje com 30 anos – “mas o trabalho em si acabou por ser um pesadelo”. Depois de um estágio na área do enoturismo soube, uns meses mais tarde, por intermédio de uma ex-colega, que a empresa Dão Sul – que produz os vinhos Cabriz – estava à procura de pessoas para o mesmo departamento.

A proposta tinha tudo a seu favor: era perto de casa dos pais, tinha quintas em vários pontos do país e era uma empresa conceituada. Maria ficou colocada na sede da empresa, na Quinta de Cabriz, em Carregal do Sal, alojada num quarto de um apartamento para funcionários.“Mandei o meu currículo, chamaram-me para entrevista e quando entrei comecei um período de experiência pago. Se passasse esse período era para avançarmos para estágio profissional. Passei, mas vim-me embora antes sequer de começar o estágio.”

Rapidamente, a situação passou de bestial a besta. Desde a falta de acompanhamento ou tutoria à própria delegação de funções, Maria chegava ao trabalho sem saber o que fazer. “Literalmente… Porque não me foi atribuída qualquer função”. Por iniciativa própria, começou então a servir comida e a tirar cafés no restaurante da quinta. “Quando foi preciso, por falta de pessoal, até tachos eu lavei, varria o chão… Chegava ao restaurante da quinta todos os dias e não me punham a par do que se passava, nem de eventuais tarefas. Depois, quando acontecia alguma coisa, responsabilizavam-me e vinham pedir-me justificações, principalmente o chefe do departamento e o chefe executivo”.

Se as ementas não estavam impressas, a culpa era de Maria. Trabalhava das 9h até às 23h, os sete dias da semana, sempre de pé, muitas vezes sem saber sequer onde podia almoçar. “A isto tudo junte-se as conversas de teor sexual por parte dos meus superiores, a que eu me esquivava sempre, e as tentativas de conquista por parte do chefe executivo (que hoje é relativamente conhecido)”, revela.

Ao fim dos três meses do período experimental, Maria sentiu que era tempo de se vir embora, dado o seu quadro mental. “Nessa altura estava quase suicida, de tal forma me fizeram sentir inútil, estúpida e humilhada. Como se fosse eu que não percebia o que tinha de fazer, como se fosse eu que não tomava a iniciativa… Quase como se fosse eu que merecia tudo aquilo.”

 

Dados do CIEG

 

No trabalho o clima de medo estava instalado. Na altura, Maria falou com os pais e com o namorado sobre a experiência, mas pouco lhe serviu de consolo. “O meu pai dizia que o problema era meu, que eu é que não estava a saber aproveitar a oportunidade que me tinha sido dada. A minha mãe não dizia grande coisa, ela tem uma personalidade de aguentar coisas calada. O meu namorado era o único que ia tentando dar algum apoio, mas também não sabia bem o que fazer”, confessa, resignada.

No fim, quando saiu, Maria convenceu-se de que nunca conseguiria trabalhar em lugar nenhum. Ficou com dormência nos dedos dos pés, mesmo usando calçado profissional. Passados dois anos, começou a fazer psicoterapia.

Em resposta enviada à Advocatus, a Dão Sul/Global Wines diz que “as empresas referidas nunca tomaram conhecimento de qualquer comportamento de assédio. Jamais foram levados ao conhecimento das administrações, formal ou informalmente, a ocorrência de condutas impróprias por parte dos seus colaboradores ou para com os seus colaboradores”.

Acrescentam que as empresas “negam todas as acusações que lhes foram dirigidas, manifestando total repúdio por todos os comportamentos de assédio”, sublinhando que “caso tivessem conhecimento de tais práticas as mesmas seriam fortemente reprimidas e os seus praticantes alvo de sanções disciplinares”.

Se a partir da terra dos holofotes e da sétima arte se tem vindo a debater largamente o tema do assédio, em Portugal a discussão tem pairado sobretudo em matérias legais.

Ainda antes de o movimento #MeToo ter sido eleito pela Time como a personalidade do ano passado por ajudar a desmascarar casos de assédio sexual há muito silenciados em Hollywood, saía por cá em agosto alterações ao Código de Trabalho nas questões do assédio moral e sexual no local de trabalho, que constam na Lei nº73/2017, em vigor desde 1 de outubro.

Num país onde 12,6% das pessoas já sofreram de assédio sexual no trabalho, comparados com uns meros 2% da média europeia, será que estas alterações vieram reforçar os mecanismos de prevenção e combate a estas práticas?

O que muda agora?

Apesar de já existir legislação na matéria do assédio sexual e moral desde 1969 em Portugal, para Nuno Morgado, sócio da PLMJ e especialista em Direito do trabalho, estas alterações “encontram-se numa política de reforço ao combate do assédio no trabalho, que cada vez mais é uma tendência e uma preocupação”.

E como é que esse reforço acontece? “No essencial, uma das grandes mudanças prende-se com a obrigatoriedade das empresas com mais de sete trabalhadores em adotar um código de conduta. Não tem propriamente um conteúdo definido por lei, mas têm de informar os trabalhadores das práticas que podem integrar os assédios. E definir mecanismos de suporte quando isso surja”, explica o advogado.

Nuno Morgado, da PLMJ.

No essencial, uma das grandes mudanças prende-se com a obrigatoriedade das empresas com mais de sete trabalhadores em adotar um código de conduta. Não tem propriamente um conteúdo definido por lei, mas têm de informar os trabalhadores das práticas que podem integrar os assédios. E definir mecanismos de suporte quando isso surja.

Nuno Morgado

Sócio da PLMJ e especialista em Direito do trabalho

Ficou também consagrado e explícito que existe agora obrigatoriedade, em caso de assédio, de avançar com um processo disciplinar ou um inquérito quando é apresentada queixa. Sandra Silveira, associada sénior da Cuatrecasas e especializada em Direito e assessoria laboral, destaca também a imunidade disciplinar da vítima e das testemunhas: “A meu ver, também é importante realçar a previsão expressa de que o anunciante e as testemunhas estão protegidos – por exemplo, fica agora determinado que o despedimento ou qualquer outra sanção até um ano após a denúncia do caso de assédio, sejam considerados como abusivos”, salienta, acrescentando que “esta é uma forma de assegurar que as pessoas ficam protegidas e desta maneira, se calhar, mais facilmente estarão dispostas a falar se souberem que depois não se pode tentar agir disciplinarmente contra elas sob a forma de represália do empregador em relação às suas declarações e à situação que se criou”, clarifica a advogada.

Além disso, destaca-se a clarificação da proibição da prática de assédio, que ficou consagrada no artigo 29º no ponto 1, passando para o ponto 2 a definição de assédio como “o comportamento indesejado, nomeadamente o baseado em fator de discriminação, praticado aquando do acesso ao emprego ou no próprio emprego, trabalho ou formação profissional, com o objetivo ou o efeito de perturbar ou constranger a pessoa, afetar a sua dignidade, ou de lhe criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.”

Ficou também estabelecido o do direito da vítima a uma indemnização (ponto 4 do artigo 29º) e a constituição das práticas assediantes enquanto contraordenação grave (ponto 7 do artigo 127º).

Outra medida que Sandra Silveira acha importante realçar é o facto de estar previsto na lei que se responsabilize as empresas por qualquer tipo de doença resultante de um caso de assédio sexual no trabalho. “Na prática significa que se considera o assédio como uma doença profissional, sendo que os queixosos têm direito a receber indemnizações e compensações a ser pagas pelo empregador”. Contudo, para isso, “é preciso que as doenças que podem incorrer de uma situação de assédio sejam incluídas na lista das doenças profissionais, o que ainda não aconteceu. Significa que, por enquanto, nada se pode fazer quanto a isso”, conclui.

“Era agosto e não havia quase ninguém na empresa, além de mim e do meu chefe”, recorda Catarina Alves, hoje com 39 anos a viver em Barcelona, sobre memórias de um trabalho de verão em Cascais que acabou mal. Foi há 10 anos, na altura em que estava a licenciar-se em Política Social e aproveitava as férias grandes para arranjar trabalho e pagar os estudos. “Como falo vários idiomas encontrava estes trabalhos de pouco tempo com muita facilidade. Este encontrei através da Manpower” — uma empresa de trabalho temporário — “Era uma substituição da secretária, que estava de férias, para uma empresa de informática”.

O que começou com várias insinuações sobre a “juventude” e “beleza” de Catarina por parte do chefe, passou para tentativas furtivas de encontros e outras abordagens invasivas. “O clássico, num escritório”, comenta, frustrada, por na altura ter pensado que a culpa ainda era sua. A dada altura começa a receber SMS do chefe quando já não estava no trabalho, “a perguntar se estava em casa, se queria ir tomar um copo com ele… Na primeira vez ainda respondi a dizer que não, mas depois deixei de responder”. Aos poucos, foi piorando: “começou a dizer que estava de carro à minha porta à espera. Ele tinha acesso à minha morada, claro. Comecei a ficar muito assustada porque ainda por cima vivia sozinha”.

O mesmo chefe, quando em trabalho teve de viajar para Madrid, ligou a Catarina “umas 20 vezes”, deixou-lhe várias mensagens a pedir-lhe que fosse com ele de carro para passarem lá o fim de semana. “Eu não respondia, e então ele não parava de enviar mensagens e de me telefonar… Eu ia trabalhar super angustiada porque não queria perder o trabalho, mas tinha medo dele. Chegava a vomitar com a ansiedade de saber que tinha de ir trabalhar no dia seguinte.”

As esperas à porta de casa à noite repetiram-se algumas vezes, mas Catarina não pensou em fazer queixa. “Não falei com ninguém na empresa sobre isto. Só com o meu namorado da altura. Não soube como reagir a estes episódios e, por isso, não fiz nenhuma denúncia. Quando contei à minha família, também ninguém lhe deu muita importância e eu, idiota, senti que a culpa era minha.”

Dados do CIEG

Na verdade a reação de Maria e Catarina é bastante comum em situações destas. Segundo o estudo “Assédio Sexual e Moral no local de trabalho em Portugal”, conduzido pelo CIEG (Centro Interdisciplinar de Estudos de Género) da Universidade de Lisboa, realizado em 2015, tanto em situações de assédio moral como sexual, quando questionadas sobre com quem falaram sobre o incidente, as vítimas inquiridas responderam que preferem falar com amigos, com a família e o/a companheiro/a.

O caminho para o sucesso: previsão legal, fiscalização e formação

Nuno Morgado realça que, embora as medidas sejam um avanço, é necessário mais do que apenas a previsão legal. “Portugal tem muito este problema: por estar previsto na lei pensa-se que isso resolve os problemas. Mas mais do que a previsão legal, o que é importante é o reforço da fiscalização das autoridades laborais, porque as novas alterações na legislação não resolvem por si o problema”, diz, admitindo que não tem sido “manifestamente esse o foco” das ACTs (Autoridades para o Código do Trabalho), que se queixam da falta de meios e recursos. “Mais facilmente se voltam para questões de segurança e higiene no trabalho do que para estes temas, mas na verdade porque estes temas não têm tido até agora uma dimensão muito grande de queixas. Agora certamente terá mais, com estas alterações”, remata o advogado.

Sandra Silveira, da Cuatrecasas.

Acho que era importante que as empresas aproveitassem este momento para dar formação aos trabalhadores, fazer sessões de esclarecimento, para explicar as coisas e para no fundo ajudar a perceber o que é ou o que não é assédio. Há muitos comportamentos que ainda são tidos como normais e que se julga não serem incomodativos e, portanto, estes esclarecimentos e formações iam ao encontro de se perceber que tipo de comportamentos é que se devem afinal evitar.

Sandra Silveira

Associada sénior da Cuatrecasas

Sandra Silveira vai mais longe ao defender, além da fiscalização, formações orientadas para os trabalhadores e empregadores nesse sentido, porque, a seu ver, “a realidade nós não mudamos por decreto. Por muita fiscalização que exista, em bom rigor também temos de mudar consciências, formas de comportamento e este medo de falar”. “Acho que era importante que as empresas aproveitassem este momento para dar formação aos trabalhadores, fazer sessões de esclarecimento, para explicar as coisas e para no fundo ajudar a perceber o que é ou o que não é assédio. Há muitos comportamentos que ainda são tidos como normais e que se julga não serem incomodativos e, portanto, estes esclarecimentos e formações iam ao encontro de se perceber que tipo de comportamentos é que se devem afinal evitar”, esclarece a advogada.

No início de fevereiro, realizou-se no Porto o seminário “O impacto nas empresas da nova legislação sobre o assédio”, organizado pela Católica Porto Business School e a ACEGE, em parceria com a AEP, o Portal VER e a EDP, no sentido de esclarecer os líderes empresariais sobre esta nova legislação relativamente ao seu enquadramento e às suas questões legais e organizacionais.

Joana Gíria, presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), comentou que o departamento de medicina no trabalho nas empresas pode ser “uma boa área para receber a denúncia e pedidos de informação sobre o assédio sexual”. A docente Helena Gonçalves, da Católica Porto Business School, foi ao encontro das opiniões dos advogados Sandra Silveira e Nuno Morgado, ao dizer que esta alteração legislativa “é uma excelente oportunidade para que possa emergir uma cultura de respeito”, salientando que se deve ter em conta diferentes abordagens nas empresas conforme a sua dimensão, pois “estamos a falar de uma cultura de empresa”, remata.

com Elisabete Felismino

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“Acabou a paródia”, garante Luís Filipe Vieira

  • ECO
  • 10 Março 2018

O presidente do Benfica falou pela primeira vez depois da detenção de Paulo Gonçalves por suspeitas de corrupção. "Acabou a paródia", garante.

“Acabou a paródia instalada neste país à custa do Benfica. A partir de segunda-feira, haverá um gabinete de crise montado para responder aos ataques, venham eles de onde vieram”, afirmou Luís Filipe Vieira, numa conferência de Imprensa-surpresa depois do jogo do Benfica com o Desportivo das Aves, que os encarnados venceram por 2-0. Foram as primeiras declarações públicas de Vieira depois da detenção e posterior libertação de Paulo Gonçalves, diretor jurídico do Benfica, suspeito de corrupção e acesso a informação em segredo de justiça relacionada com o caso dos emails.

“Quero fazer uma pequena comunicação a todos os benfiquistas”, começou por dizer Luís Filipe Vieira, “e dizer a todos que nunca, mas nunca, nunca, tanto eu como a minha direção mancharam a honra ou a dignidade do Sport Lisboa e Benfica. Aquilo que se tem passado nos últimos tempos, e que é sobejamente conhecido, é um ataque sem precedentes em Portugal de que fomos vítimas. Violaram todo o nosso espaço e privacidade, violaram anos e anos de uma empresa com dimensão mundial e infelizmente, até hoje, nada sucedeu e nada sabemos”.

Luís Filipe Vieira fez uma promessa: “Todos os que mancharam o nosso nome têm de ser criminalmente penalizados”.

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Nuno Melo vai ser o cabeça-de-lista do CDS ao Parlamento Europeu

  • Lusa
  • 10 Março 2018

Assunção Cristas deu a primeira notícia do congresso: Nuno Melo vai ser o cabeça-de-lista do CDS ao Parlamento Europeu.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, anunciou este sábado que o vice-presidente Nuno Melo será o cabeça de lista do partido nas europeias no próximo ano, em eleições a que os democratas-cristãos concorrerão sozinhos. “Queria dizer-vos em primeira mão que proporei aos outros órgãos do partido que seja, não apenas o nosso eurodeputado, mas também o nosso cabeça de lista às próximas eleições europeias”, anunciou Assunção Cristas, perante o 27.º Congresso do CDS-PP, que decorre até domingo em Lamego (Viseu).

Assunção Cristas fez questão de chamar ela própria ao palco Nuno Melo, a quem deu um abraço antes de o eurodeputado começar a sua intervenção. Pouco depois das 20:00, e após Telmo Correia ter elogiado a prestação de Nuno Melo em Bruxelas, Assunção Cristas pediu um minuto ao presidente da Mesa do Congresso, Luís Queiró. “Um minuto porque o congressista que se segue é alguém que nos habituou a palavras rigorosas, a espírito combativo, a ser um adversário que impõe muito respeito, a ser uma pessoa de profundíssimas convicções”, descreveu Assunção Cristas, antes de anunciar a escolha de Nuno Melo.

Nas eleições europeias de 2009, Nuno Melo foi o cabeça de lista do CDS-PP, tendo sido eleito deputado ao Parlamento Europeu em 07 de junho desse ano, juntamente com Diogo Feio.

Em 2014, o CDS-PP concorreu às europeias, dessa vez numa coligação com o PSD, e Nuno Melo foi em quarto lugar da lista conjunta, tendo sido o único eleito dos democratas-cristãos.

João Nuno Lacerda Teixeira de Melo, 51 anos, nasceu em Vila Nova de Famalicão, onde é atualmente presidente da Assembleia Municipal. Advogado e consultor jurídico, no CDS-PP é atualmente vice-presidente e foi líder do grupo parlamentar entre 2004 e 2006. Nuno Melo foi eleito deputado à Assembleia da República nas legislaturas iniciadas em 1999, 2002 e 2005, pelo círculo de Braga, distrital que voltou a liderar recentemente.

Na Assembleia da República, desempenhou também funções como vice-presidente da Assembleia da República na X Legislatura e presidiu à VI Comissão de Inquérito à Tragédia de Camarate.

No Parlamento Europeu, chefia a delegação portuguesa do CDS-PP pelo grupo do PPE desde 14 de julho de 2009 e é membro efetivo na Comissão das Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos.

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Muitos SUV, elétricos e até carros voadores. Conheça as novidades do Salão de Genebra

O Salão Automóvel de Genebra abriu ao público. E traz muitas novidades. Desde SUVs coupé, até à proliferação de ofertas elétricas, passando pelas tradicionais "bombas". Há até um carro que voa.

O Salão Automóvel de Genebra, na Suíça, é um dos mais importantes do Velho Continente. E são muitas as marcas que aproveitam a montra para apresentarem as novidades. Há muitas estreias mundiais, com os SUV em grande destaque. Há desde os coupé aos elétricos, sendo que a eletrificação da indústria é cada vez mais uma realidade. O futuro pode ainda passar por carros que… voam.

Não faltam as tradicionais “bombas” no 88º Salão de Genebra. Ferrari, com o 488 Pista, Porsche, com o 911 GT3 RS, Lamborghini, com o Huracan Performante, e McLaren, com o Senna, têm sempre lugar de destaque, mas se há algo que esta exposição deixa bem patente é que quase todas as marcas estão a ligar os seus carros à corrente. É o caso da Rimac, que apresenta o C_Two, um elétrico com 1.914 cv de potência. Sim, leu bem!

O modelo da empresa criada por Mate Rimac é, verdadeiramente, um monstro. Vai dos 0 aos 100 km/h em cerca de 1,85 segundos. A velocidade máxima é de 412 km/h e atinge 300 km/h em 11,8 segundos, querendo pôr à prova os modelos de Elon Musk, da Tesla. Mas também outras marcas, como é o caso da Porsche que em vez do Mission E levou à feira o Mission E Cross Turismo.

Os dois motores elétricos do Mission E Cross Turismo desenvolvem mais de 600 cv, permitindo-lhe acelerar dos 0 aos 100 km/h em menos de 3,5 segundos e chega aos 200 km/h em menos de 12. Se estes números impressionam, a fabricante do mítico 911 apresenta outros: a bateria carrega-se em apenas 15 minutos para um ciclo de autonomia de 400 km.

Enquanto a Porsche traz aquilo a que chama um CUV, um Cross Utility Vehicle, a Jaguar fica-se pelos SUV, assim como a generalidade das fabricantes. Mas não é um SUV qualquer. O I-PACE é a primeira proposta 100% elétrica da marca do felino, sendo que enquanto os restantes são ainda ideias, os 400 cv da Jaguar chegam às estradas muito em breve. Já pode ser encomendado em Portugal. O preço? Começa nos 80.400 euros.

Se o I-PACE deslumbra, a Land Rover não fica atrás. A fabricante de SUV de luxo resolveu tirar algumas portas ao Range Rover, transformando-o num coupé. O Range Rover SV Coupé terá apenas 999 unidades, sendo que a previsão de entrega aos clientes será no quarto trimestre deste ano. A exclusividade paga-se. Em Portugal será preciso pagar um cheque de cerca de 360 mil euros.

Não é, contudo, o único coupé a centrar atenções. Mercedes e BMW também apresentaram em Genebra dois coupé de luxo que prometem fazer virar muitas cabeças quando estiverem na estrada. Do lado da marca da estrela foi apresentado o Mercedes-AMG GT Coupé de 4 Portas, uma “bomba” com 639 cv, enquanto a BMW lançou o M8 Grand Coupé que terá uma potência entre os 600 e os 700 cv. O alvo é o Panamera, da Porsche.

Híbridos… e o fim do diesel

O “supercarro” familiar da BMW será um híbrido, tecnologia que está cada vez mais presente em cada lançamento. A Bentley apresentou o Bentayga Hybrid. Já entre as marcas mais acessíveis ao público em geral, destaque para a Audi, com o novo A6. Todas as motorizações do A6 vão recorrer a um sistema semi-híbrido.

Com a combinação de um motor a gasolina e um elétrico vem também o novo Auris, da Toyota, o primeiro modelo da marca a abandonar o diesel, depois de tanta polémica em torno das emissões e manipulações de emissões de gases poluentes. De resto, o Auris está completamente renovado, assim como o estão outros modelos de marcas como a Mazda, com o 6, a Peugeot, com o 508, ou a Hyundai, com o Santa Fé, ou a V60 da Volvo.

Carro voador? Sim. Já pode encomendar

Enquanto a maioria das fabricantes de automóveis de concentra no que está debaixo do capot, apresentando soluções cada vez mais eficientes, há outras marcas que optam por transformar o conceito de automóvel. Se há pouco mais de um ano a Airbus fez furor ao apresentar um carro voador em parceria com a Uber, desta vez o foco vai para a PAL-V.

Com o design de um pequeno helicóptero, o PAL-V Liberty é um carro de dois lugares que está perto de obter a certificação para poder chegar às estradas, mas também ao ar. É o primeiro carro voador a poder ser comercializado para o grande público, mas é preciso que quem o compra tenha aulas… de voo.

O preço é elevado: custa 480 mil euros na versão mais recheada de extras, valor este que já inclui aulas de voo. Depois é fazer-se aos céus. Converter o PAL-V de carro para avião, ou vice-versa, é um processo que demora cinco a 10 minutos. De acordo com a marca, a autonomia na estrada será de 1.300 km e, no ar, de 500 km. E para aterrar? É preciso uma estrada com algum espaço. E sem buracos, de preferência.

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Ministro da Economia defende que interior é espaço para grandes projetos de investimento

  • Lusa
  • 10 Março 2018

Salientando que o interior "não é uma região menos capaz", Caldeira Cabral considerou que, pelo contrário, é uma zona com "muitas soluções e que tem mostrado que é muito competitiva".

O ministro da Economia, Caldeira Cabral, considerou este sábado, em Castanheira de Pêra, que o interior é um espaço para grandes projetos de investimento, colocando de parte a ideia de que esta parte do país não tem soluções.

“O interior não tem de ser uma região sem prosperidade e há espaço para investimentos nas novas indústrias, como nas áreas mais tradicionais, como é o caso da agricultura”, sublinhou o governante. Falando na conferência “Valorizar o interior – Promover o investimento e o emprego”, organizada pela Confagri e UGT, Caldeira Cabral disse que a agricultura e as agroindústrias do interior tiveram em 2017 “um aumento das exportações muito significativo, com algumas áreas da agricultura a crescerem mais de 20%”.

O ministro da Economia apresentou vários exemplos de investimentos realizados em diversos setores, considerando que “no interior há espaço para grandes projetos em setores e áreas mais sofisticadas, que estão a acontecer”.

“É o resultado do investimento que tem sido feito, das novas dinâmicas empresariais e da melhor organização dos produtores, que está a trazer mais rendimento para as regiões do interior e, nesse sentido, temos de continuar a trabalhar para não olharmos para o interior como [região de] perda de empregos, diminuição da população e da atividade económica“, frisou.

Salientando que o interior “não é uma região menos capaz”, Caldeira Cabral considerou que, pelo contrário, é uma zona com “muitas soluções e que tem mostrado que é muito competitiva”, apontando também o crescimento registado no turismo.

Além do investimento em 43 novas unidades hoteleiras no interior, o ministro da Economia frisou, ainda, o reforço de 30 milhões no programa “Valorizar”, para projetos com “enfoque especial nas regiões onde houve incêndios, para restauro e valorização dos espaços afetados”. Segundo o governante, este programa está associado a investimentos de 58 milhões de euros em 250 projetos aprovados.

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Alexa ria-se sozinha. Amazon vai acabar com os sustos

Os utilizadores queixaram-se que a assistente virtual da Amazon, Alexa, soltava risos e gargalhadas... pregando alguns sustos. A tecnológica descobriu o problema. Vai resolvê-lo em breve.

A Amazon andou a assustar os seus clientes, ainda que de forma não intencional. A assistente virtual da empresa, chamada Alexa, assemelha-se a uma coluna e obedece a certas ordens dadas pelos utilizadores. O problema é que, nos últimos dias, tem vindo a causar o pânico ao soltar risos e gargalhadas inesperadas. A tecnológica já identificou a origem do problema. Garante que é uma questão de tempo até o problema ficar resolvido.

Alexa, assistente virtual da Amazon

Foi lançada em maio do ano passado e funciona em simultâneo com o dispositivo Echo Show. Responde a comandos de voz mas, parece que, um ano depois, ganhou vida própria. Nos últimos dias, os utilizadores desta assistente virtual têm-se queixado de sons semelhantes a risos de bruxas ou crianças, e até mesmo ordens não acatadas. A Alexa está programada com um riso padrão, que pode ser ativado quando o seu utilizador diz “Alexa, laught” (em português, “Alexa, ri-te”), mas a verdade é que, nas redes sociais, são vários os relatos espalhados sobre a vontade própria deste pequeno robô.

“A Alexa decidiu rir-se espontaneamente enquanto eu estava na cozinha. Eu e o @SnootyJuicer ficámos assustados. Pensei que estivesse uma criança a rir-se atrás de mim”, escreveu um utilizador no Twitter. Ou então “Estou deitada na cama, prestes a adormecer, quando a Alexa, no meu Amazon Eco Dot, soltou uma risada muito alta e assustadora… há uma grande hipótese de morrer assassinada esta noite“, escreveu outro utilizador.

Após estes relatos dos utilizadores, a tecnológica norte-americana já adiantou com uma explicação. A explicação poderá estar no facto de o aparelho ouvir sons ambientes ou de animais que se assemelhem a essas palavras mágicas.

A Amazon reconheceu o problema e prometeu resolvê-lo o mais rapidamente possível, escreve o Business Insider (conteúdo em inglês). Uma das soluções passa por alterar a frase que ativa o mecanismo de riso, ficando “Alexa, can you laugh?” (em português, “Alexa, podes rir?”).

“Em circunstâncias raras, a Alexa pode ouvir inequivocamente a frase ‘Alexa, ri’. Estamos a mudar essa frase para que seja menos provável haver falsos pedidos, e estamos a desativar a expressão original. A resposta da Alexa também está a ser mudada para ‘Claro, eu posso rir'”, adiantou a Amazon.

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Isabel dos Santos lança site para se defender da Sonangol

  • ECO
  • 10 Março 2018

A empresária angolana está a recorrer a todas as formas possíveis para, diz, repor a verdade sobre as acusações que lhe são feitas pela Sonangol. Agora, lançou um site.

Sob o lema #falarverdade, Isabel dos Santos encontrou mais uma forma de se defender das acusações contra si feitas na conferência imprensa da Sonangol. Desta vez, lançou um site. No Factos Sonangol (www.factos-sonangol.com), a empresária angolana reúne desde o comunicado que emitiu em resposta a Carlos Saturnino, a entrevista ao Jornal de Negócios, mas também os posts nas redes sociais, entre eles vídeos.

“No âmbito da conferência de imprensa do passado dia 28 de fevereiro, relativa à apresentação de resultados da Sonangol, foram feitas acusações graves, pelo atual presidente do CA daquela empresa, à minha gestão e pessoa. É com o objetivo de repor a verdade que crio este site onde reúno todos os factos que contrariam as acusações proferidas“, refere Isabel dos Santos na abertura desta página.

Isabel dos Santos foi acusada por Saturnino de ter ficado com os dividendos da Galp Energia, de ter gasto milhões nos salários da sua administração, mas também de ter esbanjado dinheiro da empresa em consultoria. Isto além de ter feito transferências das contas da empresa para outras já depois de ter sido exonerada do cargo pelo novo presidente da Angola, João Lourenço.

Todas estas acusações são repudiadas pela filha do ex-presidente angolano, José Eduardo dos Santos. Emitiu um comunicado em que respondeu ponto por ponto a todas as acusações, sendo que logo a seguir deu uma entrevista ao Jornal de Negócios para repor a verdade dos factos. Logo depois, recorreu às redes sociais.

Numa série de posts no Facebook e Twitter, a empresária foi colocando “cartazes” em que expunha a mentira da Sonangol e a verdade dos factos, sob o lema #falarverdade. Ao mesmo tempo, e recorrendo às mesmas redes sociais, foi publicando pequenos vídeos em que contrapunha todas as acusações que lhe foram feitas pelo seu sucessor na liderança da Sonangol. Tudo isso está agora compilado neste site lançado a 9 de março.

"No âmbito da conferência de imprensa do passado dia 28 de fevereiro, relativa à apresentação de resultados da Sonangol, foram feitas acusações graves, pelo atual presidente do CA daquela empresa, à minha gestão e pessoa. É com o objetivo de repor a verdade que crio este site onde reúno todos os factos que contrariam as acusações proferidas.”

Isabel dos Santos

Empresária

Isabel dos Santos acusa Carlos Saturnino, atual presidente da Sonangol, de “procurar buscar um bode expiatório, para esconder o passado negro” da empresa e o que classifica de “falência” em que a encontrou. “Ora, isto não passa de uma manobra de diversão, para enganar o povo sobre quem realmente afundou a Sonangol”, afirmou a empresária, desafiando Saturnino a demitir-se.

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Há greve nos comboios esta segunda-feira. CP e Fertagus garantem serviços mínimos

  • Lusa
  • 10 Março 2018

Empresas como a Fertagus ou a CP terão de assegurar 25% da circulação em Lisboa e no Porto, e nos comboios alfa, intercidades e internacionais. A decisão foi tomada pelo Tribunal Arbitral.

O Tribunal Arbitral definiu serviços mínimos para o transporte ferroviário durante a greve marcada para segunda-feira na Infraestruturas de Portugal, para garantir 25% da circulação em Lisboa e no Porto, e nos comboios alfa, intercidades e internacionais.

Vários sindicatos da Infraestruturas de Portugal (IP) agendaram uma greve para segunda-feira e a CP já tinha avisado que iriam registar-se “fortes perturbações e supressões em todos os serviços”, não estando prevista a disponibilização de transportes alternativos.

Segundo a decisão do Tribunal Arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social, disponível no sítio de internet desta entidade, a definição de serviços mínimos para a Infraestruturas de Portugal, decidida por unanimidade, contempla disponibilização de canal para a realização de circulações, como os comboios urbanos de Lisboa e Porto, correspondente a cerca de 25% da realização em horário normal.

Fica também decidida a criação de condições para a realização de 25% das ligações regionais e dos comboios Alfas, Intercidades e Internacionais. Para os clientes que tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades e Regional que não se realizem devido à greve, a CP informou que vai permitir o reembolso do valor total ou a revalidação para outro dia ou comboio.

Os trabalhadores das empresas do grupo Infraestruturas de Portugal (IP) decidiram fazer uma greve em defesa de aumentos salariais imediatos de cerca de 4% já que dizem não ter aumentos desde 2009. Está a ser negociado um acordo coletivo de trabalho que vai vigorar nas empresas do grupo IP (IP – Infraestruturas de Portugal; IP- Telecom; IP – Engenharia e IP – Património).

Fertagus garante serviços mínimos estipulados para comboios na ponte 25 de Abril

A Fertagus vai garantir, na segunda-feira, a oferta de 25% dos habituais comboios da ligação ferroviária, na ponte 25 de Abril, percentagem definida para serviços mínimos em dia de greve nas Infraestruturas de Portugal, disse fonte da empresa.

Se a greve marcada por vários sindicatos da empresa Infraestruturas de Portugal não for desconvocada, a Fertagus, embora “esteja preparada para realizar a sua atividades habitual”, vai garantir 25% da oferta, como estipulado pelo Tribunal Arbitral como serviços mínimos, explicou à agência Lusa a fonte da empresa.

No ‘site’ na Internet da empresa é referido que, “face à greve na IP (Infraestrututras de Portugal), no dia 12 de março de 2018 encontram-se previstas perturbações na circulação de comboios, embora a Fertagus tenha todas as condições para o normal funcionamento da sua atividade”.

São apresentados os horários dos comboios previstos no período de greve, sendo 22 no sentido Lisboa-Setúbal, dos quais oito até Coina, e 20 no sentido inverso, para Lisboa, dos quais metade com partida em Coina.

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Empresa onde Nadal investe às compras em Lisboa. Paga 62 milhões por um quarteirão

  • ECO
  • 10 Março 2018

A espanhola Mabel Capital, empresa onde o tenista Rafael Nadal investiu, comprou o quarteirão lisboeta da Pastelaria Suíça, junto à Praça do Rossio, por 62 milhões de euros.

O quarteirão onde está a Pastelaria Suíça em Lisboa foi vendido a uma empresa espanhola. São quatro edifícios com uma área total de 12 mil metros distribuídos por sete pisos. O negócio foi feito por 62 milhões de euros, segundo o Expresso (acesso pago) deste sábado. Ou seja, o preço por metro quadrado supera os cinco mil euros.

O emblemático quarteirão está agora nas mãos da Mabel Capital, uma empresa espanhola onde o tenista Rafael Nadal é um dos investidores. Em Portugal, a empresa é representada pela JCKL Portugal – Investimentos Imobiliários, que agora é proprietária deste quarteirão. O negócio de 62 milhões de euros, se excluídas as áreas técnicas (condutas técnicas, exemplifica o semanário), coloca o preço por metro quadrado acima de seis mil euros, acima dos 3.500 euros habituais na zona.

O imóvel agora adquirido está em ruínas desde 2003 e terá de objeto de obras pelo novo proprietário, uma exigência que já tinha sido feita pela Câmara Municipal de Lisboa. “Os trabalhos, que visavam acautelar situações de segurança do prédio, estão praticamente concluídos, cabendo a sua conclusão, agora, ao novo proprietário“, afirma a Sociedade Hoteleira Seoane, a ex-proprietária do quarteirão, em declarações ao semanário.

A Seoane adquiriu o espaço em 2003, altura em que já estava com um “adiantado estado de degradação”. A ideia era transformar o quarteirão num hotel de cinco estrelas, mas não se sabe qual é o objetivo do novo proprietário. Uma notícia da semana passada do El Confidencial avançava que o uso seria hoteleiro e comercial.

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Sede da Agência de Investigação Clínica vai ser no Porto

  • Lusa
  • 10 Março 2018

A Câmara do Porto assinala que a constituição do “maior centro de investigação clínica do país deverá acontecer com celeridade”.

O Governo vai instalar no Porto a Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), que em 2023 deve atingir um orçamento de 20 milhões de euros, revela a autarquia, referindo-se à publicação da decisão em Diário da República.

“Colocar Portugal entre os países mais atrativos para a condução de estudos clínicos na União Europeia até 2020, aumentando o valor criado para os doentes, o sistema de saúde, a academia e a sociedade” é o principal objetivo da AICIB, que deve ser constituída dentro de três meses, informa a resolução do Conselho de Ministros de 15 de fevereiro, que determina que aquela entidade tenha sede no Porto e que foi publicada na sexta-feira, em Diário da República.

De acordo com a autarquia, a AICIB funcionará “como meio efetivo de promoção e desenvolvimento da investigação clínica em Portugal”, e “vai contar com investimento público e privado gradual, prevendo-se que, em 2023, atinja um orçamento de 20 milhões de euros”.

No seu portal de notícias, a Câmara do Porto refere que a AICIB seguirá “um modelo estatutário independente”, ficando sujeita aos termos do direito privado, porquanto contará com financiamento dos setores público e privado, sendo que devem “as contribuições do setor privado igualar ou superar as do setor público”.

Do lado do Estado, participa com a injeção de capital a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e Autoridade Nacional do Medicamento de Produtos de Saúde (Infarmed), ao passo que, do setor privado, são “associados fundadores” a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) e o Health Cluster Portugal. Relativamente ao modelo de financiamento, o DR estipula que a “dotação patrimonial inicial” corresponderá a uma comparticipação de 100 mil euros cada, para a FCT e para o INFARMED.

De acordo com a autarquia, “este investimento será progressivo, sendo que, da parte da FCT”, se prevê que, neste ano chegue a, pelo menos, um milhão de euros, subindo-se o montante para três milhões de euros daqui a cinco anos, “sujeito a uma avaliação em 2021”. Para o Infarmed, a meta é que, em 2023, comparticipe a AICIB em seis milhões de euros, segundo a Câmara do Porto.

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