O que quer Bolsonaro para a economia do Brasil

O novo Presidente da República do Brasil foi eleito este domingo e apresentou um conjunto de propostas que acredita que vão melhorar a economia do país.

Poucas horas depois de ser eleito Presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), prepara-se para assumir um “complicado quadro económico”, diz a BBC. “A nossa prioridade é criar crescimento, oportunidades e emprego, retirando enormes contingentes da população da situação precária na qual se encontram”, diz o eleito, no programa eleitoral que apresentou.

Um superministério para a economia

Uma das medidas que Bolsonaro pretende implementar é a criação de um “superministério” da Economia. Aqui, serão fundidas quatro pastas: Fazenda, Planeamento, Indústria e Comércio. O ministro será o seu assessor, Paulo Guedes, um economista liberal que é a favor da redução do tamanho do Estado, diz a BBC. Para além disso, as instituições financeiras federais passam a estar subordinadas a este novo ministério. “O país funcionará melhor com menos ministérios“, lê-se na proposta de Bolsonaro.

Além disso, o presidente eleito do Brasil quer dar independência formal ao Banco Central do Brasil, para conduzir a política monetária do país.

Transformar défice primário em excedente

De acordo com a proposta de Bolsonaro, “corruptos e populistas” deixaram um “défice primário (excluindo o pagamento dos juros da dívida pública) elevado, uma situação fiscal explosiva, com baixo crescimento e elevado desemprego“. Para o próximo ano, o anterior Governo estimava um défice primário de 139 biliões de reais, algo que o novo Presidente da República vai tentar “reduzir rapidamente”.

O objetivo é “equilibrar as contas públicas no menor prazo possível, tentando um superávite primário que estabilize a relação dívida/PIB”. Assim, diz ser necessário reduzir esse défice para “atingir um superávite primário já em 2020“, e a estratégia vai passar por “adotar as mesmas ações que funcionam nos países com crescimento, emprego, baixa inflação, salários para os trabalhadores e oportunidades para todos”.

Reduzir a dívida pública em 20%

Bolsonaro quer reduzir a dívida pública do Brasil em 20%. Em setembro, estava nos 3,779 triliões de reais, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, citada pela Globo. Para isso, quer apostar nas privatizações e concessões. “Todos os recursos obtidos com privatizações e concessões deverão ser obrigatoriamente utilizados para o pagamento da dívida pública”, diz na proposta para governar.

De acordo com a BBC, Bolsonaro disse várias vezes que, no primeiro ano de Governo, pretende privatizar ou acabar com cerca de 50 empresas públicas que foram criadas durante o Governo do Partido dos Trabalhadores (PT). Contudo, diz o mesmo site, é contra a privatização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e de Furnas. Mais recentemente, também se mostrou contra a privatização do setor energético, como a Petrobras — embora tenha admitido que possa vir a acontecer “se não houver outra solução”.

Para além disso, pretende ainda reduzir a dívida pública através da “venda de propriedades imobiliárias” e da “devolução de recursos em instituições financeiras oficiais que são utilizados sem um benefício claro à população brasileira”, lê-se na proposta.

Manter inflação nos 4,5%

A inflação é o maior inimigo das classes mais desamparadas, pois empobrece não apenas o trabalhador, mas também aumenta a desigualdade de salários, piorando a situação dos mais pobres”, lê-se na proposta. No ano passado, a inflação do Brasil fixou-se em 2,95%, um valor que ficou, pela primeira vez, abaixo da meta de 3% do Governo, de acordo com o G1.

Embora não seja uma medida que conste na proposta apresentada, durante uma entrevista à Globo, a primeira enquanto candidato, Bolsonaro defendeu que a meta da inflação deve ser mantida em 4,5%. “Acho que tem de se manter essa meta. Agora, é importante dizer que a inflação está muito mais baixa, não pelo trabalho da equipa económica, mas sim pelo desemprego e pelo empobrecimento da população“, disse, citado pela Gazeta Online. “Inflação baixa e previsível será uma das prioridades inegociáveis no nosso Governo”, lê-se na proposta.

Nova carteira de trabalho para jovens

Jair Bolsonaro quer criar uma “nova carteira de trabalho, verde e amarela, voluntária, para novos trabalhadores“, lê-se na proposta. Atualmente, de acordo com o Notícias UOL, no Brasil, a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), azul, assegura ao trabalhador acesso aos 34 direitos que estão estabelecidos na Constituição Federal, como salário mínimo, subsídio de desemprego, folgas semanais remuneradas, subsídio de férias e Natal, etc. Por sua vez, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) detalha os direitos e os deveres dos trabalhadores e dos patrões, explica o mesmo site.

Então, de acordo com a proposta de Bolsonaro, os jovens que entrem para o mercado de trabalho poderão “escolher entre um vínculo baseado na carteira de trabalho tradicional (azul) ou uma carteira de trabalho verde e amarela — onde o contrato individual prevalece sobre a CLT, mantendo todos os direitos constitucionais”.

Em entrevista à rádio Jovem Pan, citado pelo Notícias UOL, Bolsonaro afirmou: “O que as empresas me têm dito, e eu concordo, é que o trabalhador vai ter de viver esse dia: menos direitos e (mais) emprego ou todos os direitos e o desemprego“. De acordo com o mesmo site, a taxa de desemprego entre os brasileiros com 18 a 24 anos foi de 26,6% no segundo trimestre. O correspondente a 4,1 milhões de jovens desempregados no Brasil.

Permissão para escolher sindicatos

Bolsonaro pretende acabar com a “unicidade sindical”, que atualmente consta na Constituição do Brasil (PEC). Atualmente, os trabalhadores não se podem aliar a mais do que um sindicato representativo de determinada categoria na mesma cidade, diz o Correio Braziliense. Assim, conforme consta na proposta de Governo, o deputado do PSL propõe a “permissão legal para a escolha entre sindicatos, viabilizando uma saudável competição que, em última instância, beneficia o trabalhador“.

“O sindicato precisa de convencer o trabalhador a se afiliar voluntariamente, através de bons serviços prestados à categoria”, explica.

Subsídio mínimo para todas as famílias

Atualmente, no Brasil, as famílias têm direito a um subsídio, inserido no Programa Bolsa Família, instituído no Governo de Lula da Silva e transformado em lei, em 2004. Consiste numa ajuda financeira às famílias mais carenciadas, normalmente com rendimentos até aos 178 reais, e que tenham no seu agregado familiar crianças até aos 17 anos. Esse subsídio implica certas contrapartidas por parte das famílias.

De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento Social, citados pelo jornal Gazeta do Povo, em agosto, 13,9 milhões de famílias brasileiras foram beneficiárias do Bolsa Família, tendo o Governo investido 2,6 biliões de reais. Ou seja, cada família recebeu, em média, 188,16 reais.

Bolsonaro quer definir um subsídio mínimo mensal para as famílias brasileiras, diz na sua proposta. “Propomos a modernização e o aprimoramento do Programa Bolsa Família e do Abono Salarial, com vantagens para os beneficiários. A nossa meta é garantir, para cada brasileiro, um subsídio igual ou superior ao que é atualmente pago”.

Fim do “monopólio da Petrobras”

Bolsonaro quer “promover a competição no setor do gás e do petróleo”. Como explica na proposta que apresentou, os “preços praticados pela Petrobras devem seguir os mercados internacionais”, ao mesmo tempo que beneficiam os consumidores. Assim, aconselha a empresa — cujo principal acionista é o Governo do Brasil –, a vender uma “parcela substancial da sua capacidade de refinaria, venda a retalho, transporte e outras atividades onde tenha poder de mercado“.

No que diz respeito aos preços no setor energético, incluindo dos combustíveis, o Presidente da República diz que é preciso discuti-los novamente entre todos os Estados federais, “com o objetivo de não sobrecarregar o consumidor brasileiro”. Destacando a importância que o gás natural tem tido no setor, Bolsonaro defende a importância de “acabar com o monopólio da Petrobras sobre toda a cadeia de produção do combustível”.

E propõe que isso seja feito através do “livre acesso e partilha de gasodutos de transporte”, da “independência de distribuidoras e transportadoras de gás natural, não devendo estas estar atreladas aos interesses de uma única empresa”, da “criação de um mercado de gás natural” e do “incentivo à exploração não convencional, podendo esta ser praticada por pequenos produtores”, lê-se na sua proposta.

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5 coisas que vão marcar o dia

A discussão e votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2019 arranca esta semana. Do lado das empresas, Galp e Impresa prestam as contas do terceiro trimestre.

A semana arranca com o início da discussão do Orçamento do Estado no Parlamento, depois de Mário Centeno já ter sido confrontado na Comissão de Orçamento e Finanças. É também dia para conhecer os resultados do terceiro trimestre da Galp e da Impresa, ao mesmo tempo que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os dados mais recentes relativos à avaliação bancária na habitação.

Parlamento começa a discutir Orçamento

Depois de já ter sido apresentado na Comissão de Orçamento e Finanças e na Comissão de Trabalho e Segurança Social, o Orçamento do Estado para 2019 começa, esta segunda-feira, a ser discutido em plenário, para depois ser votado na generalidade na terça-feira. A apreciação na especialidade vai decorrer já durante o mês de novembro e a votação final global terá lugar no dia 29 desse mesmo mês.

INE divulga dados da avaliação bancária às casas

O INE divulga, esta manhã, os dados mais recentes da avaliação que os bancos atribuem às casas na hora de dar crédito à habitação, numa altura em que os valores estão máximos de uma década. Em agosto, os preços subiram pelo 17.º mês consecutivo, para um valor médio de 1.196 euros por metro quadrado, mais nove euros do que em julho.

Galp presta contas do terceiro trimestre…

A Galp vai apresentar os resultados do terceiro trimestre deste ano, depois de ter reportado lucros de 387 milhões no primeiro semestre, o que representou um aumento de 68% relativamente a igual período do ano passado. A melhoria dos resultados ficou a dever-se ao aumento da produção e à subida dos preços do petróleo. Poderá ser um momento de alívio para o desempenho bolsista da petrolífera, que tem sido penalizada pela guerra comercial, a instabilidade geopolítica e a pressão dos preços do petróleo. No conjunto do mês de outubro, já desvalorizou perto de 15%.

… Impresa também

Também a Impresa vai apresentar os resultados do terceiro trimestre, depois de reportado lucros de 2,5 milhões de euros no conjunto dos seis primeiros meses do ano. Nesse período, a empresa beneficiou da venda do portefólio de revistas ao empresário Luís Delgado, por 10,2 milhões de euros.

Professores em greve

Depois da greve geral de funcionários públicos na passada sexta-feira, os professores continuam em protesto esta segunda-feira. As organizações sindicais de professores e educadores entregaram pré-avisos de greve diários, o primeiro dos quais para 29 de outubro. Desta forma, para cada dia fica convocada uma greve que incidirá sobre as “reuniões de avaliação intercalar dos alunos, caso as atividades da escola não sejam interrompidas para o efeito. A greve incidirá, ainda, sobre as reuniões de conselho pedagógico, conselho de departamento, conselho de docentes, conselho de turma.

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Marcelo Rebelo de Sousa enviou mensagem de felicitações a Jair Bolsonaro

  • Lusa e ECO
  • 28 Outubro 2018

O Presidente da República enviou uma "mensagem de felicitações" a Jair Bolsonaro. Marcelo Rebelo de Sousa falou também da "cada vez mais importante comunidade brasileira" em Portugal.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou uma “mensagem de felicitações” ao Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, na qual se referiu aos “laços de fraternidade” bilaterais e à “significativa comunidade” portuguesa neste país.

Numa nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, lê-se que Marcelo Rebelo de Sousa “enviou uma mensagem de felicitações ao Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, na qual fez referência aos laços de fraternidade que unem Portugal e o Brasil”.

Segundo a mesma nota, o chefe de Estado fez também referência “à significativa comunidade de portugueses e lusodescendentes residentes no Brasil”, bem como “à cada vez mais importante comunidade brasileira” em Portugal.

Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que espera que os próximos quatro anos sejam marcados por um “trabalho em conjunto” e um “papel importante” do Brasil na CPLP.

O candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro (PSL) venceu hoje a segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, registando 55,6% dos votos quando estavam 92,08% das secções de voto apuradas, sendo eleito Presidente da República Federativa do Brasil.

A segunda volta das eleições presidenciais no Brasil disputada entre Jair Bolsonaro, de 63 anos, capitão do Exército na reserva e deputado federal há 27 anos que passou por diversas forças políticas e este ano se filiou no PSL, e Fernando Haddad, de 55 anos, professor universitário, do PT, que foi ministro da Educação nos governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff e prefeito de São Paulo.

Jair Bolsonaro, que elogia o período de ditadura militar no Brasil e se declarou “favorável à tortura”, tinha sido o candidato mais votado na primeira volta das presidenciais brasileiras, no dia 07 de outubro, com cerca de 46% dos votos, e liderou sempre as sondagens contra o seu adversário Fernando Haddad na segunda volta.

(Notícia atualizada às 13h35 do dia 29 com as declarações do Presidente da República aos jornalistas).

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#EleGanhou. Bolsonaro é o novo presidente do Brasil

Jair Bolsonaro sucede a Michel Temer como 38.º Presidente da República Federativa do Brasil. Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, foi derrotado.

Segundo os números oficiais do Tribunal Superior Eleitoral, com 99,53% das secções de voto apuradas, Jair Bolsonaro lidera com 55,21% dos votos. Fernando Haddad contabiliza 44,79%. Jair Bolsonaro sucede a Michel Temer como 38.º Presidente da República Federativa do Brasil.

Jair Bolsonaro já reagiu aos resultados, num vídeo publicado nas redes sociais, agradeceu os votos e as orações do povo brasileiro, a quem agradeceu a confiança. “Temos condições de governabilidade” e condições para “resgatar o Brasil”, disse o candidato do PSL. “Vamos juntos mudar o destino do Brasil. Sabíamos para onde estávamos indo, agora sabemos para onde queremos ir”, afirmou Bolsonaro.

“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”

Mais tarde, no discurso de vitória, Bolsonaro afirmou que “este Governo será defensor da Constituição, da democracia e liberdade”. “Liberdade é um princípio fundamental, liberdade política e religiosa”. Prometeu transformar o Brasil “num país próspero” e ainda “mais Brasil e menos Brasília”

No plano económico, repetiu a promessa de “eliminar o défice público primário” e “converte-lo em superávite”.

Afirmou que trabalhará para todos os brasileiros e terminou com o mote da campanha: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Fernando Haddad, no discurso de derrota, disse: “Não vamos deixar este país para trás, vamos defender o nosso ponto de vista, respeitando as instituições”. Lembrou que daqui a quatro anos há novas eleições e prometeu que “não vamos deixar de exercer a nossa cidadania”.

Sondagens acertaram

Este resultado confirma a tendência da primeira volta em que Jair Bolsonaro, que encabeça o Partido Social Liberal (PSL, de extrema-direita), obteve 46% dos votos, derrotando na altura Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT).

Para a segunda volta, as sondagens voltaram a dar vantagem a Jair Bolsonaro. Segundo os números do instituto Ibope, divulgados este sábado no Brasil, Jair Bolsonaro, do PSL, poderia ganhar com 54% dos votos, à frente de Fernando Haddad, do PT, que na sondagem registou 46%, uma diferença de nove pontos.

Além da corrida pelo cargo de Presidente, os cerca de 147,3 milhões de eleitores brasileiros foram chamados este domingo às urnas também para escolheram os próximos representantes no Parlamento (Câmara dos Deputados e Senado) e dos Governos regionais que não ficaram definidos na primeira volta, que se realizou a 7 de outubro.

Marcelo felicita

Fora do Brasil, Bolsonaro também foi o grande vencedor na contagem dos votos. O candidato de extrema-direita venceu, por exemplo, a votação nas 27 assembleias de voto em Lisboa, conquistando 64,4% dos 6.948 votos válidos. No Porto, venceu com 66,5%.

Marcelo Rebelo de Sousa já enviou uma mensagem de felicitações ao Presidente eleito da República Federativa do Brasil. Numa nota publicada no site, lê-se que “o Presidente da República enviou uma mensagem de felicitações ao Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, na qual fez referência aos laços de fraternidade que unem Portugal e o Brasil e à significativa comunidade de portugueses e lusodescendentes residentes no Brasil, bem como à cada vez mais importante comunidade brasileira no nosso País”.

Jair Bolsonaro, no discurso de vitória, transmitido em direto pela RTP3.

Quem é Bolsonaro?

Capitão do exército reformado e defensor da ditadura militar — regime que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985 –, Jair Messias Bolsonaro nasceu a 21 de março de 1955 (63 anos) e iniciou a carreira política como uma figura caricata de posições extremas e discursos agressivos em defesa da autoridade do Estado e dos valores da família cristã, segundo um perfil feito pela agência Lusa.

Chamado de “mito” e “herói” pelos seus apoiantes e de “perigo à democracia” por críticos e adversários, Jair Bolsonaro está na política brasileira há 28 anos e foi eleito deputado (membro da câmara baixa) sete vezes consecutivas, mas sem nunca ter ocupado um cargo importante no Parlamento.

Bolsonaro ganhou notoriedade nos últimos anos e transformou-se num líder capaz de mobilizar milhões de eleitores desiludidos com a mais severa recessão económica da história do Brasil, que eclodiu entre os anos de 2015 e 2016, ao mesmo tempo em que as lideranças políticas tradicionais do país têm sido envolvidas em escândalos de corrupção.

(Notícia atualizada às 23h36)

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Marques Mendes diz que Centeno fez um Orçamento “verdadeiro e outro manipulado”

Marques Mendes diz que o ministro das Finanças fez dois orçamentos, um para Bruxelas e outro para agradar ao Bloco e ao PCP.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) duvida da meta do Governo para o défice do próximo ano. O Executivo prevê um défice de 0,2%, mas os técnicos que apreciaram a proposta de Orçamento do Estado para 2019 apontam para um défice de 0,5% em 2019, para além de não verem qualquer ajustamento estrutural das contas públicas.

Marques Mendes, no seu comentário semanal na SIC, diz que é um “truque de Mário Centeno que, na prática, fez dois orçamentos”, um “para agradar ao PCP e ao Bloco de Esquerda”, e outro “para Bruxelas”.

Segundo o comentador da SIC, há um Orçamento “verdadeiro e outro manipulado. Vai ser votado um défice de 0,5%, mas no relatório em anexo faz uma cativação e diz que vai ter um défice de 0,2%”.

“Não é um exercício transparente”, diz Mendes que acusa ainda o Governo de “arrogância” para com a UTAO, “tal como já tinha feito no passado com o Conselho das Finanças Públicas” e depois, mais recentemente, com a tentativa de colocar um deputado do PS na ERSE, o regulador independente do setor energético.

A UTAO vê uma discrepância significativa entre aquele que considera ser, de facto, o valor do saldo orçamental, e aquele que é apresentado pelo Governo. Segundo os cálculos da UTAO, o “saldo orçamental compatível com o saldo global constante dos mapas da proposta de lei e o valor dos ajustamentos é de -975 milhões de euros, e não os -385 milhões que o relatório do Ministério das Finanças apresenta”. Há, assim, “uma discrepância de 590 milhões de euros, ou 0,3% do PIB”.

Consideradas todas estas reservas, a UTAO calcula, assim, que o défice seja de 0,5% e não de 0,2% em 2019, uma alteração que “reforça o risco de incumprimento” do ajustamento orçamental que é exigido por Bruxelas.

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Coligação de Merkel com pior resultado desde 1966 nas regionais de Hesse

  • Lusa
  • 28 Outubro 2018

Com uma votação entre 12% a 13%, o partido da extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) consegue entrar no parlamento regional de Hesse.

Os partidos da coligação governamental da Alemanha deverão sofrer quedas importantes nas eleições regionais em Hesse, enquanto o partido de extrema-direita passará a ter representação no parlamento regional, segundo projeções ao fecho das urnas.

Segundo as projeções das cadeias de televisão públicas ARD e ZDF ao fecho das urnas, a União Democrata Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, vence as eleições com 27% a 28% dos votos, mas perde quase 11 pontos relativamente às eleições de 2013.

A confirmarem-se as projeções, trata-se do pior resultado da CDU na região desde 1966.

Os sociais-democratas do SPD, o outro parceiro da coligação governamental, deverão conquistar 19,8% dos votos, resultado que representa menos 10,9 pontos do que nas eleições anteriores.

Com uma votação entre 12% a 13%, o partido da extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) consegue entrar no parlamento regional de Hesse, o único dos 16 do país onde ainda não tinha representação.

Os Verdes, que na legislatura anterior integraram a coligação com a CDU neste estado, deverão conseguir 20% dos votos, registando uma subida de quase nove pontos.

As projeções apontam subidas ligeiras de 1,4 e 2,2 pontos para os partidos Esquerda (6,6%) e Liberais (7,2%)

Numa primeira reação, o primeiro-ministro de Hesse, Volker Bouffier, disse que se trata de uma “perda dolorosa” de votos, que será encarada com muita seriedade.

Bouffier considerou, por outro lado, que o resultado das eleições em Hesse foi muito influenciado pelas clivagens na coligação governamental a nível nacional.

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Bolsonaro ganha em Lisboa com 64,4% dos votos

  • Lusa
  • 28 Outubro 2018

O candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro venceu a votação nas 27 assembleias de voto em Lisboa, conquistando 64,4% dos 6.948 votos válidos.

O candidato da extrema-direita às eleições presidenciais brasileiras, Jair Bolsonaro, venceu a votação nas 27 assembleias de voto em Lisboa, conquistando 64,4% dos 6.948 votos válidos, segundo os resultados oficiais.

De acordo com os dados afixados na Faculdade de Direito, onde decorreu a votação em Lisboa, Jair Bolsonaro (Partido Social Liberal – PSL) obteve 4.475 votos contra 2.473 votos (35,5%) do candidato do PT (Partido dos Trabalhadores, esquerda), Fernando Haddad.

Cerca de 147,3 milhões de eleitores brasileiros foram chamados hoje às urnas para decidir quem será o próximo Presidente da República brasileiro, numa disputa entre a extrema-direita, com Jair Bolsonaro, e a esquerda, com Fernando Haddad.

Além da corrida para o cargo de Presidente, os brasileiros terão também de escolher os próximos representantes no parlamento (Câmara dos Deputados e Senado) e nos governos regionais que não ficaram definidos na primeira volta, que se realizou a 07 de outubro.

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FC Barcelona “afunda” Real Madrid com goleada por 5-1

  • Lusa
  • 28 Outubro 2018

O Real Madrid, que somou o quinto jogo consecutivo sem vencer no campeonato e a terceira derrota seguida, caiu para o nono lugar, com 14 pontos.

O FC Barcelona agudizou este domingo a crise do Real Madrid, ao vencer por 5-1 na receção aos “merengues”, em jogo da 10.ª jornada da Liga espanhola de futebol, com três golos do uruguaio Luis Suárez.

Na ausência do argentino Lionel Messi, lesionado, o brasileiro Philippe Coutinho deu vantagem aos campeões espanhóis, aos 11 minutos, e Suárez aumentou a vantagem, aos 30, na conversão de uma grande penalidade. Na segunda parte, o brasileiro Marcelo reduziu para a formação comandada por Julen Lopetegui, aos 50, mas Suárez, aos 75 e 83, e o chileno Arturo Vidal, aos 87, selaram a goleada, que deixou a formação “culé” isolada na liderança do campeonato, com 21 pontos.

Os comandados de Ernesto Valverde têm dois pontos de vantagem sobre o Atlético de Madrid, segundo classificado, e mais três do que o Espanyol, terceiro. O Real Madrid, que somou o quinto jogo consecutivo sem vencer no campeonato e a terceira derrota seguida, caiu para o nono lugar, com 14 pontos.

A mais recente goleada num clássico de “La Liga” remontava à época 2015/16, quando, em novembro de 2015, os catalães foram vencer a Madrid, por 4-0, e a última vez que o FC Barcelona tinha marcado cinco golos contra o Real Madrid aconteceu na temporada 2010/11, quando derrotou os “blancos”, então comandados por José Mourinho, por 5-0.

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Fabricar diamantes no micro-ondas? Sim, o setor da joalharia está a mudar

Os cientistas defendem o mercado de diamantes de laboratório como uma opção "mais barata, mais ecológica e eticamente correta".

Diamantes e micro-ondas parecem, à partida, palavras que não estariam na mesma frase. Mas, a verdade é que, graças à transformação digital, não só se dizem uma a seguir à outra como, também, uma fabrica a outra. Vários grupos de cientistas estão a utilizar o pequeno eletrodoméstico que faz parte da cozinha da maioria dos portugueses para fabricar diamantes “perfeitos”.

Tecnologias como a inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT, na sigla inglesa) e big data têm sido algumas das grandes protagonistas da transformação digital, um processo que está a revolucionar todo o tipo de setores e que já carrega, por isso, o título de quarta revolução industrial. Nem o setor da joalharia escapa, aliás, nesta indústria as mudanças podem ser enormes.

A nova solução pode passar por um laboratório, tal como já acontece com algumas soluções de carne, a chamada carne de laboratório. A história é contada pelo Business Insider. Cada vez são mais os cientistas que se dedicam ao fabrico de diamantes sintéticos. Saídos diretamente de um laboratório, é praticamente impossível distingui-los dos extraídos da terra, de acordo com um artigo da Science Alerta. Para decifrar quais é que são os diamantes sintéticos, é preciso maquinaria avançada.

O processo funciona assim: introduz-se uma peça de carbono num micro-ondas, juntamente com metano ou algum outro gás que contenha carbono, e espera-se até que a alta temperatura aqueça a mistura o suficiente até que se criem uma série de partículas, que depois podem chegar a cristalizar em diamantes, ao fim de dez semanas.

“Mais baratos, mais ecológicos e eticamente corretos”

De acordo com os cientistas, citados pelo Business Insider, o mercado de diamantes de laboratório é “seguramente crescente”, uma vez que “oferece uma opção mais barata, mais ecológica e eticamente correta”. Mais correta porque, em teoria, os diamantes do laboratório servirão para acabar com o negócio dos “diamantes de sangue”, extraídos em zonas de conflito e vendidos para financiar guerras em África, muitas vezes recorrendo à escravatura.

Além de baixar os custos de produção, de serem mais ecológicos e “eticamente corretos”, os diamantes do laboratório recolhem cada vez mais adeptos. De acordo com um recente inquérito, menos de metade dos consumidores dos Estados Unidos da América (EUA), com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos, preferem um diamante natural a um químico.

Ainda que os diamantes fabricados artificialmente já existam há décadas, ao longo dos últimos anos a tecnologia tem facilitado o processo e criado diamantes cada vez maiores e mais parecidos com os “tradicionais”. Os estudos apontam para que, até 2026, sejam criados 20 milhões de diamantes em laboratório.

Há umas semanas, o The New York Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês) publicou uma reportagem sobre a decisão da Swarovski de começar a comercializar joias realizadas com minerais sintéticos. O texto desencadeou uma carta a Jean-Marc Lieberherr, CEO da Associação de Produtores de Diamantes (DPA, na sigla inglesa), a entidade mais importante do setor mineiro. Na opinião do CEO da DPA, “tal como não se pode comparar um quadro original como uma reprodução, não se pode comparar um diamante com uma réplica”. Uma lógica bastante parecida com aquela que os produtores de carne dos EUA defendem, lutam para que a carne saída de laboratórios não seja comercializada como “carne”.

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Parlamento vai votar défice de 0,5% e não 0,2%, diz Rui Rio

  • Lusa
  • 28 Outubro 2018

"Se os mapas não mudarem, se a lei não mudar, aquilo que a Assembleia vai aprovar é um défice de 975 milhões de euros, 0,5% do PIB, pior do que em 2018", disse o presidente do PSD.

O presidente do PSD, Rui Rio, disse este domingo que se os mapas orçamentais ou a lei não mudarem, a Assembleia da República votará um défice de 0,5% do PIB para 2019, indicador “pior do que em 2018”.

Se os mapas não mudarem, se a lei não mudar, aquilo que a Assembleia vai aprovar é um défice de 975 milhões de euros, 0,5% do PIB, pior do que em 2018, e não aquilo que em termos propagandísticos o PS tem vindo a dizer”, disse o chefe dos sociais-democratas.

Falando nos Açores, à margem do XXIII congresso regional do partido, Rio reiterou que os 0,2% do PIB referidos pelo Governo e pelo PS — que dão um défice de 385 milhões de euros –, estão presentes no relatório do Orçamento, “documento não votado” pelos deputados. “Esse défice pode ser um conceito novo, o défice intencional, mas não é o défice aprovado na Assembleia”, sinalizou o social-democrata.

Falando perante algumas centenas de militantes do PSD nos Açores, Rui Rio criticou ainda a “carga fiscal” do atual Governo, dizendo que “basta de impostos”. Recentemente, Rio havia já definido como “inadmissível” a diferença de valores do défice apresentados na proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) e no relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental.

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Quadro pintado por inteligência artificial leiloado por mais de 400 mil dólares

O quadro, que retrata o personagem fictício Edmond Belamy, foi criado a partir de um tipo de algoritmo, que analisa várias obras e, a partir daí, produz uma pintura.

O quadro “Portrait of Edmond Belamy” foi vendido em leilão por 432 mil dólares. Este valor surpreendeu os presentes porque o autor foi… a Inteligência Artificial (IA). A pintura, que foi leiloada na Christie’s em Nova Iorque, foi criada a partir de um algoritmo que produz peças através da análise de obras de vários pintores.

O valor pelo qual se esperava vender aquela que é a primeira obra feita inteiramente por IA a ir a leilão era entre os sete a dez mil dólares, indica a Engadget (acesso livre/conteúdo em inglês). Acabou arrematada por mais de 60 vezes o valor antecipado pela leiloeira.

A pintura foi criada pela coletiva parisiense Obvious, que desenvolve trabalhos que juntam a arte à Inteligência Artificial, e tem parcerias, por exemplo, com a Christie’s e com a Nvidia.

O sistema que criou a pintura analisou cerca de 15 mil retratos, pintados entre os séculos XIV e XX, a partir dos quais o “gerador” se baseou para ir criando obras próprias.

Estas criações foram sendo avaliadas por outra parte do sistema, o “discriminador”, que identificava entre duas peças, qual tinha sido criada com IA e qual tinha sido pela mão de um pintor. O processo continuou até a máquina não conseguir distinguir entre as duas, e o retrato de Edmond Belamy, que não chegou a existir, foi posto em leilão.

A imagem é impressa em tela, emoldurada e assinada com a fórmula matemática que mostra a relação entre o “gerador” e o “discriminador”. Deste processo resultou uma série de 11 obras, todas a retratar pessoas “imaginárias” da família Belamy, formadas a partir das pinturas de artistas humanos. Excluindo aquela que foi a leilão, estas peças estão à venda por dez mil dólares cada.

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Afluência às presidenciais brasileiras em Portugal parece superar 2014

  • Lusa
  • 28 Outubro 2018

As portas da Faculdade de Direito vão fechar-se às 17h. Cônsul do Brasil em Lisboa disse que pelas 20h00 já deverá ser possível saber quem é que os brasileiros que votaram em Portugal escolheram.

O cônsul do Brasil em Lisboa disse este domingo que pelas 20h00 já deverá ser possível saber os resultados da votação dos brasileiros em Portugal, adiantando que a afluência aparenta ser superior à das últimas eleições.

A minha expectativa é que o número de eleitores que votaram na primeira volta, a 7 de outubro, seja superado, disse o embaixador José Roberto de Almeida Pinto em declarações à Lusa na Faculdade de Direito de Lisboa, onde os brasileiros em Lisboa estão hoje a votar. “Na primeira volta de 2018 já tivemos uma participação que foi percentualmente mais elevada do que a das duas voltas em 2014 [quando mais de 32% dos eleitores inscritos votaram], daí a expectativa de que a segunda volta possa ter uma afluência ainda maior”.

O cônsul do Brasil em Portugal disse ainda que a votação tem decorrido sem quaisquer incidentes e que pelas 20h00 já deverá ser possível saber quem os brasileiros que votaram em Portugal escolheram. “A esperança é que se possa saber os resultados pelas 19h30 ou 20h00, mas não posso saber, porque depende do número de eleitores” que até às 17h estejam dentro do local de voto, e só quando o último desses eleitores votar é que termina a votação em Lisboa.

Às 17h as portas da Faculdade de Direito vão fechar-se e só os eleitores que estejam já dentro da faculdade é que terão direito a votar depois da hora de fecho das portas. Questionado sobre quando será possível ter o resultado total da votação dos brasileiros em Portugal, o cônsul respondeu que isso não será divulgado em conjunto, porque não é permitido aos responsáveis eleitorais fazer as contas sobre a votação, razão pela qual, oficialmente, só serão conhecidos os resultados depois de somadas todas as folhas que serão afixadas com a contagem de votos em cada mesa eleitoral.

“Nós não podemos, legalmente, contabilizar o total”, salientou o embaixador José Roberto de Almeida Pinto. “Só vamos saber os resultados da votação de Lisboa, mas no Porto e em Faro farão a mesma coisa, e afixarão em local público, porque assim determina a lei brasileira“, conclui o responsável.

Cerca de 147,3 milhões de eleitores são chamados hoje às urnas para decidir quem será o próximo Presidente da República brasileiro, numa disputa entre a extrema-direita, com Jair Bolsonaro, e a esquerda, com Fernando Haddad. Além da corrida para o cargo de Presidente, os brasileiros terão também de escolher os próximos representantes no Parlamento (Câmara dos Deputados e Senado) e nos governos regionais que não ficaram definidos na primeira volta, que se realizou a 7 de outubro.

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