“Coletes amarelos” em França penalizaram economia da Zona Euro em dezembro
A atividade do setor da indústria e dos serviços da Zona Euro cresceu, em dezembro, ao ritmo mais lento em mais de quatro anos.
Os protestos que paralisaram grande parte de França em dezembro pesaram na atividade do setor da indústria e dos serviços da Zona Euro, que cresceu ao ritmo mais lento em mais de quatro anos, divulgou esta sexta-feira a IHS Markit.
O índice PMI compósito – índice de gestores de compras – que mostra a evolução da atividade económica no setor da indústria e dos serviços na região, desceu para 51,1 em dezembro, o nível mais baixo em mais de quatro anos, face aos 52,7 registados no mês anterior. A verificar-se uma queda similar em janeiro, o índice descerá para menos de 50, o que corresponde a uma contração.
De acordo com o relatório da IHS Markit, o abrandamento do crescimento em dezembro reflete a primeira queda da atividade dos serviços em França nos últimos dois anos e meio, na sequência dos protestos dos “coletes amarelos”.
“Embora uma queda nos negócios em França possa ser parcialmente atribuída aos protestos dos “coletes amarelos”, o resto da região não tem nenhum desses fatores atenuantes, apesar da recente fraqueza do setor automóvel, esperamos que seja um contratempo temporário”, afirma Chris Williamson, economista-chefe para a área de negócios da IHS Markit.
Entre os países que contribuem para o PMI compósito, na Alemanha o indicador registou o seu desempenho mais fraco em cinco anos e meio (51,6), enquanto em França desceu para um mínimo de mais de quatro anos, nos 48,7, um nível abaixo de 50, sinónimo de contração.
Já Itália resistiu a uma tendência mais ampla de queda, apesar de o indicador ter apenas estabilizado nos 50, depois de dois meses de contração.
Recorde-se que os protestos dos “coletes amarelos” começaram em 19 de novembro, contra a subida dos impostos sobre os combustíveis, mas desde então multiplicaram-se as manifestações contra a agenda de Macron e o seu estilo de governação. Os protestos bloquearam estradas e fecharam centros comerciais. Os receios levaram muitas lojas e restaurantes a fechar portas em muitas cidades do país.
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