Secretário de Estado diz que carga fiscal não é travão ao investimento

  • Lusa
  • 8 Março 2019

Segundo o governante “não interessa ver quais são as taxas nominais, mas a carga fiscal efetiva sobre as empresas”. Argumentou que não é pela carga fiscal que Portugal não tem tido mais investimento.

O secretário de Estado da Economia, João Correia Neves, considerou esta sexta-feira que a carga fiscal sobre as empresas não tem sido um travão ao investimento, frisando que Portugal tem a segunda carga fiscal mais baixa dos países da União Europeia.

“Penso que há um enorme equívoco sobre isso [carga fiscal]. Os dados do último estudo feito pela União Europeia revelam que nós temos a segunda mais baixa carga fiscal efetiva sobre as empresas”, disse João Correia Neves à margem de uma visita à Sociedade Águas de Monchique, nas Caldas de Monchique, distrito de Faro.

Segundo o governante “não interessa ver quais são as taxas nominais, mas sim a carga fiscal efetiva sobre as empresas”, argumentando que não é pela carga fiscal que Portugal não tem tido taxas “elevadíssimas” de investimento nos últimos anos.

Temos um conjunto de benefícios fiscais que são atribuídos às empresas, nomeadamente, àquelas que investem em áreas mais qualificadas e em inovação. Esse é um desenho que nós consideramos muito positivo e, aliás, as próprias estruturas da União Europeia assim o consideram”, sublinhou.

João Correia Nunes perspetiva que “o crescimento de investimento continue a crescer”, à semelhança do que acontece desde 2013, através de um grande esforço de recuperação feito pelas empresas. “Obviamente que se pudermos também fazer uma trajetória prudente da baixa das taxas de impostos, assim o faremos, não apenas para as empresas, como para todos os portugueses”, reforçou.

O governante iniciou esta sexta-feira na Sociedade Águas de Monchique uma visita a várias empresas do distrito de Faro no âmbito do roteiro “Encontros para a Competitividade e Inovação”, iniciativa do Ministério da Economia em colaboração com a Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI).

A Águas de Monchique tem em curso a requalificação da sua linha de produção, num investimento de 7,6 milhões de euros, com vista a aumentar a capacidade de engarrafamento. “Este investimento permite-nos passar da média atual de 9.000 garrafas por hora para as 23.000 garrafas por hora, mais que duplicando a produção”, frisou o presidente da empresa, estimando que em 2020 o volume de negócios atinja os 18 milhões de euros.

A nova linha, que deverá entrar em funcionamento em setembro deste ano, permitirá aumentar a quota no mercado nacional e a exportação, “nomeadamente para o mercado asiático, mais concretamente a China”, precisou Vítor Hugo Gonçalves. “Existe uma grande procura neste mercado, mas atualmente não conseguimos responder aos pedidos”, sublinhou.

Os “Encontros para a Competitividade e Inovação” pretendem dar a conhecer o tecido empresarial português e fomentar sinergias entre os agentes públicos e privados, com enfoque nos desafios para as empresas e para a regiões.

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