China anuncia “medidas fortes” para contrariar abrandamento económico
Pequim vai reduzir impostos e reduzir as contribuições das empresas para a Segurança Social. Executivo rejeita injetar crédito na economia ou aumentar o investimento público.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse esta sexta-feira que o país vai adotar “medidas fortes” para contrariar o abrandamento económico, sugerindo reformas orientadas para o mercado, em detrimento de mais crédito e gastos públicos deficitários.
Li, que falava numa conferência de imprensa após o encerramento da sessão anual do legislativo chinês, afirmou que Pequim vai reduzir impostos e aprovar medidas para “aumentar a vitalidade do mercado”.
“Certamente precisamos de tomar medidas fortes para lidar com as crescentes incertezas que enfrentamos este ano”, disse. Li Keqiang rejeitou, no entanto, uma injeção de crédito na economia ou o aumento do investimento público, afirmando que podem “levar a problemas no futuro”.
Em concreto, o primeiro-ministro apontou “medidas de flexibilização quantitativa” como de “oferta monetária” ou o “aumento do défice orçamental”, visando “injetar energia nos agentes de mercado para lidar com a desaceleração económica “.
E anunciou um corte dos impostos de cerca de 2 biliões de yuans (263 mil milhões de euros), incidindo no imposto sobre o valor acrescentado e a redução das contribuições para a Segurança Social, para “aliviar o fardo para as empresas”.
Sobre a sustentabilidade desta nova política fiscal, Li afirmou que o Governo “calculou bem os números”, e explicou que o Executivo vai “reduzir o orçamento dos serviços públicos” e “usar as reservas fiscais” para enfrentar a redução nas receitas do Governo.
“Estou confiante de que a economia chinesa continuará a desempenhar um papel estabilizador na economia mundial”, afirmou.
Li Keqiang expressou confiança de que o país asiático pode atingir a meta oficial de crescimento económico para este ano, fixada entre 6% e 6,5%.
No ano passado, a economia chinesa, a segunda maior do mundo, cresceu 6,6%, ou seja, o ritmo mais lento em quase três décadas.
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