Banco de Portugal quer conhecer exposição do Montepio a José Guilherme
No verão de 2015 o Montepio calculava em 28,2 milhões de euros as responsabilidades de José Guilherme perante o banco. Construtor civil devia mais de 100 milhões ao BES à data da resolução, em 2014.
O Banco de Portugal (BdP) quer conhecer a real dimensão da exposição do Banco Montepio a José Guilherme, construtor que ofereceu a Ricardo Salgado um presente de 14 milhões de euros como agradecimento por conselhos sobre o mercado angolano. No verão de 2015, o construtor acumulava 28,2 milhões de euros em dívidas à instituição. O primeiro crédito cedido pelo Montepio foi de 8,5 milhões de euros, em 2009, precisamente o ano em que o construtor terá oferecido um primeiro presente de 8,5 milhões ao ex-banqueiro.
Segundo escreve o Público (acesso condicionado) na edição desta quinta-feira, o banco central quer saber não apenas valor atualizado das responsabilidades de José Guilherme perante o Montepio, como as do construtor perante o Finibanco Angola, controlado pelo Montepio.
O supervisor bancário terá intensificado a pressão sobre o Montepio em setembro do ano passado, tendo enviado vários pedidos de esclarecimento à instituição desde essa altura. E se inicialmente o Montepio resistiu a partilhar informação, afirmando que o Banco Nacional de Angola não o permitia, “mais recentemente” a situação alterou-se e o Montepio começou a partilhar “o essencial da informação sobre a situação creditícia” de José Guilherme, escreve o jornal.
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O Público detalha ainda que no verão de 2015 o Montepio calculava em 28,2 milhões de euros as responsabilidade de José Guilherme perante o banco, tendo o último crédito cedido ao construtor, no valor de 17 milhões, sido cedido semanas antes da queda do BES — à data da resolução do Banco Espírito Santo, este construtor civil devia mais de 100 milhões ao BES.
A acumulação de créditos de José Guilherme perante o Montepio terá começado em 2009, com a cedência de um crédito pessoal de 8,5 milhões, subindo até 12,3 milhões em 2012, altura em que o então presidente do Montepio, Tomás Correia, transferiu a verba para uma empresa de arrendamento imobiliário que acabou por falir, e o dinheiro ficou por pagar. “Mas o movimento permitiu a Tomás Correia manter a torneira aberta até 2014, dando financiamentos pessoais ao construtor”, escreve o Público.
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