Portugal consegue taxa mais baixa de sempre por dívida a 10 anos. Paga apenas 0,639%
O IGCP emitiu um total de 1.250 milhões de euros com maturidades em 2029 e 2034. Nunca o país tinha emitido títulos a 10 anos com uma taxa inferior a 1%. A 15 anos, o juro também caiu.
Portugal pagou o juro mais baixo de sempre para emitir nova dívida a 10 anos. Num leilão duplo de obrigações do Tesouro realizado esta quarta-feira, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP colocou um total de 1.250 milhões de euros com maturidades em 2029 e 2034. Nos dois prazos, a taxa caiu.
Nas obrigações a 10 anos, o IGCP emitiu 625 milhões de euros com uma taxa de 0,639%. O último leilão de títulos com este prazo aconteceu em maio e Portugal tinha conseguido um juro de 1,059%. Na altura, este era o mínimo histórico, que foi agora arrasado.
“Portugal continua a estabelecer records, com novos mínimos históricos atingidos no que paga pela sua dívida de longo prazo”, afirmou Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, sublinhando que este foi “mais um leilão positivo e com taxas muito abaixo do custo médio da dívida nacional”.
O país nunca tinha emitido dívida com esta maturidade abaixo de 1% e esta forte quebra segue em linha com o comportamento da dívida portuguesa em mercado secundário. A yield da dívida portuguesa a 10 anos negoceia esta quarta-feira, em secundário, em 0,65%, próxima do mínimo histórico de 0,605% tocado na semana passada.
Juro da nova dívida alinha com mínimos em mercado secundário
Já no caso dos títulos a 15 anos, o IGCP emitiu 625 milhões de euros em OT com uma taxa de 1,052%. O juro não só ficou abaixo dos 1,563% conseguidos em maio como foi até inferior à taxa pedida pelos investidores pela dívida benchmark, ou seja, a 10 anos.
“A postura dos bancos centrais têm sido mais defensivas, com receios de um abrandamento económico ou possível recessão”. Estes fatores têm levado as taxas das dívidas soberanas para valores mais baixos, Portugal não foge à regra e vê neste momento as suas taxas em mínimos históricos”, acrescentou Silva.
Os investidores não só voltaram a mostrar confiança no país, como também um forte apetite pela dívida portuguesa. O IGCP conseguiu emitir o montante máximo indicativo, apesar de a procura ter recuado ligeiramente em ambas maturidades face ao último leilão comparativo.
Nas OT que vencem em 2029, a procura superou a oferta em 1,8 vezes (face a 1,88 vezes na última colocação) e, nas OT com prazo em 2034, a procura foi 1,63 vezes maior que a oferta (contra 1,9 vezes em maio).
(Notícia atualizada às 11h05)
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