Melhorar SIRESP pode custar até 25 milhões de euros
O grupo de trabalho que analisou o SIRESP a pedido do Governo concluiu que a rede precisa de melhorias significativas. Implementar as recomendações pode custar até 25 milhões de euros.
Tornar a rede de comunicações de emergência do Estado numa rede mais moderna e segura pode custar entre 20 e 25 milhões de euros aos cofres públicos, concluiu o grupo de trabalho que esteve a analisar o SIRESP para propor soluções para o futuro do sistema. A empresa vai passar para o controlo estatal no final deste ano, mas o atual contrato de fornecimento de serviços com a Altice e a Motorola só termina daqui a dois anos.
O relatório, elaborado pelo Instituto de Telecomunicações a pedido do Governo, inclui 47 recomendações para o futuro desta rede, que entrou na agenda pública depois das falhas registadas durante o grande incêndio em Pedrógão Grande, que matou mais de 60 pessoas em 2017. Desde então, o Estado tem sido pressionado a garantir a qualidade e o pleno funcionamento da infraestrutura, mesmo em situações de catástrofe. A pressão levou o Governo a comprar a totalidade do capital da empresa, por sete milhões de euros.
Apesar de o Executivo reiterar que os portugueses “podem confiar” no SIRESP, o grupo de trabalho aponta que, tal como a rede está, não é segura, sobretudo “em situações extraordinárias”, noticia o Público (acesso condicionado). Em causa está o facto de ser constituída por estruturas “muito vulneráveis” e que não permitem atualizações muito significativas ao nível tecnológico no futuro pós-Altice e Motorola.
A segurança do SIRESP não está em conformidade com os requisitos, adotados a nível internacional,
O jornal cita mesmo o relatório do grupo de trabalho, que não deixa dúvidas quanto à necessidade de melhorias na rede de comunicações pública: “A segurança do SIRESP não está em conformidade com os requisitos, adotados a nível internacional, exigíveis a sistemas de radiocomunicações de proteção pública e recuperação de desastre, utilizados para o cumprimento de operações de proteção civil, de segurança interna ou de planeamento civil de emergência, em especial em situações extraordinárias”, lê-se no documento consultado pelo Público.
O grupo recomenda, entre outras coisas, a criação de uma rede de cabos de fibra ótica enterrados ou o uso de feixes hertzianos, que são ligações via ondas eletromagnéticas muito direcionadas ponto a ponto. Tudo somado, as melhorias sugeridas, que se traduzem em investimentos profundos na estrutura e infraestrutura, poderão custar ao Estado até 25 milhões de euros.
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