Há mais investimento (e emprego) no Porto. Estas empresas explicam porquê
Porto e o norte do país recebem cada vez mais investimento. Muito dele vem do estrangeiro, de empresas como a Critical TechWorks e a Natixis, revela relatório da EY-Parthenon.
O Porto, mas também toda a região do norte, é cada vez mais atrativo. Há cada vez mais investimento, especialmente estrangeiro, o que acaba por se traduzir em mais emprego. Só no ano passado, à boleia do dinheiro que veio de além-fronteiras, foram criados milhares de novos postos de trabalho a norte, segundo um estudo da EY-Parthenon. E uma parte desses postos de trabalho são qualificados, muitos deles em tecnológicas. Casos da Natixis e da Critical TechWorks.
A França (46%) e Alemanha (13%) foram os países que mais investiram nesta região do país, segundo dados do estudo sobre a atratividade do Porto e norte de Portugal no domínio do Investimento Direto Estrangeiro (IDE), denominado “Porto and Northern Portugal: A Magnet for Investment – Portugal Regional Attractiveness Survey 2019”.
Este estudo, desenvolvido pela EY-Parthenon com o apoio da InvestPorto a partir de dados da EY European Investment Monitor, mostra como a “região hoje se posiciona nos primeiros lugares das intenções de investimento direto estrangeiro no país”, explica Hermano Rodrigues, “principal” da EY-Parthenon. E com esse investimento, o estudo aponta para tenha sido possível criar 2.754 postos de trabalho.
Entre as empresas responsáveis pelo aumento do investimento, mas também pela criação de todos estes postos de trabalho estão, entre muitas outras, a Natixis e Critical TechWorks. Já contam com centenas de funcionários nos quadros, mas contam ao ECO que querem continuar a contratar.
"O Porto tem características únicas que consideramos verdadeiramente benéficas para os nossos processos de internacionalização: um ecossistema inovador e empreendedor, um mercado de trabalho dinâmico e uma infraestrutura excelente, com instalações de vanguarda que nos permitem proporcionar aos nossos colaboradores as melhores condições de trabalho.”
A Critical TechWorks, uma parceria entre a alemã BMW e a Critical Software, está instalada no Porto desde setembro de 2018 e já contratou mais de 350 pessoas só na Invicta. Paulo Guedes, CFO da tecnológica, garantiu ao ECO que um dos objetivos é empregar 600 pessoas até dezembro. Rui Cordeiro, CEO da empresa revelou que uma das metas da Critical TechWorks é ter “mil colaboradores até 2021”, entre engenheiros de software, especialistas em cybersecurity, mobile app developers, data engineers e data scientists.
A Natixis, divisão internacional do segundo maior grupo bancário em França, já empregou 500 pessoas apenas no Centro de Excelência em IT da Invicta e pretende criar, até ao final de 2019, um total de 600 empregos qualificados nas áreas de tecnologia de informação em Portugal. Procura essencialmente perfis nas áreas de de desenvolvimento, análise de negócio, business intelligence, controlo de qualidade / teste de software e também para áreas de infraestrutura e segurança.
Muitos profissionais. E um ambiente business-friendly
Mas o que é o norte, mas especialmente o Porto, têm? O que atrai este investimento destas empresas estrangeiras? Qualidade de vida, recursos humanos qualificados e com custos de mão-de-obra reduzidos são as principais explicações apresentadas ao ECO tanto pela Critical TechWorks como pela Natixis.
Paulo Guedes, diretor financeiro da tecnológica, diz que no norte do país existe uma grande “disponibilidade de talento”, salientando que é grande a oferta de “profissionais são altamente qualificados”. E, nota, ao ECO, também é o “ambiente business-friendly“.
Nathalie Risacher, senior manager da Natixis Portugal, partilha da mesma opinião. O Porto “tem características únicas que consideramos verdadeiramente benéficas para os nossos processos de internacionalização: um ecossistema inovador e empreendedor, um mercado de trabalho dinâmico e uma infraestrutura excelente, com instalações de vanguarda que nos permitem proporcionar aos nossos colaboradores as melhores condições de trabalho”, diz.
O Porto surge como um excelente exemplo de crescimento, assente no ecossistema empreendedor, no talento, nas excelentes infraestruturas e na reconhecida qualidade de vida, fatores-chave de competitividade para a internacionalização da economia.
São fatores que atraíram no passado recente, mas que vão continuar a atrair multinacionais para esta região. Segundo Ricardo Valente, vereador da Câmara Municipal do Porto com o pelouro da Economia, Turismo e Comércio, o Porto e a região do Norte acolheram mais de 320 projetos de investimento, 60% dos quais provenientes de mais de 30 países diferentes.
Esta dinâmica, diz o estudo da EY-Parthenon, permitiu um crescimento do PIB a norte do país duas vezes mais rápido em comparação à média nacional. Só em 2018, o Porto e o norte de Portugal geraram 39% do total das exportações portuguesas.
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