BdP deixa passar crédito sem garantia do Montepio a José Guilherme
Só no final do ano passado é que a entidade liderado por Carlos Costa, depois de um relatório interno do Montepio, obrigou o banco a substituir a garantia ou a assumir a imparidade.
O Banco de Portugal esteve quase quatro anos sem obrigar o Banco Montepio a registar como imparidade 17 milhões de euros emprestados, em julho de 2014, a José Guilherme, conta o Público (acesso condicionado). Só no final do ano passado é que a entidade liderado por Carlos Costa, depois de um relatório interno do banco, obrigou a instituição a substituir a garantia ou a assumir a imparidade.
Conta o jornal que o Montepio assumiu como válida uma garantia bancária emitida a favor do construtor que fez uma “oferta” de 14 milhões de euros ao ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, por parte do Finibanco Angola. Essa garantia foi utilizada para realizar uma transferência internacional de fundos que está no epicentro da auditoria forense da Deloitte Angola ao Finibanco Angola, que chegou entretanto ao BdP.
Esse relatório foi entregue ao Finibanco no final de 2018 que, por sua vez, o deu a conhecer ao Banco Nacional de Angola (BNA). O BNA remeteu-o para o Banco de Portugal. Ao Público, fonte do supervidor confirmou já ter rececionado o relatório de auditoria forense, estando a ser analisado.
Só quase quatro anos depois desta operação, no final de 2018, é que Carlos Costa despertou para as contradições em torno da transação levada a cabo por José Guilherme, obrigando o Montepio a substituir a garantia emitida pelo Finibanco Angola por outra válida ou, então, a assumir a imparidade.
Esta determinação do supervisor só aconteceu depois de o Comité de Matérias Financeiras do Banco Montepio, chefiado por Eugénio Rosa, se ter deslocado a Luanda. O economista realizou, depois, um relatório que aponta para desconformidades, levando a gestão do Montepio a instaurar uma auditoria interna que é reportada ao Banco de Portugal.
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