Lucro da Caixa aumenta 45% para 282,5 milhões no semestre
Banco público apresentou lucros de mais de 280 milhões de euros na primeira metade do ano, traduzindo um aumento de 45% face ao mesmo período do ano passado.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD), o banco de Estado, apresentou lucros de 282,5 milhões de euros na primeira metade do ano, traduzindo um aumento de 45,6% face ao mesmo período do ano passado.
No primeiro semestre do ano passado, o banco público tinha registado um lucro de 194 milhões de euros.
“Para esta evolução favorável contribuiu a subida da margem complementar em cerca de 34 milhões de euros, mais do que compensou a descida de 15 milhões de euros na margem financeira”, justificou o banco.
Na apresentação de resultados, Paulo Macedo sublinhou que o banco está agora a operar num contexto de mercado mais “difícil”, mediante a ação de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que tem prejudicado o negócio bancário. A descida das taxas de juros (e dos indexantes e spreads dos contratos de empréstimos) são “contravapores”, declarou o presidente da CGD.
“Os bancos deixaram de ser atrativos para os investidores devido à baixa rentabilidade”, referia a apresentação de resultados.
Macedo adiantou aos jornalistas que está agora numa segunda fase de recuperação do banco: a primeira teve a ver com o balanço, mediante a redução do crédito malparado — o rácio de NPL (non performing loans) caiu para 7,3% com um reforço da cobertura para 64,3% no final de junho. “Agora temos de reparar a conta de resultados”, disse o responsável.
Redução de custos compensa quebra da margem
A CGD diz que a margem financeira foi impactada pela “conjuntura de taxas de juro”: caiu 3,2% para 281 milhões de euros em termos consolidados. As comissões bancárias subiram 1% para 243 milhões (mais um milhão de euros face ao primeiro semestre do ano passado), e compensaram um pouco a quebra da margem financeira. Feitas as contas, o produto bancário somou 19,1 milhões de euros para para 908 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano.
José Brito, administrador da CGD, diz que a redução dos custos de estrutura (-5,9% para 477 milhões de euros) compensou ainda mais a quebra da margem financeira. O banco diz que registou custos com pessoal de 35,5 milhões de euros por utilização da provisão constituída em 2017 para a implementação do plano de saídas de trabalhadores, “com impacto nulo no resultado líquido do semestre”. Há menos 400 trabalhadores nas fileiras do banco público face a junho do ano passado. E menos duas agências.
No lado do balanço, o crédito a clientes está em queda: caiu para baixo dos 50 mil milhões de euros no final primeiro semestre de 2019, menos 3,7 mil milhões de euros em termos homólogos. “Reflete a redução de crédito malparado e reembolsos de entidades públicas”, justifica o banco. Já os depósitos (recursos de clientes) sobem para os 73,1 mil milhões de euros.
(Notícia atualizada às 17h35)
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