Ministro das Finanças espera futuras subidas no rating de Portugal
O ministro das Finanças diz que a melhoria do outlook de pela Moody's decorre da evolução da economia, do mercado de trabalho e da credibilidade das politicas económicas, e em particular orçamental.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, espera que a subida da perspetiva do rating de Portugal por parte da Moody’s, de estável para positiva, traga, no futuro, “novos movimentos de melhoria da classificação da dívida“, disse hoje à Lusa.
“Esta melhoria decorre daquilo que nós temos vindo a observar em termos da evolução da economia portuguesa, do seu mercado de trabalho e da credibilidade das politicas económicas, e em particular orçamental, em Portugal”, afirmou hoje Mário Centeno em reação à subida da perspetiva do rating de Portugal de “estável” para “positiva” por parte da agência de notação financeira Moody’s.
“Isto quer dizer que esperamos, nos próximos meses, nas próximas avaliações, novos movimentos de melhoria da classificação da dívida”, acrescentou o ministro.
A agência de notação financeira norte-americana Moody’s subiu hoje a perspetiva da dívida pública portuguesa de “estável” para “positiva”, mas manteve o rating em ‘Baa3’, um nível acima do “lixo” foi hoje divulgado.
O também presidente do Eurogrupo lembrou que “é a décima vez desde setembro de 2017, nos últimos dois anos, que houve uma melhoria na classificação, na notação, da dívida portuguesa”.
Questionado pela Lusa sobre se a melhoria da perspetiva poderá sobreviver às turbulências do contexto económico internacional, Centeno disse que essas “tensões” são “testes sucessivos à resiliência da recuperação económica que Portugal e outros países, a generalidade dos países, na verdade, têm observado”.
“A verdade é que Portugal tem tido nesse campo um desempenho particularmente excecional. A palavra pode parecer demasiado elogiosa para o desempenho da economia e da sociedade portuguesa mas não o é, porque nós vimos uma redução, uma compressão enormíssima dos diferenciais de taxa de juro face aos nossos parceiros europeus”, destacou o também presidente do Eurogrupo.
No entanto, o ministro das Finanças afirmou que é necessário o país estar atento “a riscos e a incertezas que se avolumam por esse mundo fora”, uma vez que “a economia portuguesa é cada vez mais uma economia aberta e sujeita também a esses choques”, mas apelou para uma concentração “naquilo que são, e são muitos, os sinais positivos em Portugal“.
Em 15 de fevereiro, a agência de notação financeira Moody’s não se pronunciou sobre o rating atribuído a Portugal, mantendo a dívida pública portuguesa com uma nota de ‘Baa3’ e uma perspetiva estável.
Desde 12 de outubro de 2018 que a Moody’s tinha uma nota de ‘Baa3’ para a dívida soberana de Portugal, com uma perspetiva estável, tendo sido a última agência de rating a retirar Portugal de um grau de especulação ou “lixo”, quando já a Standard & Poor’s (S&P), a Fitch e a DBRS tinham colocado o país no patamar de investimento.
Atualmente, as norte-americanas Fitch e Standard & Poor’s e a canadiana DBRS atribuem uma nota de ‘BBB’ ao rating de Portugal, o segundo nível da categoria de investimento.
De acordo com o calendário da atualização dos ratings previsto para 2019, a próxima agência a pronunciar-se sobre a situação económica e financeira do país é a S&P, em 13 de setembro.
A DBRS poderá pronunciar-se em 4 de outubro e a Fitch fará nova revisão sobre o país em 22 de novembro.
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