Motoristas pedem ao Governo processo de mediação. Greve é para manter
Motoristas pedirem ao Governo para mediar conflito. Processo deve avançar no prazo de dez dias, confirmou o secretário de Estado do Emprego. Mas greve é para manter.
O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) fez esta quinta-feira um pedido formal ao Governo para que medeie o conflito que separa os trabalhadores da Antram. A informação foi transmitida esta tarde por Francisco São Bento, presidente do SNMMP, à saída da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), onde os sindicalistas foram entregar o pedido de mediação. Um momento que contou ainda com a presença de Pedro Pardal Henriques, porta-voz do sindicato, e Bruno Fialho, dirigente sindical que passará a estar nas negociações pelos motoristas.
“O melhor caminho é requerer mediação do Governo”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), em declarações aos jornalistas, transmitidas pela SIC. Francisco São Bento explicou que caberá “agora ao Governo tentar colocar-se à mesa com a Antram“, mas a greve é para manter “até que este conflito esteja resolvido”.
Já Pedro Pardal Henriques, porta-voz e advogado do SNMMP, explica que “a mediação do Governo fará com que a Antram não negoceie diretamente” com os motoristas, o que aliás, os patrões têm recusado. “Neste momento, e ao requerer este processo de mediação, compete somente ao Governo a desconvocação desta greve. A greve continuará até ao momento que a ANTRAM e este sindicato entenderem que não há necessidade de continuar”, disse.
“A greve vai continuar a decorrer porque já de outras vezes suspendemos a greve para negociar e não chegámos a conclusão alguma”, afirmou Pedro Pardal Henriques.
A acompanhar o advogado e Francisco São Bento na reunião na DGERT esteve ainda Bruno Fialho, dirigente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, e “amigo” dos motoristas, que deverá ser o mediador pelo lado dos trabalhadores.
A Antram, que recusou o convite de Pardal Henriques para estar na reunião desta tarde, tem pedido o afastamento de Pedro Pardal Henriques, cenário que o próprio recusou esta quinta-feira. “Não me vou afastar. Estarei sempre do lado do sindicato. E sempre que for necessário estarei presente”, disse.
Governo volta a pedir que a greve seja desconvocada
Miguel Cabrita, secretário de Estado do Emprego, já esclareceu que o Governo irá nomear um mediador no prazo de dez dias, mas lembra que “no contexto de greve será extremamente difícil” chegar a um consenso. “A desconvocação da greve seria muito importante para que isso pudesse acontecer”, afirmou em reação às declarações de Francisco São Bento e Pardal Henriques, esclarecendo que não esteve presente no encontro, que serviu para os trabalhadores entregarem o pedido de mediação. Tal como previsto na lei, o mediador a nomear deverá ser um representante da DGERT.
“O Governo não deixará de acionar este mecanismo nos termos legais e nomear um mediador e contactar a Antram”, afirmou Miguel Cabrita, lembrando que “é um direito previsto no Código do Trabalho que pode ser espoletado por parte de qualquer uma das partes”.
Esta possibilidade foi colocada há cerca de uma semana pelo ministro das Infraestruturas, mas até agora nenhuma das partes tinha pedido para avançar com este mecanismo.
(Notícia atualizada às 18H00, com retificação sobre o facto de não ter existido reunião na DGERT)
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