Revendedores querem extinção de postos exclusivamente destinadas a veículos prioritários
Depois de o Governo anunciar a redução para metade do número de postos onde só podem abastecer veículos prioritários, os revendedores pediram a sua extinção por completo.
A associação de revendedores de combustíveis registou “com agrado” a redução do número de postos da REPA exclusivos de 52 para 26, mas apelou à sua extinção, “ainda que temporária”, tendo em conta a capacidade dos não exclusivos.
“A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis [Anarec] regista com agrado as recentes declarações do senhor ministro do Ambiente [Matos Fernandes], que anunciou a redução do número de postos REPA [Rede de Emergência de Postos de Abastecimento] exclusivos de 52 para 26”, afirmou o presidente desta associação, Francisco Albuquerque, em declarações à Lusa.
No entanto, para os revendedores de combustíveis os postos da REPA não exclusiva “estão em condições de fazer face às necessidades de abastecimento das entidades prioritárias”. Assim, a Anarec apelou à tutela que a REPA passe a funcionar apenas com postos não exclusivos, procedendo-se à extinção, “ainda que temporária”, dos exclusivos “em vez da redução do seu número”.
De acordo com a associação, os revendedores que integram a REPA exclusiva, continuam a registar “prejuízos e quebras de venda preocupantes”. Apesar de os números globais ainda não estarem apurados, Francisco Albuquerque apontou como um dos casos mais preocupantes, um associado que registou quebras na ordem dos 90%. “Urge que estas empresas não aumentem o número de danos sofridos”, vincou.
O número de postos da REPA exclusiva vai baixar hoje de 52 para 26, anunciou o ministro do Ambiente. “Vamos reduzir ainda hoje de tarde o número de postos que pertencem à rede REPA exclusiva” no Continente, afirmou João Pedro Matos Fernandes, em conferência de imprensa, em Lisboa, para balanço da greve dos motoristas, que hoje cumpre o quinto dia.
O ministro precisou que os 26 postos da REPA exclusiva localizam-se essencialmente nas zonas onde existe risco de incêndio.
Também esta sexta-feira, o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) admitiu suspender a greve a partir do início de uma reunião “a ser convocada pelo Governo”, até domingo, data de um plenário dos trabalhadores.
“Porque queremos deixar claro ao país e às partes que sempre estivemos de boa-fé neste processo, anunciamos, desde já, a suspensão temporária da greve a partir da hora de início da reunião a ser convocada pelo Governo, suspensão essa que produzirá os seus efeitos até ao Plenário Nacional de Motoristas de Cargas Perigosas, marcado para o próximo domingo, momento em que os motoristas irão decidir pelo seu futuro”, indicou o SNMMP em comunicado divulgado hoje.
Para Francisco Albuquerque este “é um dado positivo para os revendedores e para o país em geral”, tendo em conta que o continuar da greve “agrava” os prejuízos sentidos em todos os setores.
A greve começou na segunda-feira, por tempo indeterminado, e o Governo decretou uma requisição civil, alegando o incumprimento dos serviços mínimos.
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