Preços voltam a cair em Portugal pelo segundo mês
Taxa de inflação voltou a registar valor negativo em agosto, o que significa que preços caíram pelo segundo mês seguido. A culpa foi da evolução dos preços dos combustíveis.
Os preços em Portugal voltaram a cair pelo segundo mês consecutivo, com a taxa de variação do índice de preços de consumidor a registar um valor de -0,1% no mês de agosto, já depois da taxa negativa de -0,3% no mês anterior.
A evolução dos preços foi divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), na sua estimativa rápida para o mês que termina esta sexta-feira. Os dados definitivos só serão conhecidos a 11 de setembro.
Segundo o INE, a taxa de inflação foi pressionada sobretudo pelo desempenho dos preços dos Combustíveis, cuja queda foi “mais significativa” em agosto. Aliás, retirando a evolução dos preços dos produtos alimentares não transformados e os preços energéticos, a taxa de inflação subjacente terá subido para 0,2% (comparada com a taxa de -0,1% verificada em julho). O INE fala ainda em recuperação dos preços da classe de Restaurantes e hotéis, atividades que estão fortemente ligadas ao setor do turismo, e que tinham pressionado a inflação no mês passado.
Com a divulgação da taxa de inflação de agosto é possível ainda saber o valor do coeficiente de atualização das rendas no próximo ano. De acordo com o INE, o índice de preços no consumidor, exceto habitação, situou-se nos 0,51% em agosto. Isto significa que a maioria das rendas de habitação vão registar aumentos nesta ordem de grandeza no início de 2020, como o ECO já aqui escreveu.
Dentro de duas semanas, o INE divulga os dados finais da taxa de inflação no mês de agosto, com informação mais desagregada sobre a evolução dos preços por classe de produtos.
Os dados preliminares apontam para um cenário cada vez mais próximo da deflação em Portugal, perante os valores negativos do índice de preços no consumidor, e que os economistas consideram que pode ser uma ameaça ao desempenho da economia tendo em conta que pode criar um comportamento de adiamento do consumo por parte dos agentes económicos à espera que os preços fiquem ainda mais baixos no futuro.
Zona Euro com inflação “estável”
Na Zona Euro, e segundo os dados do Eurostat, a inflação ficou nos 1% este mês, uma evolução “estável” face ao mês transato. “Olhando para as principais componentes da inflação na Zona Euro, alimentação, álcool e tabaco deverão ter registado a maior taxa de variação anual em agosto (2,1%, comparado com 1,9% em julho), seguido dos serviços (1,3%, comparado com 1,2% em julho), bens industriais não energéticos (0,4%, estável quando comparado com julho) e energia (-0,6%, comparado com 0,5% em julho”, informa o gabinete de estatísticas europeu.
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Já a inflação subjacente, que retira os preços da energia e os alimentos processados (que tendem a variar mais), ficou nos 1,1%.
O Banco Central Europeu (BCE) considera o nível de perto, mas abaixo de 2% como nível adequado para a inflação subjacente e é com base nesta meta que executa a sua ação de política monetária na Zona Euro.
(Notícia atualizada às 11h07 com informação da inflação na Zona Euro)
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