Hong Kong deixa cair lei da extradição
"O Governo retirará formalmente o projeto de lei de extradição para aliviar totalmente as preocupações do público", anunciou Carrie Lam, num breve discurso transmitido pela televisão.
Carrie Lam, líder do Governo de Hong Kong, decidiu recuar e deixar cair o projeto-lei da extradição que levou à eclosão de múltiplos protestos na região, tendo mergulhado o território numa crise nunca vista desde que regressou ao controlo chinês, em 1997. “O Governo retirará formalmente o projeto de lei para aliviar totalmente as preocupações do público”, anunciou Lam, num breve discurso transmitido pela televisão.
O projeto em causa ia permitir a extradição de cidadãos de Hong Kong para o sistema judicial chinês, visto como opaco e pouco confiável pelos habitantes de Hong Kong. Apesar de ter sido o detonador de uma longa sequência de manifestações no território, a verdade é que estas manifestações já evoluíram para reivindicações mais abrangentes que a mera retirada deste projeto-lei.
Nesse sentido, apontou Carrie Lam no discurso, o Governo de Hong Kong vai também procurar medidas para lidar com os protestos dos últimos três meses, devendo criar uma nova agência de vigilância policial e prometendo uma maior proximidade junto da população.
“A partir deste mês, eu e alguns dos membros mais relevantes do Governo entraremos em contacto com a comunidade para abrir vias de diálogos diretos”, disse. Referindo-se a “pessoas de todas as esferas da vida, com visões e antecedentes diferentes”, a quem convidou a “partilhar as suas opiniões e queixas”.
Os habitantes de Hong Kong continuaram em protestos mesmo depois de em junho Carrie Lam ter decidido arquivar o projeto da extradição, exigindo um recuo total neste dossiê, que se concretizou agora. Resta saber como reagirá o território.
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