Rui Rio pede reunião à Comissão Permanente da AR para discutir atuação do Governo no Caso Tancos
O PSD vai convocar uma reunião da Comissão Permanente do Parlamento para discutir a atuação do Governo no Caso Tancos. Já o CDS vai reunir no sábado para analisar a situação.
O PSD vai pedir uma reunião da Comissão Permanente da Assembleia da República (AR), perante dúvidas sobre a atuação do Governo na encenação da recuperação do armamento roubado em Tancos. A informação foi avançada pelo presidente e líder da oposição, Rui Rio, em declarações a partir da Covilhã, transmitidas pela RTP3.
“Iremos pedir ainda hoje, ou na segunda-feira, uma reunião da Comissão Permanente do Parlamento”, disse Rui Rio, quando questionado sobre se o PSD iria levar a cabo diligências na sequência da acusação do Ministério Público (MP) ao ex-ministro Azeredo Lopes. A Comissão Permanente é o órgão que reúne fora do período de funcionamento efetivo da AR e que junta, para além de deputados das várias bancadas, o presidente e o vice-presidente do Parlamento.
Azeredo Lopes era ex-ministro da Defesa no momento em que as armas foram recuperadas numa operação clandestina da Polícia Judiciária Militar (PJM). A imprensa revelou que o então ministro tomou conhecimento da encenação e também falou dela a um deputado do PS. Na visão do MP, Azeredo Lopes não denunciou às autoridades a atuação da PJM porque o Governo já estava sob pressão por causa dos incêndios de outubro de 2017.
Perante estes desenvolvimentos, Rui Rio voltou a interrogar-se acerca da possibilidade de o primeiro-ministro e candidato do PS, António Costa, também ter tido conhecimento da operação ilegal da PJM. “Sabia ou não sabia? Foi ou não informado pelo ministro da Defesa sobre o que se estava a passar relativamente ao Caso Tancos?”, exigiu saber o líder social-democrata.
De seguida, e garantindo estar apenas a abordar “a parte política” do caso, Rui Rio acrescentou: “Se sim, se o ministro fez o que é normal fazer-se, [António Costa] foi conivente com o que se passou. Se a resposta é não, ficamos a saber que, no Governo de António Costa, nas questões de maior relevo, os ministros podem, eventualmente, nem sequer comunicar ao primeiro-ministro”, disse. Ambas as situações são “más”, disse o líder da oposição.
Confrontado com posições anteriores, nas quais Rui Rio sempre evitou falar de casos judiciais, o social-democrata garantiu que não interferiu “minimamente” com a “parte judicial” do Caso Tancos. “Numa eleição, olhamos também para a postura das pessoas na política. Eu, como líder da oposição, tenho a obrigação de fazer a avaliação política disto tudo”, rematou.
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CDS reúne sábado para analisar Caso Tancos
A líder do CDS-PP alterou a sua agenda de campanha para as legislativas para reunir a comissão permanente, no sábado de manhã, e analisar os últimos acontecimentos sobre o processo de Tancos, anunciou Assunção Cristas esta sexta-feira.
A reunião da comissão executiva, o órgão de direção mais restrito de Cristas, substitui uma ação de campanha no sábado de manhã, na zona de Lisboa.
O anúncio da reunião foi feito por Cristas no final de uma visita a um colégio em Fátima, Ourém, distrito de Santarém.
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