Falência da Thomas Cook provocará encerramento imediato de 500 hotéis em Espanha
A falência do operador britânico está a ter um impacto negativo em muitos países, principalmente em Espanha. O setor estima que centenas de hotéis irão encerrar brevemente.
A falência da Thomas Cook vai ter um impacto bastante negativo em vários países, e Espanha não é exceção. De acordo com a Confederação de Hotéis e Alojamentos Turísticos, “há 500 hotéis que vão encerrar de imediato”, mas as consequências poderão ser ainda mais graves caso o Governo espanhol não tome medidas.
“Há 500 hotéis que vão encerrar de imediato devido à falência da Thomas Cook e a situação pode piorar se o Executivo não tomar medidas rapidamente”, alerta Juan Molas, presidente da Confederação Espanhola de Hotéis e Alojamentos Turísticos, em entrevista ao Cinco Días (conteúdo em espanhol).
As primeiras estimativas oficiais apontam para uma dívida de cerca de 200 milhões de euros que a empresa tem para com as unidades hoteleiras, mas Juan Molas acredita que esse valor será maior. “Será muito mais. Só a soma de oito cadeias ronda os 100 milhões de euros. Acredito que vai ultrapassar em muito esse número”, justifica o especialista, que representa 15.000 estabelecimentos.
O presidente da confederação espanhola afirma mesmo que o verdadeiro problema aparecerá a partir de 6 de outubro, o último dia em que as seguradoras vão cobrir as despesas dos turistas que voaram através da Thomas Cook.
Dos 500 hotéis que Juan Molas acredita que fecharão portas rapidamente, 100 dependiam exclusivamente do operador britânico, enquanto os restantes 400 representavam um volume de clientes entre os 30 e os 70%.
Em termos de destinos, em Espanha, as ilhas Canárias e as ilhas Baleares serão os mais afetados, representando 40% do setor hoteleiro afetado, seguido de Costa del Sol (região da Andaluzia) com 20% e da Catalunha e Valência com 10%.
Linha de crédito de António Costa é “excessiva”
Em Portugal, onde se estimam também perdas significativos para o setor hoteleiro, o Governo vai disponibilizar uma linha de 150 milhões de euros, para as empresas afetadas por esta falência. Mas, além disto, em parceria com a Associação de Turismo do Algarve e a Associação de Promoção da Madeira, serão disponibilizados 2,25 milhões de euros para um Plano Especial de Promoção para o Algarve e a Madeira.
Contudo, para o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), estes 150 milhões de euros são “manifestamente excessivos” tendo em conta as estimativas de perdas. Num balanço provisório, Elidérico Viegas disse, em entrevista ao Jornal de Negócios, que se contabilizavam “pouco mais de duas dezenas de empresas afetadas”, das quais “poucas” tinham “perdas superiores a dois milhões”.
Já a Associação de Turismo do Algarve (ATA) refere que existem mais de três dezenas de empresas que terão sido afetadas e que os valores reclamados estão “próximos dos cinco milhões de euros”.
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