Bundesbank defende aumento da idade da reforma para 69 anos
O banco central alemão defende que, se não forem adotadas medidas, o sistema de pensões de reforma alemão caminha para uma situação comprometedora.
O Bundesbank (banco central alemão) defendeu esta segunda-feira que a idade da reforma na Alemanha deve subir para 69 anos, a médio prazo, para se adaptar à esperança de vida da população e às mudanças demográficas.
No seu boletim mensal divulgado esta segunda-feira, o banco central considera que, se não forem adotadas medidas, o sistema de pensões de reforma alemão caminha para uma situação comprometedora, com uma população cada vez mais idosa e com menos trabalhadores no ativo.
A última alteração foi feita em 2012 quando se decidiu aumentar progressivamente a idade legal para a reforma de 65 para 67 anos até ao início da década de 2030. Segundo o banco central, isso não será suficiente, pelo que propõe um sistema com um novo aumento da idade a um ritmo de três quartos de mês por ano a partir de 2032.
Com esse sistema, os nascidos em 2001 poderiam reformar-se a partir de 2070 com 69 anos e quatro meses. Caso a esperança de vida evolua de forma diferente do esperado, podem ser introduzidas as correções pertinentes no sistema.
O Bundesbank assinala que para estabilizar o sistema não basta aumentar a idade da reforma, defendendo também cortes nos benefícios dos reformados e um aumento das contribuições de 18,6% para 24% do salário bruto.
As primeiras reações políticas foram negativas. “Fixar uma idade mais elevada para a reforma é um mau caminho”, considerou a deputada Katja Mast, vice-presidente do grupo parlamentar social-democrata (SPD), partido aliado dos conservadores na coligação governamental liderada por Angela Merkel, citada pelo jornal Handelsblatt.
“Precisamos de uma estratégia para se trabalhar de forma saudável mais tempo e não de uma reforma para todos aos 69 anos”, afirmou, por seu lado, Markus Kurth, deputados dos Verdes, citado pela agência DPA.
Dietmar Bartsch, do partido de esquerda Die Linke, defendeu, por sua vez, que é preciso “alargar a base de cálculo para as reformas”, questionando a utilidade de regimes específicos para funcionários públicos, trabalhadores independentes e políticos.
O Governo liderado por Merkel deve receber um relatório de uma comissão de peritos em 2020, mas há poucas hipóteses de haver alterações antes das eleições previstas para 2021.
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