Últimas horas da campanha eleitoral em Espanha dominadas pelo receio de uma subida da extrema-direita
Os receios de uma subida da extrema-direita dominou as últimas horas da campanha para as eleições deste domingo.
Os receios de uma subida da extrema-direita dominou as últimas horas da campanha para as eleições deste domingo, com o candidato socialista e primeiro-ministro em exercício a tentar mobilizar contra esse perigo os eleitores de esquerda.
A prepararem-se para os comícios de fecho da campanha esta noite, todos os principais candidatos multiplicaram nas últimas horas as suas intervenções. À frente nas sondagens, Pedro Sánchez insistiu esta sexta-feira que, 48 horas depois das eleições, irá fazer uma proposta, “para desbloquear a situação política”, ao PP (direita), Cidadãos (direita liberal) e Unidas Podemos (extrema-esquerda), excluindo o Vox (extrema-direita) que as sondagens indicam que pode ficar em terceiro lugar.
Na ação de campanha anterior, o candidato do PSOE (socialista) tinha apelado a que se trave o “franquismo”, em alusão ao Vox, mas também para que se impeça a caminhada da “direita”, pedindo “apenas um gesto”, no próximo domingo, para acabar com essa Espanha que “exclui”.
O líder do PP, Pablo Casado, assegurou que não irá “defraudar” os eleitores e defendeu que no próximo domingo haverá uma “oportunidade de ouro” para “voltar a ter orgulho de ser espanhol”. Casado apelou ao “voto patriótico e responsável”, numa ação de campanha em que alertou os idosos que o estavam a ouvir que os votos que não forem para o PP irão “para Sánchez”, como resultado da atual “fragmentação” partidária.
Por seu lado, o candidato do Cidadãos, Albert Rivera, defendeu que em Espanha pode-se “ser independente, liberal, conservador, socialista e até mesmo comunista”, mas “não se pode ser violento e receber dinheiro público”, em alusão à CUP, um partido independentista e antissistema catalão.
Rivera respondeu desta forma às perguntas dos jornalistas sobre se apoiava a proposta do Vox, que o Parlamento regional de Madrid aprovou na quinta-feira com os votos do PP e do Cidadãos, onde se pede ao Governo central a “imediata” ilegalização dos partidos separatistas que atentam contra a unidade da Espanha.
O líder do Unidas Podemos, Pablo Iglesias, dirigiu-se, no último comício em que participou, ao primeiro-ministro em exercício, Pedro Sánchez, para avisá-lo de que acredita que os eleitores de esquerda vão apostar no seu partido: “As pessoas não são idiotas e estão-se a dar conta que você está a tentar cativar a direita”, disse.
Iglesias reiterou que não dará um voto “gratuito” ao candidato socialista e que sua aposta é na formação de um Governo de coligação com o PSOE depois das eleições, apesar de, segundo ele, Pedro Sánchez estar agora à procura do apoio do PP. Na última intervenção que fez, o presidente do Vox, Santiago Abascal, denunciou a criminalização “em uníssono”, “coordenada e sistemática” de todos os partidos políticos e alguns meios de comunicação social contra os argumentos dos dirigentes e votantes deste partido.
“Agora estão todos contra o Vox”, sublinhou em Valência perante cerca de sete mil pessoas durante o maior comício campanha, tendo mostrado a sua solidariedade com os valencianos que sofrem” a quinta coluna do separatismo catalão”. Valéncia é uma comunidade autónoma que está ao lado da Catalunha e onde se fala uma língua idêntica ao catalão.
A campanha eleitoral mais curta de sempre, apenas oito dias, termina às 24h00 (menos uma em Lisboa) desta sexta-feira, sábado será um dia de reflexão e domingo os espanhóis votam das 09h00 até às 20h00.
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