Pequenos partidos sem tempo no debate quinzenal é “incompreensível”, diz Marques Mendes
Marques Mendes disse que a decisão "revela falta de respeito pela democracia, hipocrisia e medo". Questionou porque é que se abriu exceção para o PAN, mas não para o Chega, Livre e Iniciativa Liberal.
Os partidos Chega!, Iniciativa Liberal e Livre, todos com deputados únicos, não terão tempo de intervenção no próximo debate quinzenal com o primeiro-ministro. O comentador político Luís Marques Mendes diz a decisão, apoiada por PS, BE, PCP e PEV, revela “falta de respeito pela democracia, hipocrisia e medo”.
“Não faz sentido”, começou por dizer Luís Marques Mendes sobre a decisão que resulta do pedido para que fosse estritamente cumprido o atual regimento que só contempla tempos de intervenção para grupos parlamentares, assim como a sua participação na conferência de líderes, órgão onde se decidem os agendamentos e outras questões de funcionamento da Assembleia da República.
Estes três partidos não têm grupo parlamentar, mas sim apenas um deputado eleito cada um. “É uma desculpa de mau pagador porque há um precedente. No passado também o PAN só tinha um deputado e foi aberta uma exceção. Se se abriu uma exceção para o PAN, porque é que agora não se abre para o Chega, o Livre e o Iniciativa Liberal?”, questionou.
O PAN foi exatamente um dos partidos que ficou contra a proposta, tal como o PSD e o CDS-PP. O presidente da República, Ferro Rodrigues também “não partilha das conclusões do relatório” que levou a que estes partidos não possam debater com o primeiro-ministro e também Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que “já há um precedente” sobre intervenções de deputados únicos no parlamento.
“Esta decisão é incompreensível, leviana e insensata. Revela falta de respeito pela democracia, hipocrisia e medo“, sublinhou o social-democrata, no espaço de comentário na SIC. “Acho que devia ser revisto imediatamente. António Costa não devia permitir É desta maneira que o populismo vai chegando e que o Chega vai subir nas sondagens”.
Mais um candidato nas eleições do PSD
No mesmo espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes falou ainda sobre outro tema da atualidade política nacional: as eleições no PSD. No dia em que Luís Montenegro apresentou a sua candidatura contra o atual presidente Rui Rio, Marques Mendes disse esperar um “resultado muito incerto e imprevisível”.
“Muito provavelmente podem ser eleições com duas voltas porque neste momento há três candidatos e, com as novas regras, pode haver duas voltas se ninguém conseguir 50% na primeira”, explicou, sobre as diretas para eleger o presidente do partido que vão realizar-se a 11 de janeiro e, caso seja necessário, a eventual segunda volta realizar-se-ia no sábado seguinte à primeira data das eleições diretas, em 18 de janeiro.
Até agora, há três candidatos à presidência do PSD: o atual líder, Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz. De acordo com os estatutos do PSD, é eleito presidente da Comissão Política Nacional o candidato que obtenha a maioria absoluta dos votos validamente expressos.
“Em teoria, Rui Rio tem vantagem à primeira volta, mas pode não ser suficiente para chegar aos 50% porque de há dois anos para cá ele viu reduzida a sua base de apoio. À segunda volta, Luís Montenegro pode ter vantagem”, disse Marques Mendes, mas acrescentou que poderá ainda haver novidades. “Miguel Morgado voltou à ideia de ser candidato. Está neste momento a recolher assinaturas e pode ainda ser candidato“, anunciou o comentador.
(Notícia atualizada às 21h30)
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