Auditoria ao Novo Banco incluirá vendas de carteiras de malparado
Consultora Deloitte foi a escolhida para analisar os atos de gestão no Novo Banco. Auditoria vai passar a pente fino as vendas de carteiras de imobiliário e de crédito malparado.
O Governo escolheu a Deloitte para fazer uma avaliação aos atos de gestão que levaram às injeções do Fundo de Resolução no Novo Banco, que ascendem já a perto dos 3.000 milhões de euros. A auditoria especial vai abranger as chamadas de capital do banco liderado por António Ramalho e o exercício de 2018, englobando as vendas de carteiras de imobiliário e de crédito malparado realizados este ano e com perdas enormes que resultaram na injeção de capital pelo Fundo de Resolução.
“Como previsto na lei, os atos de gestão subjacentes à chamada de capital do Novo Banco ao Fundo de Resolução em 2019 estão incluídos no âmbito da Auditoria Especial“, referiu fonte oficial do Ministério das Finanças ao jornal Público (acesso condicionado).
Já se sabia que a auditoria especial ia abranger “operações de crédito, incluindo concessão, garantias, restruturação ou perdão de dívida, dações em cumprimento ou execução de garantias, venda de carteiras de crédito ou transferência para fundos de reestruturação; decisões de investimento, expansão ou desinvestimento realizadas em Portugal ou no estrangeiro; e decisões de aquisição e alienação de ativos”, conforme tinha dito o Ministério das Finanças ao Expresso em julho.
Vão ser passadas a pente fino decisões de crédito tomadas por Ricardo Salgado (ainda no BES), por Vítor Bento, por Stock da Cunha e também por António Ramalho.
O Novo Banco apresentou um prejuízo de 572 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. O legado do BES gerou uma perda de 712 milhões de euros, justificada com a venda de ativos tóxicos. “Neste período, o grupo Novo Banco registou perdas relacionadas com o processo de restruturação e desalavancagem de ativos não produtivos, designadamente o projeto Sertorius, o projeto Albatros, o projeto NATA II e o processo de venda da GNB Vida, cujo impacto negativo ascendeu a -391 milhões de euros”, detalhou o banco nas contas.
Perante a dimensão dos prejuízos, o banco deverá solicitar ao Fundo de Resolução mais 700 milhões de euros, depois dos pedidos já feitos nos anos anteriores e que totalizam os 1.941 milhões de euros.
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