Trabalhadores da TSF exigem explicações e admitem greve
Os trabalhadores da TSF reuniram em plenário e exigem esclarecimentos da administração da Global Media em dez dias. Se não as receberem, avançam para a greve.
Os trabalhadores da rádio TSF ameaçam recorrer à greve se a administração da Global Media não esclarecer, no prazo de dez dias, questões relacionadas com a anunciada reestruturação do grupo. “Os trabalhadores da TSF decidiram conceder um prazo de dez dias para obter uma resposta – por escrito – por parte dos destinatários, findo o qual se reservam o direito de utilizar todas as formas de luta ao seu dispor, incluindo o recurso à greve”, lê-se num comunicado divulgado este sábado.
Segundo o comunicado, “desde o anúncio da nova reestruturação [do Global Media Group], a instabilidade na TSF tem sido grande, agravada por atrasos no pagamento de salários a trabalhadores efetivos e colaboradores”.
Reunidos em plenário na sexta-feira, os trabalhadores da TSF decidiram, “com o apoio do Sindicato dos Jornalistas e do Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações e Comunicação Audiovisual”, exigir ao presidente do Global Media Group, Daniel Proença de Carvalho, e aos acionistas Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Rolando Oliveira um esclarecimento, por escrito e no prazo de dez dias, a várias questões que querem ver clarificadas.
Desde logo, os trabalhadores daquela rádio querem “um esclarecimento claro e cabal de quem tem poder de decisão dentro da empresa sobre a reestruturação anunciada, incluindo rescisões por mútuo acordo e um eventual despedimento coletivo, número de trabalhadores a dispensar, critérios para esses despedimentos e datas para que esta reestruturação avance”.
Exigem também a divulgação imediata das contas de 2018, “com as devidas explicações sobre as opções de gestão que levaram ao atual estado do Global Media Group, nomeadamente investimentos feitos em áreas que não tiveram o retorno esperado, prejudicando todo o grupo”.
Também a demissão do diretor da TSF, Arsénio Reis, anunciada em 7 de novembro e contestada pelos trabalhadores, é alvo de um pedido de clarificação, uma vez que as explicações avançadas pela empresa para esta saída “não convenceram os trabalhadores”.
Ainda é pedido “um esclarecimento cabal sobre o futuro do grupo, nomeadamente em termos editoriais, e em especial daquilo que se pretende para a TSF – Rádio Notícias”, o cumprimento do pagamento de salários aos trabalhadores, “efetivos e colaboradores”, e o “cumprimento do pagamento de subsídio de Natal”.
Na quinta-feira, dia 7, a Global Media anunciou que o jornalista Arsénio Reis ia deixar a direção editorial da rádio TSF para exercer novas funções relacionadas com a internacionalização do grupo. “No contexto da reestruturação do Global Media Group e das estratégias em curso para as suas várias marcas, Arsénio Reis foi convidado a aceitar um novo desafio, estratégico, ligado à internacionalização do grupo e a uma nova visão de futuro”, indicava o comunicado interno a que a Lusa teve acesso.
Arsénio Reis, na direção da rádio desde julho de 2016, vai ser substituído interinamente por Pedro Pinheiro, atualmente diretor-adjunto. Rosália Amorim, diretora do suplemento de economia da Global Media, o Dinheiro Vivo, foi apontada como futura diretora da TSF, mas não há qualquer confirmação oficial.
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