Trump admitiu pela primeira vez testemunhar no inquérito para a sua destituição
Depois de um convite da democrata Nancy Pelosi, o presidente norte-americano está a “considerar seriamente” testemunhar por escrito no inquérito para a sua destituição.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu esta segunda-feira “considerar seriamente” a possibilidade de testemunhar por escrito no inquérito para a sua destituição, que decorre no Congresso.
“Embora eu não tenha feito nada de errado e não goste de dar credibilidade a este embuste que não leva a lado nenhum, agrada-me a ideia e irei (…) considerá-la seriamente”, escreveu esta segunda-feira Donald Trump na sua conta pessoal da rede social Twitter, referindo-se ao desafio que lhe tinha sido lançado pela presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi.
Esta é a primeira vez que Trump admite a possibilidade de testemunhar perante o Congresso que, na semana passada, iniciou as sessões públicas de audições no inquérito para a destituição do Presidente, que tem sido muito crítico de todo o processo, considerando que ele apenas se destina a prejudicar a sua campanha para reeleição em 2020.
No domingo, a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, reagiu às críticas do Presidente norte-americano sobre a forma como está a decorrer o processo da sua destituição convidando-o a testemunhar no inquérito. “Se [Donald Trump] tem informações que o ilibam, estamos ansiosos para vê-las”, afirmou Pelosi numa entrevista divulgada “Face the Nation”, da CBS, propondo que o Presidente responda às questões por escrito, se preferir.
Esta segunda-feira, em resposta a este apelo, Trump argumentou que Nancy Pelosi, a quem chama de “louca” e “nervosa”, está “petrificada pela ala radical de esquerda”, para justificar o seu comportamento perante o inquérito, mas invocou a possibilidade que a líder democrata lhe deu para testemunhar junto do Congresso por escrito, para admitir esse cenário.
O Presidente Donald Trump está sob investigação, acusado de abuso de poder no exercício do cargo de Presidente por alegadamente ter pressionado o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, a investigar as atividades junto de uma empresa da Ucrânia do filho do ex-vice-Presidente norte-americano e rival político nas eleições de 2020 Joe Biden.
O inquérito procura averiguar se houve uma exigência de troca (“quid pro quo”) entre a atribuição de uma ajuda financeira militar dos EUA e a realização da investigação à família de Joe Biden, que, para o Partido Democrata, constitui base para o inquérito, cujas sessões públicas arrancaram na semana passada e cujos artigos terão de ser votados por maioria simples na Câmara de Representantes antes de seguir para o Senado, onde será necessária uma maioria de 2/3 para a remoção de Trump do cargo de Presidente.
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