Contratação pública atrasa plataforma da Aicep para ajudar empresas a exportar
Empresas já têm área reservada no site da Aicep com informação e aconselhamento customizado, com recurso à inteligência artificial. Ferramenta para comércio eletrónico pronta até final do ano.
Desde abril que as empresas têm ao seu dispor um novo site com informação mais detalhada e costumizada para as ajudar a exportar e internacionalizar-se. Com recurso à inteligência artificial, a Aicep disponibiliza a cada empresa uma solução e aconselhamento específico para o seu caso. Mas, as funcionalidades ainda não estão todas disponíveis e a complexidade da contratação pública está a atrasar o processo. Ainda assim, a expectativa é lançar o Acelerador da Internacionalização Online até ao final do ano.
“O processo de contratação pública verificou-se mais moroso e complexo do que antecipado e isso atrasou parte do calendário no curto prazo, no entanto acreditamos que podemos ganhar no médio/longo prazo”, disse ao ECO, fonte oficial da Aicep.
Quando o “Portugal exporta” foi lançado em abril, só as empresas do calçado tinham disponível a totalidade das funcionalidade que a nova plataforma oferece. O objetivo era, à razão de um por mês, alargar a outros setores de atividade. Fonte oficial revela que a agência está agora “a trabalhar no vestuário, seguir-se-á o agroalimentar, materiais de construção e metalomecânica”.
A grande novidade é a existência de uma área privada a que cada empresa pode aceder através da introdução de uma chave móvel digital. A pessoa responsável da empresa introduz o seu número de telemóvel e o pin e depois recebe um código de segurança no telemóvel que deve introduzir para aceder a uma área reservada. Quando a empresa entra não é necessário preencher muitos dados porque o site acede toda a informação através da Informação Empresarial Simplificada (IES), do Instituto Nacional de Estatística (INE) e o IMPI.
Na área reservada, que é totalmente confidencial, cada empresa tem informações que lhe são especificamente direcionadas desde as feiras que mais lhe interessam, potenciais parceiros de negócio, ações comerciais e de capacitação, a mercados que deveria explorar, uma sugestão que é feita com base na inteligência artificial que analisa o perfil de cada empresa, desde a sua dimensão, a sua situação financeira, maturidade e a sua dinâmica de vendas ao exterior. Por isso, duas empresas aparentemente semelhantes, que operam na mesma área, podem ter sugestões totalmente diferentes. Estas sugestões têm sempre uma validação humana feita pelos analistas da Aicep. Se a sugestão feita pela inteligência artificial não for acertada o modelo aprende com isso. O gestor de cliente virtual questiona a empresa sobre o que ela precisa (encontrar um parceiro, exportar para novos mercados, etc) e depois a Inteligência artificial dá a resposta.
Questionada sobre o nível de adesão das empresas a estas novas funcionalidades, fonte oficial explicou que “o processo de adesão das empresas é gradual”. “Nesta primeira fase, estamos focados em estabilizar todos os conteúdos”, justifica.
Quando o portal foi lançado, já foi apresentado como “uma casa em construção”. Por exemplo, estava previsto que a funcionalidade do comércio online (Acelerador da Internacionalização Online) ficasse disponível em julho, mas a nova meta é agora “até ao final do ano”, explicou fonte oficial. Em novembro era a vez do business match making ou “Tinder das empresas”, como o batizou a anterior ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leirão Marques e, finalmente, o portal do investimento em janeiro de 2020. Prazos que partiam do pressuposto de que não haveria qualquer complicação com os diversos concursos públicos envolvidos, o que não se veio a verificar.
Inicialmente o projeto — está a ser desenvolvido com a Tekever, mais conhecida pelos drones e por ter fabricado o primeiro satélite integralmente português — deveria custar um milhão de euros, mas como foi possível obter financiamento comunitário através do Sistema de Apoio à Modernização Administrativa (SAMA) o orçamento subiu para três milhões de euros, possibilitando disponibilizar mais funcionalidades do que estava originalmente previsto.
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