Governo recebe 74 propostas para projetos de hidrogénio. Investimentos somam 16 mil milhões

  • Lusa
  • 19 Julho 2020

O Governo recebeu 74 intenções de investimento na fileira industrial do hidrogénio no montante de 16 mil milhões de euros, o equivalente a 7,5% do PIB português.

O Governo recebeu 74 intenções de investimento na fileira industrial do hidrogénio no montante de 16 mil milhões de euros, o equivalente a 7,5% do PIB português, anunciou este domingo o Ministério do Ambiente e da Ação Climática.

“Foram recebidas, no processo de consulta ao mercado terminada na sexta-feira, 17 de julho, 74 manifestações de interesse relacionados com projetos de investimento na fileira industrial do hidrogénio”, refere o gabinete do ministro João Pedro Matos Fernandes.

Estes dados, provisórios, dizem respeito a projetos de empresas portuguesas e europeias, abrangendo toda a cadeia de valor, com participações dos setores público e privado, e mobilizando grandes empresas, PME (Pequenas e Médias Empresas), agentes de inovação e de investigação. “Os projetos abrangem também diferentes áreas estratégicas, desde a produção de hidrogénio verde aos transportes”, indica.

O projeto que mobiliza mais recursos é da área química e revela, desde já, a capacidade de mobilização da indústria portuguesa e o reconhecimento da oportunidade do desenvolvimento da economia do hidrogénio, em contexto nacional e europeu, destaca a tutela. Os projetos submetidos resultam do processo de manifestação de interesse lançado pelo Governo, através do Despacho n.º 6403-A/2020, de 18 de junho.

Esta auscultação do mercado foi criada para robustecer a candidatura portuguesa ao Important Project of Common European Interest e para incentivar sinergias a nível de cluster industrial. O convite destinava-se a empresas ou entidades portuguesas ou europeias cujos projetos se traduzissem num valor acrescentado para o país, nomeadamente por via do estabelecimento em Portugal e da criação de emprego, e na redução de emissões de dióxido de carbono equivalente associada aos projetos.

Segue-se, agora, a fase de análise e de verificação dos requisitos previstos no convite à manifestação de interesse, a realizar pelo Comité de Admissão de Projetos, que envolve as áreas governativas da Economia e Transição Digital, do Ambiente e da Ação Climática e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Negócios Estrangeiros.

O comité será apoiado, a nível técnico, pela Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) e pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG). Este processo de consulta ao mercado conclui-se após a apresentação da Estratégia Nacional para o Hidrogénio, cuja consulta pública terminou em 6 de julho, com a participação de mais de 80 entidades, 40 das quais empresas. Para dia 27 de julho está agendado um infoday com o objetivo de clarificar eventuais complementaridades nas manifestações de interesse submetidas.

Contactada pela Lusa, fonte do gabinete do ministro do Ambiente e da Ação Climática escusou dar mais pormenores sobre as manifestações de interesse recebidas, referindo que há reserva em relação às propostas. Em declarações ao Público, Matos Fernandes escusou-se também a identificar as empresas e as entidades que compareceram a este convite internacional, mas acedeu a caracterizar a diversidade de propostas e a dimensão dos projetos, em termos de valores de investimento.

A proposta com o menor valor de investimento é de 1,3 milhões de euros e a mais elevada é de 2,4 mil milhões de euros, segundo avançou o ministro. A proposta de maior valor de investimento foi apresentada por um consórcio da área química para a zona industrial de Estarreja, acrescentou.

O ministro do Ambiente sinalizou ainda a entrada de um grande projeto na área dos transportes liderado por uma entidade pública, “para a reconversão e reutilização de material de transporte movido a hidrogénio”, no valor de 275 milhões de euros. O Público apurou tratar-se de um projeto apresentado pela CP em conjunto com a Salvador Caetano, e que envolve outras entidades do setor científico, como a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. O projeto ainda vai ter de ser estudado em termos de viabilidade económica, numa altura em que estão em curso, e com financiamento garantido, investimentos para a eletrificação de praticamente toda a rede ferroviária nacional.

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Primeiro-ministro grego considera que “ainda não houve progressos suficientes”

  • Lusa
  • 19 Julho 2020

“Estamos em negociações há três dias e, obviamente, ainda não fizemos progressos suficientes para chegar a um acordo”, disse o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis.

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, considerou este domingo que “ainda não houve progressos suficientes” entre os 27 líderes europeus, reunidos em Bruxelas, sobre a recuperação económica para a crise de coronavírus.

“Estamos em negociações há três dias e, obviamente, ainda não fizemos progressos suficientes para chegar a um acordo”, reconheceu o governante helénico, em declarações prestadas na sua chegada à cimeira extraordinária de chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE), em Bruxelas. Por isso, Kyriakos Mitsotakis disse que “espera, sinceramente, que hoje seja impossível resolver o impasse”.

“Todos precisamos de fazer cedências, mas essas cedências não podem diminuir o nosso nível de ambição relativamente a uma forte resposta europeia à crise do novo coronavírus e à recessão por si criada”, observou o chefe de Governo grego. E avisou os seus homólogos: “Não nos podemos dar ao luxo de estar divididos ou enfraquecidos”.

Os líderes europeus partem hoje para o terceiro dia de cimeira em Bruxelas ainda longe de um compromisso sobre o plano de relançamento europeu, em boa parte devido às resistências dos chamados países ‘frugais’.

Ao cabo de dois dias intensos de negociações, o Conselho Europeu iniciado na sexta-feira de manhã na capital belga ainda não permitiu que os 27 se aproximassem o suficiente para a necessária unanimidade em torno das propostas sobre a mesa, de um orçamento da União para 2021-2027 na ordem dos 1,07 biliões de euros e de um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões para ajudar os Estados-membros a superar a crise.

De acordo com diversas fontes europeias, o principal obstáculo a um compromisso continua a ser as exigências dos autodenominados países ‘frugais’, Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca — nalguns casos acompanhados da Finlândia –, pois a esmagadora maioria dos Estados-membros manifestou-se desde o início recetiva à proposta apresentada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, muito semelhante àquela avançada pela Comissão Europeia em finais de maio.

Embora uma das questões delicadas das negociações pareça bem encaminhada, a da governação do Fundo de Resolução — a Holanda, que era o único país a fazer desta matéria uma ‘bandeira’, já aceita à partida a proposta de um “mecanismo travão” à autorização de pagamentos para casos extraordinários em que haja dúvidas sobre se determinado Estado-membro está a proceder às reformas necessárias –, são ainda muitas as diferenças que subsistem a impedir um acordo a 27.

Sendo que a questão da condicionalidade das ajudas ao respeito do Estado de direito ainda não está resolvida — Hungria e Polónia continuam desagradadas com o texto proposto, e as discussões prosseguem com vista a encontrar uma formulação que agrade a todas as partes –, o grande obstáculo a um entendimento é os montantes em jogo.

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Ministra da Saúde a par da situação atual? “Não sei se está, sinceramente”, diz bastonário da Ordem dos Médicos

  • ECO
  • 19 Julho 2020

O bastonário da Ordem dos Médicos não sabe se a ministra da Saúde está a par da gravidade de situação e defende que os médicos não precisam de prémios, mas sim de ser valorizados.

O bastonário da Ordem dos Médicos não poupou as críticas à ministra da Saúde, afirmando não saber se Marta Temido está a par da gravidade da situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em entrevista ao Jornal de Negócios/Antena 1, Miguel Guimarães alertou para a atual situação dos médicos e defendeu a criação de um programa para recuperar os atrasos nas consultas e cirurgias que a pandemia provocou.

Miguel Guimarães adianta que, em março, abril e maio foram realizadas menos três milhões de consultas nos cuidados primários (-57%), menos 900 mil consultas nos hospitais (-38%) e menos 93 mil cirurgias (-44%). Sobre estes números, o bastonário dos médicos diz que é “urgente” recuperar estes atrasos, afirmando que o que a ministra da Saúde está a fazer não é suficiente. Para isso, defende a criação de um “programa excecional” que recupere os atrasos nas consultas, cirurgias e meios de diagnóstico que ficaram por fazer durante a pandemia.

Mas o bastonário alertou também para a situação dos médicos no país, que “precisam de parar”, caso contrário isso “pode ter consequências desastrosas” para os próprios e para os doentes. Miguel Guimarães nota que o primeiro-ministro esteve e continua a estar bem na condução desta pandemia, mas o mesmo não acontece com a ministra da Saúde, que não ouve as recomendações dos médicos.

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“Seria uma péssima notícia para a Europa” não se fechar um acordo hoje, diz Costa sobre a cimeira europeia

  • Lusa
  • 19 Julho 2020

Considerando que “o dia de hoje é obviamente o dia conclusivo”, pois “ninguém vai cá ficar para amanhã”, Costa considerou então imperioso “conseguir fechar esse acordo” durante as próximas horas.

O primeiro-ministro português disse esperar que o Conselho Europeu chegue este domingo a um compromisso sobre o plano de resposta europeia à crise de coronavírus, advertindo que “será uma péssima notícia” para a Europa se tal não acontecer.

Em declarações à partida para o terceiro dia de cimeira em Bruxelas, António Costa disse acreditar que há “uma boa vontade de todos em que haja um acordo” sobre o próximo orçamento plurianual da UE e o Fundo de Recuperação, mas notou que tal exige um esforço negocial cada vez maior, pois alguns Estados-membros têm hoje uma “visão utilitarista” do projeto europeu.

Considerando que “o dia de hoje é obviamente o dia conclusivo”, pois “ninguém vai cá ficar para amanhã”, segunda-feira, Costa considerou então imperioso “conseguir fechar esse acordo” durante as próximas horas. “Se não o fizermos, acho que será uma péssima notícia para a Europa, um péssimo sinal para todos os agentes económicos e para os europeus”, declarou.

António Costa advertiu todavia que, para se chegar a um compromisso a 27, não podem ser apenas 23 a ceder às reivindicações de quatro, os autodenominados ‘frugais’ — Países Baixos (Holanda), Áustria, Suécia e Dinamarca –, que “também têm de fazer algum esforço, porque até agora todos os movimentos [de aproximação] que têm sido feitos, têm sido feitos em direção àqueles quatro países”.

Considerando que é “incompreensível a dificuldade das lideranças europeias em chegarem a um acordo rápido” face a uma crise tão profunda e grave, o primeiro-ministro observou que a realidade de hoje na União Europeia é que há “visões profundamente distintas” do que significa fazer parte do bloco comunitário.

“Hoje, os Governos já não são os mesmos dos que eram quando se constituiu a União, as situações políticas em muitos países já não são as mesmas do que quando se constituiu a União. O espírito mudou muito e nós temos agora muitas vezes, isso é o que eu sinto. Muitos países que estão num fato que já não lhes é confortável. Sabe como é, quando uma pessoa compra um fato, depois engorda, e o fato deixa de servir, ou passa de moda”.

Constatando que “aquilo que é o espírito que tem que animar uma União” já não é então “partilhado por todos”, Costa apontou que é necessário todos fazerem “um enorme esforço em tentar compatibilizar numa União aqueles que verdadeiramente têm vontade de estar na União, aqueles que no fundo, no fundo, o que gostariam era de voltar só ao mercado único e à moeda única”, e ainda outros que disse estar convicto de que “aquilo que gostariam mesmo de voltar simplesmente a um mercado comum e a uma união aduaneira”.

“Portanto, hoje há muitas formas diferentes de estar aqui na União, e isso condiciona a visão global que há”, disse. Costa considerou que “foi manifesto que ao longo da reunião [do Conselho] se foi tornando mais difícil fechar um acordo” e “há muitos temas que ainda estão em aberto”, mas afirmou-se convicto de que é ainda possível chegar a um compromisso. Ao mesmo tempo, defendeu que só vale a pena chegar a um acordo se for um bom acordo, à altura da dimensão da crise, pois caso contrário tratar-se-á de “uma ilusão” para os europeus.

“Não estamos simplesmente a negociar mais milhão, menos milhão para um quadro financeiro normal de circunstâncias normais para executar nos próximos sete anos”, disse, reiterando que o que está em causa é uma resposta a uma crise “que a senhora [chanceler alemã, Angela] Merkel já disse que é a maior desde a II Guerra Mundial”.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia partem hoje para o terceiro dia de cimeira em Bruxelas ainda longe de um compromisso sobre o plano de relançamento europeu, muito pelas resistências que os ‘frugais’ continuam a colocar.

Ao cabo de dois dias intensos de negociações, o Conselho Europeu iniciado na sexta-feira de manhã na capital belga ainda não permitiu que os 27 se aproximassem o suficiente para aprovar as propostas sobre a mesa, de um orçamento da União para 2021-2027 na ordem dos 1,07 biliões de euros e de um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões para ajudar os Estados-membros a superar a crise provocada pela pandemia, com os países frugais a quererem reduzir os montantes dois dois instrumentos e a reduzirem a proporção de apoios a serem prestados na forma de subsídios a fundo perdido.

No reinício dos trabalhos, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, deverá colocar sobre a mesa uma proposta revista, elaborada ao longo da madrugada, tentando ir ao encontro das diversas reivindicações de cada Estado-membro.

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“Penso que ainda é possível chegar a um bom compromisso”, diz Macron sobre cimeira europeia

  • Lusa
  • 19 Julho 2020

O Presidente francês acredita que “ainda é possível” chegar a um “bom compromisso” na cimeira de líderes europeus, mas avisou que os valores europeus não devem ser afetados.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, considerou este domingo que “ainda é possível” chegar a um “bom compromisso” na cimeira de líderes europeus sobre recuperação económica dada a crise de coronavírus, mas avisou que os valores europeus não devem ser afetados.

“Penso que ainda é possível chegar a um bom compromisso, mas esse compromisso não pode pôr em causa a ambição e os valores europeus”, declarou Emmanuel Macron, falando à entrada para uma reunião com a chanceler alemã, Angela Merkel, e os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia à margem da cimeira extraordinária de chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE), em Bruxelas.

Em declarações prestadas minutos antes de sentar à mesa com Charles Michel e Ursula von der Leyen, juntamente com Angela Merkel, com quem tem desempenhado um papel de mediador, Emmanuel Macron destacou que “existe vontade de chegar a acordo e de avançar”. E, por isso, neste encontro matinal antes da cimeira os responsáveis europeus vão “trabalhar num compromisso que seja aceite por todos”, apontou.

“A vontade para chegar a acordo não pode ser afetada pela ambição legítima que devemos ter e penso que os dois objetivos são compatíveis”, reforçou Emmanuel Macron, precisando que “ainda existem questões para finalizar” como as condicionalidades no orçamento europeu relacionadas com o cumprimento do Estado direito e a governação do novo Fundo de Recuperação.

Reconhecendo que persistem “divergências e sensibilidades diferentes” sobre estas matérias, o Presidente francês vincou que “é preciso mais do que nunca haver unidade na Europa”, dada a “crise inédita, em termos sanitários, económicos e sociais” criada pela pandemia.

Os líderes europeus partem hoje para o terceiro dia de cimeira em Bruxelas ainda longe de um compromisso sobre o plano de relançamento europeu, em boa parte devido às resistências dos chamados países ‘frugais’.

Ao cabo de dois dias intensos de negociações, o Conselho Europeu iniciado na sexta-feira de manhã na capital belga, ainda não permitiu que os 27 se aproximassem o suficiente para a necessária unanimidade em torno das propostas sobre a mesa, de um orçamento da União para 2021-2027 na ordem dos 1,07 biliões de euros e de um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões para ajudar os Estados-membros a superar a crise provocada pela pandemia.

De acordo com diversas fontes europeias, o principal obstáculo a um compromisso continua a ser as exigências dos autodenominados países ‘frugais’, Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca — nalguns casos acompanhados da Finlândia –, pois a esmagadora maioria dos Estados-membros manifestou-se desde o início recetiva à proposta apresentada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, muito semelhante àquela avançada pela Comissão Europeia em finais de maio.

Embora uma das questões delicadas das negociações pareça bem encaminhada, a da governação do Fundo de Resolução — a Holanda, que era o único país a fazer desta matéria uma ‘bandeira’, já aceita à partida a proposta de um “mecanismo travão” à autorização de pagamentos para casos extraordinários em que haja dúvidas sobre se determinado Estado-membro está a proceder às reformas necessárias –, são ainda muitas as diferenças que subsistem a impedir um acordo a 27.

Sendo que a questão da condicionalidade das ajudas ao respeito do Estado de direito ainda não está resolvida — Hungria e Polónia continuam desagradadas com o texto proposto, e as discussões prosseguem com vista a encontrar uma formulação que agrade a todas as partes –, o grande obstáculo a um entendimento é os montantes em jogo.

Este parece ser um obstáculo muito difícil de transpor, porque as diferenças sobre os valores estendem-se do montante global do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 ao do Fundo de Recuperação, passando pelos valores dos apoios que devem ser prestados através de subvenções (subsídios a fundo perdido) e empréstimos, e ainda pelos ‘rebates’, os descontos de que alguns dos grandes contribuintes líquidos beneficiam.

É neste cenário de divisão que os líderes europeus partem então hoje para o terceiro dia de Conselho Europeu, com arranque formal previsto para as 11h00 de Lisboa (12h00 em Bruxelas), mas que deverá uma vez mais ser antecedido de diversos encontros à margem, em diversos formatos, numa derradeira tentativa de se alcançar um acordo considerado urgente pela esmagadora maioria dos responsáveis, entre os quais António Costa.

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Crise destruiu o que poderia ser o melhor ano do golfe turístico

  • Lusa
  • 19 Julho 2020

O setor esperava que este fosse "o melhor ano" para o golfe turístico em Portugal. Agora aponta para uma quebra de receitas entre os 80% e 90%, pico que poderá ser atingido em novembro.

A crise provocada pela pandemia de coronavírus veio “destruir” o que poderia ser o “melhor ano para a indústria portuguesa do golfe turístico”, defendeu o Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG), pedindo a redução do IVA para 6%.

“Janeiro e fevereiro, meses de época baixa, começaram muito bem e tivemos um nível de reservas para a chamada época alta — março, abril, maio, setembro, outubro e novembro –, substancialmente superiores, na ordem dos 10% ou 15%, ao que aconteceu em 2019”, indicou o presidente do CNIG, em declarações à Lusa. Perante este cenário, o setor tinha a expectativa de que este seria “o melhor ano” para o golfe turístico em Portugal, resultado de um longo trabalho, que levou Portugal a ser considerado o melhor destino de golfe, conforme explicou Luís Correia da Silva.

No entanto, a pandemia de coronavírus, o encerramento dos campos de golfe e o consequente impacto económico destruíram essa possibilidade. “O encerramento dos campos em plena época alta e a reabertura em maio, sem ninguém, configura uma situação já crítica”, apontou o mesmo responsável, acrescentando que a grande maioria dos associados do CNIG tiveram que recorrer ao regime de lay-off simplificado.

Apesar desta medida, conforme sublinhou Luís Correia da Silva, o setor tem especificidades que não permitiram o encerramento total dos campos durante o confinamento, nomeadamente a manutenção da relva, que não pode ser suspensa, colocando em causa o investimento mínimo de dez milhões de euros associado a um campo de golfe. De acordo com os dados do CNIG, a quebra de receitas no setor está entre os 80% e 90%, pico que poderá ser atingido em novembro.

O setor perspetiva que as reservas de setembro, outubro e novembro possam ajudar a mitigar os impactos da pandemia, porém, estas estão ainda dependentes da reversão da decisão do Reino Unido colocar Portugal de fora dos corredores turísticos. “Se a decisão não for revertida vai ser um desastre completo com uma vaga de cancelamentos”, notou o presidente do CNIG, mantendo-se otimista quanto à reversão desta medida, apesar de ressalvar que “a sorte é feita de muito trabalho”.

Neste sentido, a indústria do golfe acredita ser importante controlar problemas internos, permitindo às autoridades nacionais “argumentar e tornar sustentável” os interesses de Portugal, assegurando que o país é retirado “das listas negras”, uma decisão que não é “coerente nem lógica”, muitas vezes, fruto de “lobbys para privilegiar outros países”.

Já no que se refere às medidas avançadas pelo Governo para travar o impacto da pandemia, o CNIG considerou ser necessário estender o regime de lay-off simplificado. Paralelamente, o setor quer que o IVA da indústria do golfe, atualmente nos 23%, regresse aos 6%, permitindo que Portugal tenha preços mais competitivos, potenciando o interesse dos clientes. Fundado em 1995, o CNIG é uma entidade privada sem fins lucrativos, que tem como objetivo representar a indústria do golfe em Portugal.

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Tabaqueira aposta no IQOS. “Futuro passará por alternativas menos nocivas”

200 mil portugueses trocaram cigarros tradicionais por tabaco aquecido. Grupo quer alcançar um futuro sem fumo que passa pela substituição dos cigarros convencionais por alternativas menos nocivas.

Os hábitos de consumo dos fumadores estão a alterar-se, com a combustão a poder passar, num futuro próximo, a fazer parte do passado. No mundo, existem já 7,3 milhões de consumidores de tabaco aquecido e 200 mil em Portugal, sendo esta uma tendência que, diz a Tabaqueira, deverá continuar a acelerar. “O futuro passará por alternativas menos nocivas”, refere Rui Minhós, salientando que um dos objetivos do grupo é converter todas as fábricas em produtos alternativos, como o tabaco aquecido.

“A empresa está num processo de transformação. A visão do grupo Philip Morris é alcançar um futuro sem fumo que passa pela substituição dos cigarros, que por via da combustão é uma das formas mais nocivas de consumir nicotina, por alternativas menos nocivas”, explica ao ECO, Rui Minhós, administrador da Tabaqueira, subsidiária da Philip Morris International em Portugal.

O administrador destaca que o consumo tradicional de tabaco tem vindo a sofrer uma ligeira quebra ao longo dos anos, o que na sua ótica “realça ainda mais o nosso propósito que é tentar substituir os cigarros por estas alternativas menos nocivas”. “Acredito que o consumo de cigarros convencionais poderá terminar em muitos países nos próximos 10 a 15 anos”, realça.

A Agência Americana para a Segurança Alimentar e para o Medicamento, a Food and Drug Administration (FDA, siga em inglês), autorizou recentemente a comercialização do IQOS, sistema de aquecimento de tabaco da Philip Morris International. Um passo decisivo para a empresa neste processo de de mudança de paradigma do negócio.

A visão do grupo Philip Morris é alcançar um futuro sem fumo que passa pela substituição dos cigarros tradicionais por alternativas menos nocivas”

Rui Minhós

Administrador da Tabaqueira

“A decisão da FDA é um marco histórico para a Saúde Pública. Para nós, esta autorização é muito importante. É o primeiro e único sistema eletrónico de tabaco a receber uma autorização de comercialização deste tipo de tabaco“, refere com orgulho o administrador da Tabaqueira.

Portugal foi o quarto país no mundo a iniciar a comercialização de IQOS. Atualmente, as vendas de tabaco aquecido representam já quase 20% das receitas do grupo e mantiveram-se estáveis durante o período de confinamento. O administrador da Tabaqueira explica ao ECO as vantagens deste tipo de cigarro. “Estudos científicos demonstraram que a substituição completa dos cigarros convencionais pelo sistema IQOS reduz significativamente a exposição do organismo a constituintes químicos nocivos ou potencialmente nocivos”, conta Rui Minhós.

Objetivo do grupo é converter todas as fábricas em alternativas menos nocivas

O ano passado saíram das fábricas do grupo 26 mil milhões de cigarros, sendo que 82% foi para exportação. Apesar de representar ainda 20% do volume de negócios, o grupo acredita que o tabaco aquecido será o futuro e as apostas vão nesse sentido. “Desde o início desta fase de transformação o grupo Philip Morris investiu mais 6,3 mil milhões de euros em I&D destas alternativas menos nocivas e na conversão das fábricas e toda a cadeia de valor”, refere Rui Minhós.

De acordo com o administrador, é um objetivo do grupo Philip Morris converter no futuro todas as suas fábricas de produtos convencionais em produtos alternativos, como é o caso do tabaco aquecido. “É expectável em alguns mercados deixar a comercialização de cigarros tradicionais num horizonte de 10 a 15 anos, incluindo Portugal”.

O administrador da Tabaqueira esclarece que esta conversão vai depender muito da procura por este tipo de produtos. “Na Europa já houve fábricas convertidas em que deixamos de fabricar cigarros tradicionais e só produzimos atualmente tabaco aquecido”. Rui Minhós exemplifica: “Nós construímos um fabrica de raiz em Bolonha para produção de tabaco aquecido. Custou cerca de 500 milhões de euros”.

Foi em Lisboa, no concelho de Sintra, que nasceu a primeira fábrica da Tabaqueira. Hoje é um dos principais centros de produção da Philip Morris International na União Europeia. Em relação a esta fábrica, Rui Minhós destaca que “no futuro é expectável uma conversão total e que será uma questão de tempo para a fábrica ser convertida”.

“O futuro da Tabaqueira passará sempre por alternativas inovadoras, tecnológicas, menos nocivas relativas ao consumo de tabaco, mas poderá também surgir outras áreas interessantes na área das ciências da saúde que não se restringem apenas o consumo de tabaco”, concluiu administrador da Tabaqueira que conta com um volume de negócios superior a 600 milhões de euros.

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Portugueses dão melhor nota a Costa. Mas confiam mais em Marcelo, mostra sondagem

  • ECO
  • 19 Julho 2020

Uma sondagem mostra que António Costa tem melhor nota do que Marcelo em termos de desempenho, mas é no Presidente da República que os portugueses mais confiam.

Aos olhos dos portugueses, é o primeiro-ministro quem tem mostrado um melhor desempenho em termos políticos, ainda que o Presidente da República esteja praticamente no mesmo patamar de avaliação, mostra uma sondagem da Aximage para o Jornal de Notícias/TSF. Mas é em Marcelo Rebelo que os portugueses mais mostram confiança. Ainda assim, a maioria considera que o chefe de Estado devia ser mais exigente sobre o Governo.

Num universo de mais de 600 pessoas, 63% considera que António Costa tem um desempenho positivo no desempenhar das funções políticas, enquanto apenas 18% dá uma nota negativa. Do lado de Marcelo Rebelo de Sousa, a avaliação é igualmente positiva, mas ligeiramente abaixo: 61% dos portugueses partilha dessa opinião, enquanto 22% dá uma nota negativo ao Presidente da República.

Contudo, o cenário muda quando o critério de avaliação é a confiança. De acordo com a sondagem da Aximage, 41% dos portugueses inquiridos confia mais em Marcelo do que em Costa. Enquanto isso, 33% confiam igualmente em ambos e apenas 17% confia mais no primeiro-ministro.

Ainda assim, apesar de receber mais confiança do que Costa, o Presidente da República tem de ser mais exigente, consideram os portugueses. 62% dos inquiridos acredita que Marcelo deveria ser mais exigente com o Governo, enquanto apenas 28% discorda desta opinião.

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Marsh é a maior corretora mundial de seguros pela última vez

  • ECO Seguros
  • 19 Julho 2020

O ranking das maiores corretoras de seguros do mundo volta a dar a Marsh & McLennan como a maior do mundo, mas um novo concorrente vai ascender à liderança este ano.

A Marsh & McLennan Companies voltou a ocupar o primeiro lugar entre as maiores corretoras de seguros munidais, segundo um ranking anualmente elaborado pela agência de rating A.M. Best. O grupo de corretagem, com sede em Nova Iorque e forte presença em Portugal, completou a aquisição da JLT – Jardine Lloyd Thompson em 2019 e ampliou a sua pegada mundial a 130 países. Para além da Marsh o grupo tem atividades conexas através das marcas Guy Carpenter, Mercer e Oliver Wyman e obteve receitas estimadas de comissões e serviços de 14,8 mil milhões de dólares, um valor superior ao total dos prémios emitidos pelas seguradoras em Portugal.

No entanto a Marsh vai perder a sua posição de liderança este ano, a concretizar-se, conforme previsto, a compra da Willis Towers Watson, terceira do ranking, pela AON, segunda maior do mundo, totalizando o conjunto mais de 17,5 mil milhões de euros de receitas.

O crescimento das corretoras tem-se concretizado através de aquisições de outras concorrentes de todas as dimensões e, segundo a consultora especializada em seguros Optis Partners, foram concluídas 649 aquisições durante o ano passado por parte das maiores corretoras mundiais. A JLT estava no ranking das maiores do ano passado e deixou a tabela após a compra pela Marsh. A Acrisure, nona no ranking, juntou mais 100 companhias em 2019, a Hub adquiriu 74 empresas, a Brown & Brown comprou 23 e a AssuredPartner’s fez 53 negócios.

As maiores do mundo pertencem aos maiores mercados, Estados Unidos e Londres, no entanto a Fanhua, maior chinesa, reapareceu neste ranking da A. M. Best depois de ter saído do top20 em 2017.

A Marsh, AON e Willis estão presentes diretamente em Portugal, enquanto a Arthur J. Galagher e a Lockton são representadas pela corretora Costa Duarte. Destaque ainda para o AmeriTrust Group, 19º lugar do ranking, que é detida a 100% pela Fosun International, pertencente ao grupo que detém 85% do capital da portuguesa Fidelidade. A Alliant, 11ª do ranking mundial, é parceira da MDS na corretora Brokerslink.

Maiores corretoras de seguros do mundo por receitas em 2019

Câmbio 31.12.2019: 1€=1,14USD
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(Atualizado às 16.00 de dia 20 julho, indicando a relação da Alliant com Portugal através da sua parceria com a MDS na Brokerslink)

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Portugal e EUA procuram intensificar colaboração bilateral depois da pandemia

  • Lusa
  • 19 Julho 2020

Os dois países querem intensificar a colaboração bilateral em matérias de comércio, saúde pública, defesa e segurança marítima "no mundo pós-covid".

Portugal e os Estados Unidos da América (EUA) querem intensificar a colaboração bilateral em matérias de comércio, saúde pública, defesa e segurança marítima “no mundo pós-covid”, segundo uma nota divulgada este domingo pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

A declaração publicada hoje diz respeito a uma reunião realizada de forma virtual pela Comissão Bilateral Permanente (CBP) na passada quarta-feira, onde se destacou a intenção de intensificar uma “colaboração próxima com os EUA que garanta um reforço dos fluxos comerciais e de investimento”.

Segundo a declaração, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias apresentou “perspetivas portuguesas de recuperação socioeconómica no contexto da pandemia”, em que se incluem medidas como “facilitação ao mercado, contenção das medidas de defesa comercial e promoção de parcerias em matéria de cadeias de valor”.

“Portugal reiterou a sua preocupação com as tarifas aplicadas aos produtos lácteos açorianos, bem como com aquelas atualmente em ponderação no processo de revisão”, pode ler-se na declaração conjunta adotada pela CBP, publicada hoje. Alguns desafios que se colocam, no entanto, são a “desinformação” e o investimento em “áreas críticas para a segurança nacional”, lê-se na nota do ministério.

A Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os Estados Unidos indica que existe “potencial para explorar uma colaboração mais robusta em segurança marítima cooperativa e no desenvolvimento de capacidades de defesa” entre os dois países. “Os EUA e Portugal também concordaram ser de vital importância manter os investimentos na defesa durante estes tempos turbulentos”, declara a CBP.

Neste contexto, a Base das Lajes, nos Açores, foi um ponto importante da reunião, com “uma proposta portuguesa para redefinir o perímetro da Base” e com “progresso nas discussões” sobre um Plano Abrangente de Infraestruturas entre Portugal e EUA, cuja criação foi mencionada numa reunião da CBP em dezembro de 2017. A CBP declara também que registou “os planos para discussões presenciais de seguimento em San Antonio e nas Lajes” em relação aos resultados técnicos dos sites 3001 e 5001.

Para esta comissão, a Base das Lajes é prova do “dinamismo da parceria bilateral de defesa” e de “contribuições de Portugal (…) para a segurança transatlântica e global”. A CBP destaca também o “empenho mútuo (…) em promover a preservação e o uso sustentável de recursos marinhos e do oceano”. Os dois países têm “interesses comuns no desenvolvimento da economia azul em diversos setores e no reforço das relações bilaterais em matéria de cooperação nas áreas da inovação azul, tecnologia e ‘clusters’ marinhos”, lê-se na declaração conjunta da CBP.

“Tópicos de interesse mútuo, tais como a segurança do Atlântico, o papel estratégico dos Açores e a África subsaariana, continuam na agenda”, sustenta a CBP. A 43.ª reunião da CBP foi presidida conjuntamente pela Diretora-Geral de Política Externa, Madalena Fischer, e pelo subsecretário de Estado adjunto dos EUA para a Europa Ocidental, Shawn Crowley.

Na reunião participaram o Embaixador de Portugal nos EUA, Domingos Fezas Vital, o Embaixador dos EUA em Portugal, George Glass, e o Presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro. A próxima reunião da Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e Estados Unidos está prevista para dezembro, em Portugal.

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É “possível” que não haja acordo hoje apesar da “boa vontade”, diz Merkel

  • Lusa
  • 19 Julho 2020

“Há muito boa vontade, […] mas também é possível que nenhum resultado seja alcançado hoje”, afirmou Angela Merkel, no arrancar do terceiro dia da cimeira extraordinária.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse este domingo ser “possível” que os líderes europeus, reunidos em Bruxelas pelo terceiro dia, não cheguem a acordo sobre a recuperação económica após a crise de coronavírus, apesar de destacar a “boa vontade”.

“Há muito boa vontade, […] mas também é possível que nenhum resultado seja alcançado hoje”, afirmou Angela Merkel, falando à entrada da cimeira extraordinária de chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE), em Bruxelas.

Tendo sido a primeira a chegar ao edifício do Conselho Europeu, três horas antes do início da reunião, a chanceler descreveu o dia de hoje como “decisivo”, embora admitindo não conseguir determinar se “será encontrada uma solução” para o impasse político nas negociações. Os líderes europeus partem hoje para o terceiro dia de cimeira, ainda longe de um compromisso sobre o plano de relançamento europeu, em boa parte devido às resistências dos chamados países ‘frugais’.

Ao cabo de dois dias intensos de negociações, o Conselho Europeu iniciado na sexta-feira de manhã na capital belga, ainda não permitiu que os 27 se aproximassem o suficiente para a necessária unanimidade em torno das propostas sobre a mesa, de um orçamento da União para 2021-2027 na ordem dos 1,07 biliões de euros e de um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões para ajudar os Estados-membros a superar a crise provocada pela pandemia.

De acordo com diversas fontes europeias, o principal obstáculo a um compromisso continua a ser as exigências dos autodenominados países ‘frugais’, Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca — nalguns casos acompanhados da Finlândia –, pois a esmagadora maioria dos Estados-membros manifestou-se desde o início recetiva à proposta apresentada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, muito semelhante àquela avançada pela Comissão Europeia em finais de maio.

Embora uma das questões delicadas das negociações pareça bem encaminhada, a da governação do Fundo de Resolução — a Holanda, que era o único país a fazer desta matéria uma ‘bandeira’, já aceita à partida a proposta de um “mecanismo travão” à autorização de pagamentos para casos extraordinários em que haja dúvidas sobre se determinado Estado-membro está a proceder às reformas necessárias –, são ainda muitas as diferenças que subsistem a impedir um acordo a 27.

Sendo que a questão da condicionalidade das ajudas ao respeito do Estado de direito ainda não está resolvida — Hungria e Polónia continuam desagradadas com o texto proposto, e as discussões prosseguem com vista a encontrar uma formulação que agrade a todas as partes –, o grande obstáculo a um entendimento é os montantes em jogo.

Este parece ser um obstáculo muito difícil de transpor, porque as diferenças sobre os valores estendem-se do montante global do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 ao do Fundo de Recuperação, passando pelos valores dos apoios que devem ser prestados através de subvenções (subsídios a fundo perdido) e empréstimos, e ainda pelos ‘rebates’, os descontos de que alguns dos grandes contribuintes líquidos beneficiam.

É neste cenário de divisão que os líderes europeus partem então hoje para o terceiro dia de Conselho Europeu, com arranque formal previsto para as 11h00 de Lisboa (12h00 em Bruxelas), mas que deverá uma vez mais ser antecedido de diversos encontros à margem, em diversos formatos, numa derradeira tentativa de se alcançar um acordo considerado urgente pela esmagadora maioria dos responsáveis, entre os quais António Costa.

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Como vão o défice e a dívida dos partidos? Eis as contas de 2019

As contas de 2019 permitem concluir que o PS é o partido com o maior passivo, o PCP o que tem mais contribuições dos eleitos, a IL a que mais depende de donativos e o PSD o que está mais sólido.

Os partidos entregaram esta semana as contas relativas a 2019 à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) e o ECO analisou a situação financeira dos que têm assento parlamentar. No global, o PSD é o que tem atualmente a melhor situação financeira, seguindo-se o PCP e o BE, enquanto o PS e o CDS continuam em falência técnica. Já os partidos mais pequenos têm uma situação saudável, proporcional à sua dimensão. Mas há mais a explorar: Quem recebe mais donativos e quotas? Qual o partido que mais consegue encaixar em angariação de fundos?

Há várias formas de olhar para a situação financeira dos partidos, mas entre as variáveis observadas destacam-se os capitais próprios, ou seja, a situação líquida — a medida mais direta da saúde da empresa em determinado momento. Genericamente, esta corresponde à diferença entre os ativos e o passivo, neste caso dos partidos. Nesta ótica, o PSD está no topo com 19,8 milhões de capitais próprios, o que compara com a situação do PS de 3,8 milhões de euros de capitais próprios negativos.

Nível de capitais próprios (ativos – passivos) dos partidos com assento parlamentar

Segue-se o PCP com 16,7 milhões de euros e o BE com 2,6 milhões de euros, em contraste com o CDS que tem capitais próprios negativos de 841 mil euros. Há ainda o PAN com 248 mil euros, o PEV com 174 mil euros, o Chega com 37 mil euros e a Iniciativa Liberal com 32 mil euros — ressalve-se que o Livre não se encontra nesta análise uma vez que a deputada eleita desvinculou-se do partido. Mas há mais para analisar além da situação global, sendo que os partidos diferenciam-se na forma como chegam a estes resultados e também no desempenho do ano passado.

Reavaliação do património muda drasticamente contas do PSD

As contas do PSD dos últimos anos sugerem que há um antes e um depois de Rui Rio: o próprio assumiu esta tarefa de melhorar as contas do partido como uma das principais do seu mandato, a nível interno. O partido começou assumidamente a conter-se nos gastos e a registar resultados líquidos positivos, abatendo no passivo, que passou de 14,4 milhões para 8,5 milhões de euros em três anos.

Mas o que teve mais impacto foi uma reavaliação do património que levou os ativos tangíveis de cinco milhões para cerca de 25 milhões de euros, o que teve um papel determinante no ativo e, por isso, nos capitais próprios do partido. Foi esta valorização quatro vezes superior que permitiu ao PSD ultrapassar o PCP como o partido que tem contas mais sólidas, do ponto de vista dos capitais próprios.

De notar ainda que o PSD teve um resultado líquido positivo em 2019, ou seja, registou lucros de 891 mil euros, para os quais contribuíram os 926,7 mil euros de quotas entregues pelos militantes — o segundo maior valor de quotas entre os partidos com assento parlamentar.

PS mantém trajetória de melhoria, mas continua a ter o maior passivo

Desde que em 2016 renegociou a sua dívida com a banca que o Partido Socialista tem conseguido melhorar gradualmente as suas contas. Os capitais próprios passaram de seis milhões de euros negativos em 2016 para -3,8 milhões em 2019, mas o partido continua a ter o maior passivo (19,8 milhões de euros).

A contribuir para a melhoria das contas está a acumulação de lucros nos últimos anos, sendo que, em 2019, o resultado líquido positivo foi de 571 mil euros, o segundo maior, logo a seguir ao PSD. O PS é o terceiro partido que mais recebe através de quotas: 806,6 mil euros.

Contudo, os socialistas também acumularam avultados prejuízos com as eleições realizadas em 2019. Nas Legislativas, o PS viu as suas contas desequilibrarem-se em 525 mil euros e nas Europeias em 445 mil euros.

Eleitos do PCP deram ao partido mais de um milhão de euros

O PCP era até há pouco tempo o partido com as contas mais sólidas e estas assim continuam com capitais próprios de 16,7 milhões de euros, apesar de ter registado prejuízos de 439,7 mil euros no ano passado. Uma das coisas que é particular aos comunistas é a fatia do salário dos eleitos que vai para o partido: em 2019, esse montante ficou acima de um milhão de euros. Além disso, destaca-se por ser, de longe, o que mais recebe em quotas e angariação de fundos: 3,4 milhões e 2,9 milhões em 2019, respetivamente. À semelhança do PCP, o PEV continua com uma situação saudável em proporção da sua dimensão: 174 mil euros de capitais próprios.

BE com prejuízo de 360,9 mil euros em 2019

O ano eleitoral do Bloco de Esquerda levou o partido a registar um prejuízo de 360,9 mil euros. Tanto nas legislativas como nas europeias, os gastos dos bloquistas foram quase o dobro da subvenção de campanha que viriam a receber mais tarde e que depende dos votos que cada partido recebe. Também no BE os eleitos contribuem para o partido, mas o valor é muito inferior ao do PCP: 156,8 mil euros. Com as quotas, o BE encaixou apenas 77 mil euros e tanto a angariação de fundos como os donativos são marginais nas contas do partido.

CDS está em falência técnica e tem piorado drasticamente

Tal como o PS, o CDS também está em falência técnica mas, ao contrário dos socialistas, os centristas têm piorado ainda mais essa situação, em parte devido aos maus (face às expectativas e ao histórico) resultados eleitorais nos últimos anos. Em 2016, o partido tinha capitais próprios negativos na ordem dos 98 mil euros, mas em 2019 estes aumentaram para os 841,2 mil euros, uma deterioração muito significativa da situação financeira do CDS. Só no ano passado, o partido teve um prejuízo de 227,8 mil euros.

PAN cresce e mantém-se saudável a nível financeiro

O passivo do Partido Pessoas, Animais e Natureza cresceu, mas o ativo cresceu ainda mais, melhorando a sua situação financeira. Com a melhoria dos resultados eleitorais em 2019 — elegeu pela primeira vez para o Parlamento Europeu e conseguiu quatro deputados na AR –, o PAN conseguiu fechar o ano com capitais próprios de 246,5 mil euros e um resultado líquido positivo em 2019 de 71,5 mil euros.

Chega gasta menos legislativas e Iniciativa Liberal é o mais dependente dos militantes

Entre os partidos com apenas um deputado eleito para o Parlamento, o Chega destacou-se tanto nas eleições do ano passado pelas previsões avultadas que fazia nos orçamentos eleitorais que entregava na ECFP, contando com grandes donativos e angariação de fundos. Contudo, tal não se veio verificar: a título de exemplo, nas contas de 2019 torna-se visível que o partido gastou apenas 24,4 mil euros na campanha eleitoral para o Parlamento, bem abaixo dos 150 mil euros que previa inicialmente.

No caso da Iniciativa Liberal, o que salta à vista é a fonte de financiamento ser maioritariamente através de donativos: 96,8 mil euros, um valor superior ao que receberam PCP, CDS, BE ou outros partidos em donativos e cerca de metade do que receberam PSD e PS. Recorde-se que os liberais rejeitaram a subvenção de campanha daí que tenham recorrido também à angariação de fundos nesses momentos como a principal fonte de financiamento da campanha eleitoral. Contudo, segundo as contas de 2019, a IL recebeu a subvenção partidária entregue pela Assembleia da República aos partidos com mais de 50 mil votos nas legislativas e que é entregue todos os anos.

Outros partidos que não têm assento parlamentar, mas que têm tido cobertura noticiosa, como o Aliança de Pedro Santana Lopes ou o RIR (Reagir Incluir Reciclar) de Vitorino Silva, não entregaram ainda as contas, violando o prazo, o qual já tinha sido adiado por causa da pandemia.

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