PSD com contas em ordem. PS e CDS em falência técnica

As contas dos partidos relativas a 2019 mostram que o PSD é o partido com mais capitais próprios, seguindo-se o PCP e o BE. Já o PS e o CDS continuam em falência técnica.

O Partido Social-Democrata era o partido que tinha em 2019 a situação financeira mais saudável, se analisada através dos capitais próprios. A diferença entre o ativo e o passivo do PSD era de 19 milhões de euros no ano passado, acima dos 16,7 milhões registados pelo PCP que antes de Rui Rio ter assumido o leme dos social-democratas era o partido com as contas mais sólidas. Já o PS e o CDS continuam em falência técnica, apesar de os socialistas estarem gradualmente a melhorar a sua situação financeira.

Estas são as conclusões que se podem retirar das contas de 2019 entregues pelos partidos à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, que as publicou no seu site esta quinta-feira. Há várias formas de olhar para a situação financeira dos partidos, mas entre as variáveis observadas destacam-se os capitais próprios, ou seja, a situação líquida — a medida mais direta da saúde da empresa em determinado momento. Genericamente, esta corresponde à diferença entre os ativos e o passivo, neste caso dos partidos.

Segundo a compilação feita pelo ECO, nesta ótica, destaca-se o PSD com capitais próprios de 19 milhões de euros em 2019, muito acima do pouco mais de um milhão de euros que registava em 2016. O que justifica esta diferença? Com a entrada de Rui Rio, o partido começou assumidamente a conter nos gastos e a registar resultados líquidos positivos, abatendo no passivo que passou de 14,4 milhões para 8,5 milhões de euros em três anos. Mas o que teve mais impacto foi uma reavaliação do património que levou os ativos tangíveis de 5 milhões para cerca de 25 milhões de euros, o que teve um papel determinante no nível de capitais próprios do partido.

O PCP deixou de ser o partido com as contas mais sólidas, mas ainda assim continua a ter uma situação saudável com capitais próprios de 16,7 milhões de euros. Também no verde, mas longe destes partidos, está o Bloco de Esquerda com capitais próprios de 2,6 milhões de euros. Segue-se o PAN com 248 mil euros, o PEV com 174 mil euros, o Chega com 37 mil euros e a Iniciativa Liberal com 32 mil euros.

Já o PS — que tem o maior passivo de todos os partidos, nos 19,9 milhões de euros — continua em falência técnica ao registar capitais próprios negativos em 3,8 milhões de euros, apesar de ter vindo gradualmente a melhorar a sua situação financeira uma vez que os últimos resultados líquidos têm sido positivos. O CDS mantém os capitais próprios negativos de 841 mil euros, tendo um passivo de 1,3 milhões de euros.

E quanto ao resultado líquido de 2019? Também nesta ótica o PSD destaca-se com um lucro de 891 mil euros no ano passado, seguindo-se o PS com 572 mil euros, o PAN com 71 mil euros, o Chega com 37 mil euros e a IL com 30 mil euros. Por outro lado, o PCP registou um prejuízo de 439,7 mil euros, seguindo-se o BE com uma perda de 360,9 mil euros e ainda o CDS com um prejuízo de 227,7 mil euros.

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