Banco de Portugal fez “inspeção-relâmpago” ao EuroBic, confirma Ana Gomes
A ex-eurodeputada diz que, após ter escrito no Twitter que Isabel dos Santos "lava" dinheiro através do EuroBic, o Banco de Portugal avançou com uma investigação nesse sentido.
A ex-eurodeputada confirma que, após escrever no Twitter sobre as alegadas “lavagens” de dinheiro de Isabel dos Santos, o Banco de Portugal (BdP) avançou com uma “investigação-relâmpago” ao EuroBic neste sentido, uma informação que já tinha sido revelada em primeira mão pelo jornalista Pedro Santos Guerreiro, na rubrica Primeira Mão na TVI24.
Ao que o ECO apurou, no início de janeiro, esta inspeção teve início em dezembro de 2019 e surgiu depois uma outra inspeção ao então Banco Bic, em 2015, que resultou numa série de medidas a implementar pelo banco do qual a empresária angolana é uma das principais acionistas. Desta forma, o supervisor pretende verificar se as mesmas chegaram a ser implementadas pelo banco.
Em outubro, Ana Gomes escreveu no Twitter que a empresária angolana “endivida-se muito porque, ao liquidar as dívidas, ‘lava’ que se farta”. Este tweet deu muito que falar, até porque a ex-eurodeputada acabou por referir o EuroBic, levando o próprio banco e Isabel dos Santos a avançarem com processos na Justiça.
Tweet from @AnaMartinsGomes
Agora, em declarações ao Jornal Económico (acesso pago), Ana Gomes revela que, após essas suas declarações, o BdP avançou com uma “investigação-relâmpago” para confirmar se Isabel dos Santos realmente usa o EuroBic para branquear capitais. “Só recentemente, na sequência de declarações minhas sobre o facto de o EuroBic ser um instrumento de ‘lavandaria’ para a acionista Isabel dos Santos e outros elementos da cleptocracia angolana, o BdP ordenou uma operação relâmpago ao EuroBic, no final do passado mês de outubro”, disse.
Esta “investigação-relâmpago” surgiu na sequência de uma outra inspeção feita em 2015 ao mesmo banco, na altura por se considerar que este era de “risco intrínseco alto”. Contudo, a ex-eurodeputada socialista diz que “tudo indica que o BdP nunca extraiu consequências práticas do relatório que mandou elaborar em 2015”.
O ECO contactou o BdP para pedir uma reação oficial, mas até à publicação desta notícia não obteve resposta.
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