“Fiquei a 0,56% de conseguir a maioria absoluta. Comigo nada é fácil”, diz Rui Rio
Rui Rio faz um discurso agregador, quer contar com Pinto Luz e Montenegro para que "o PSD volte a merecer a confiança dos portugueses". Ganhar mais câmaras nas próximas autárquicas é a prioridade.
Rui Rio considera que ter de disputar uma segunda volta eleitoral com Luís Montenegro é um sinal de vitalidade do partido e pediu aos militantes mais um esforço para, no próximo sábado, voltarem às urnas. No discurso de “vitória expressiva”, Rui Rio sublinhou que só lhe faltaram 0,56% dos votos para obter a maioria absoluta.
“Fiquei a 0,56% de conseguir a maioria absoluta”, sublinhou o atual presidente do PSD. “Foi uma vitória expressiva” que, de acordo com as regras anteriores, teria sido suficiente para assegurar a renovação de mandato, mas agora o partido prepara-se para a primeira segunda volta na sua história. “Comigo nada é fácil. É sempre preciso mais e mais”, ironizou Rui Rio, visivelmente bem disposto.
“Hoje não se verificou essa coisa de ser um perdedor”, acrescentou numa referência a um artigo publicado sobre ele.
Comigo nada é fácil. É sempre preciso mais e mais.
Num discurso cheio de recados para Luís Montenegro, Rio começou por dar uma nota de unificação do partido sublinhando que, se ganhar, contar não só com Miguel Pinto Luz e os seus apoiantes, mas também com Luís Montenegro e respetivos apoiantes. Uma resposta ao apelo que minutos antes Montenegro tinha feiro aos apoiantes de Pinto Luz para que votassem nele na segunda volta, já que eram a favor da mudança e não da continuidade no partido.
No entanto, apesar de ter começado por pedir aos militantes mais um esforço para voltarem às urnas no próximo dia 18, acabou a sublinhar que para conquistar os “poucochinhos” votos que lhe faltam basta que, na segunda volta, alguns dos militantes que votaram em Miguel Pinto não votem. Mauro Xavier, por exemplo, um dos apoiantes da candidatura de Pinto Luz, disse na TVI24, que numa segunda volta, vai votar em branco.
Em ainda no capítulo das respostas a Montenegro, Rio disse que não aceitava o repto lançado de um novo frente a frente na próxima semana. “Participei num debate que não foi nada prestigiante para o PSD. Não gostei e não serviu para esclarecer os militantes do PSD que já estão largamente esclarecidos”, disse quando questionado sobre se aceitava o convite. O responsável acrescentou ainda que este tipo de debates, em eleições internas, acabam por não fazer bem ao partido e que já tinha tido uma experiência passada com Pedro Santana Lopes, mas “foi um bocado melhor”.
“Na política, não somos inimigos, mas adversários. Todos queremos servir o país, mas temos óticas diferentes”, frisou Rio, em mais uma estocada ao seu adversário do próximo sábado. Luís Montenegro, no seu discurso, reiterou que o seu adversário não era Rio, a quem chamou de “companheiro”, mas sim António Costa. Ora, o atual líder do PSD reiterou, por sua vez, que é necessário fazer uma “oposição construtiva” e “concordar com as propostas em função do seu mérito e não de quem as apresenta”.
Na política, não somos inimigos, mas adversários. Todos queremos servir o país, mas temos óticas diferentes.
“Servimos o país no Governo, mas também na oposição. Na política estamos para servir o país. Temos a obrigação de denunciar o que está mal, mas criticar sem argumentos e fundamentação não credibiliza a política e, no nosso caso o PSD”, afirmou.
A estratégia de Rui Rio para o PSD
Este é apenas um dos três pilares da estratégia que Rio traçou para que “o PSD volte a ganhar a confiança dos portugueses” e possa vencer as próximas legislativas.
“Se aumentarmos implantação autárquica, abrirmos o partido à sociedade e se fizermos uma oposição construtiva não tenho a mínima dúvida de que vamos voltar a merecer a confiança dos portugueses”, disse o presidente do PSD.
Se aumentarmos implantação autárquica, abrirmos o partido à sociedade e se fizermos uma oposição construtiva não tenho a mínima dúvida de que vamos voltar a merecer a confiança dos portugueses.
“É vital conseguir ganhar muitas mais câmaras e juntas de freguesia e muitos mais vereadores. Esta é uma prioridade”, elencou Rio, sublinhando o seu “gosto pelo poder local”. Depois defendeu que os “partidos políticos têm de oferecer mais do que oferecem e ser mais do que uma agência de distribuição de lugares“. Na origem das zangas dos militantes devem estar ideias e não lugares, acrescentou, aproveitando para deixar a nota que quem o apoio foi por “convicção” porque ele ter recebido ao em troca e que quem o apoiou há dois e agora já não apoia foi “por causa do seu lugar ou de um amigo”.
Em jeito de aviso à navegação, Rio disse que quer “pôr Portugal e o PSD ao centro, porque esse é o espaço da social democracia, que é incompatível com uma governação apoiada pela denominada geringonça.
(Notícia atualizada)
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