EUA/China: “Fase Um” do acordo foi assinada com promessa de “Fase Dois” em 2021
Acordo reduz tensões entre os dois países, removendo algumas sanções económicas dos EUA em troca de uma intensificação de compras de produtos agrícolas e energéticos norte-americanos pela China.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, assinaram esta quarta-feira um acordo parcial, prometendo para 2021 uma segunda fase do tratado, para colocar fim a uma longa guerra comercial.
O acordo reduz as tensões entre os governos norte-americanos e chinês, removendo algumas sanções económicas dos EUA em troca de uma intensificação de compras de produtos agrícolas e energéticos norte-americanos por parte da China.
“Este é um fantástico acordo para os Estados Unidos”, disse Trump, na cerimónia de assinatura da “Fase Um” do acordo comercial com a China, hoje realizada em Washington, embora tenha admitido que várias tarifas retaliatórias se manterão, até que haja um acordo para a “Fase Dois”.
Nos termos da “Fase Um” do acordo, a China compromete-se a comprar cerca de 200 mil milhões de euros em mercadorias dos EUA, especialmente no setor agrícola e no setor das energias, ficando também obrigada a respeitar procedimentos de transferência forçada de tecnologia e de propriedade intelectual.
“Tivemos quase o acordo completo. Mas esta “Fase Um” é muito melhor. E iniciaremos a “Fase Dois”, que deverá estar pronta no próximo ano, que será fantástica”, disse o Presidente dos EUA, referindo-se ao processo de novas rondas de negociação com o Governo chinês.
O vice-primeiro-ministro chinês leu uma carta enviada pelo Presidente Xi Jinping, dirigida a Donald Trump, em que reconhecia que este acordo “é bom para os dois países (…) e permite resolver graves divergências”.
“Para manter a evolução do crescimento da economia dos dois países, são precisos esforços de ambos os lados”, acrescentou o Presidente chinês, na carta lida por Liu He.
“Espero que os Estados Unidos tratem com justiça as empresas chinesas”, concluiu Xi Jinping, referindo-se a matérias que ainda estão em discussão no processo negocial, nomeadamente as sanções impostas pelo Governo norte-americano à empresa tecnológica chinesa Huawei.
Trump procurou um tom conciliador, durante a cerimónia na Casa Branca, dizendo que entende a posição de negociação dura por parte da China e mostrou-se recetivo a “tudo fazer para que as divergências que ainda existem sejam superadas”, sem culpar diretamente a parte chinesa pelas dificuldades nas rondas de conversas diplomáticas.
“Eu não culpo a China. Culpo as pessoas que aqui (na Casa Branca) estiveram no passado”, disse Trump, acusando anteriores governos de nunca terem tentado um acordo comercial com a China.
Em resposta, o vice-primeiro-ministro chinês reconheceu dificuldades de relacionamento comercial, mas acrescentou que não vê “razões para que os dois países não possam trabalhar em conjunto”.
Liu He disse concordar com o Presidente Xi Jinping quando este diz que “há mil razões para os dois países se entenderem e nem uma única para que não se entendam”, salientando a “missão histórica” de conciliar interesses.
Minutos antes, Trump tinha-se referido ao trajeto histórico de relações comerciais entre os dois países, referindo os prejuízos que os Estados Unidos tinham sofrido.
“Os Estados Unidos perderam milhões de milhões de dólares e as empresas perderam muitos trabalhadores com os negócios com a China”, explicou Trump, para salientar a necessidade de um acordo estável.
“Em junho de 2016, no estado da Pensilvânia, eu prometi que protegeria, com todos os meus poderes, a economia dos Estados Unidos”, disse Trump, referindo-se ao processo negocial que disse pretender estender para uma “Fase Dois”, já no próximo ano, prometendo também uma viagem a Pequim, para iniciar as negociações para essa nova etapa.
“Este é um interessante jogo de xadrez”, disse o Presidente, referindo-se às rondas de negociações com a China, reconhecendo a sua dificuldade, mas dizendo estar confiante no seu resultado final.
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