“Temos grandes dificuldades de execução de investimento público”, reconhece Siza Vieira
O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital admite que é necessário ultrapassar as dificuldades de execução para ter "ritmos sérios de investimento público".
O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital defende que, apesar de o país ter uma “situação financeira sólida”, tem também “grandes dificuldades de execução” de investimento público. Pedro Siza Vieira reitera que é preciso fazer crescer a produtividade da economia, e que tal depende do investimento.
O investimento privado em Portugal cresceu, “aquilo que falta acrescentar são ritmos sérios de investimento público”, nota ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, na audição no Parlamento no âmbito da apreciação, na especialidade, da proposta do Orçamento do Estado para 2020.
Siza Vieira reitera que o país tem “grandes dificuldades de execução de investimento público”, algo que é exemplificado com o concurso que a CP fez para a aquisição de volume significativo de material circulante, mas que foi impugnado por um concorrente. Isto “está a acontecer sistematicamente”, aponta Siza Vieira.
O ministro destaca que se o Governo conseguir ter capacidade de execução dos projetos para que temos dinheiro disponível irá ajudar a fazer crescer a produtividade da economia, que, por sua vez, é necessária para convergir com a Europa. Siza Vieira sinaliza que “precisamos de uma década de convergência com a Europa”, sendo que o objetivo do país agora deve ser “sustentar o ritmo de crescimento”.
O ministro da Economia e da Transição Digital adiantou também que os contratos de investimento estrangeiro captados pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) atingiram “um novo máximo” em 2019, sendo que o investimento empresarial privado aumentou 9,2%.
Baixar agora os impostos “seria fazer crescer a dívida e o défice”
Na audição, Siza Vieira defendeu também que, tendo em conta o contexto em que o país se encontra, “fazer baixar agora os impostos seria fazer crescer a dívida e o défice”. O ministro argumentou que “o impacto no imediato seria uma subida dos juros da dívida”.
Siza Vieira reiterou ainda que a forma como se encara a dívida pública não tem a ver com as regras Zona Euro. “Com níveis de dívida como temos, estivéssemos ou não na Zona Euro, era sensato reduzir a dívida. É boa gestão orçamental, boa gestão financeira”, defendeu.
Seguindo assim a linha defendida pelo Governo, o ministro acrescentou ainda que “o excedente orçamental não é um objetivo, é uma consequência” das políticas implementadas.
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