“Segurança das infraestruturas não está em causa”, diz ministro, em reação à auditoria do TdC
Depois de uma auditoria ter concluído que o estado de conservação de quase mil infraestruturas é "inferior a regular", Pedro Nuno Santos garante que "a segurança" "não está em causa".
Uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC) concluiu que o estado de conservação de 12% das infraestruturas nacionais é “inferior a regular”, o ministro Pedro Nuno Santos veio criticar essa avaliação, afirmando que a segurança de várias pontes, túneis, estradas e linhas de comboio “não está em causa”. Voltando a sublinhar que o estado das mesmas é consequência de “décadas de desinvestimento”, refere que esse é um problema que “não se resolve em dois ou três anos”.
“Fala-se de um risco material de inoperacionalidade das infraestruturas, principalmente das obras de arte [pontes, viadutos ou túneis]. Mas a IP é uma empresa muito respeitada e conceituada ao nível da segurança, que é a sua primeira prioridade. No quadro dessa preocupação com todas as infraestruturas, as obras de arte têm ainda uma centralidade e uma atenção especial, dentro daquilo que já é muito rigoroso a todos os níveis”, começou por dizer o ministro das Infraestruturas, em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros.
“A segurança das infraestruturas não está, portanto, em causa”, garantiu, acrescentando que “o estado de conservação de algumas dessas infraestruturas é a classificação feita pela própria IP”.
E é importante que tenhamos isto presente, porque o estado de conservação de algumas dessas infraestruturas — e para que não nos enganemos, não foi o TdC que as aferiu –, isso é a classificação feita pela própria IP. E consoante o estado e o risco, a IP faz uma monitorização das obras de arte muito próxima e regular, são tomadas um conjunto de medidas para garantir a segurança.
Pedro Nuno Santos voltou a enfatizar o que já por muitas vezes tem vindo a dizer, que durante décadas “o país desinvestiu” nas infraestruturas, “principalmente na ferrovia”. “E esse desinvestimento, que leva décadas acumuladas, não se resolve em dois ou três anos”, afirmou.
Portugal é um país “com dificuldades e com limites do ponto de vista orçamental” e, nesse sentido, o Governo tem de fazer uma “gestão mais cuidada daquela que é a capacidade orçamental”, notou, adiantando a vontade do Executivo em investir nas infraestruturas. “Mas os problemas nos nossos territórios são muitos, as necessidades são muitas e o Orçamento não é infinito”, disse.
O ministro aproveitou ainda para deixar uma crítica a alguns partidos, “nomeadamente PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega” –, que fazem um “discurso sobre a carga fiscal que tem como objetivo — ou consequência — enganar o povo português”, “criando a ilusão” de que é possível o país “pagar a elevada dívida” que tem e ainda ter bons hospitais, estradas e linhas ferroviárias “com qualidade” e ainda “baixar os impostos e reduzir a carga fiscal”.
“É irresponsável estarmos sistematicamente a exigir redução dos impostos sobre as empresas, sobre aqueles que mais podem pagar, e ao mesmo tempo estar à espera que as obras que todos queremos apareçam feitas no dia seguinte“, rematou.
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