“Não permitiremos a atribuição de prémios na TAP” em ano de prejuízos, diz Pedro Nuno Santos
Antecipando mais um ano de "prejuízo elevado", e com a perspetiva de repetição dos prémios a alguns trabalhadores, o ministro das Infraestruturas deixou o aviso que o Estado não vai permitir os bónus.
A TAP prepara-se para voltar a apresentar prejuízos avultados. Vai ter resultados negativos acima dos 100 milhões de euros, como noticiou recentemente o ECO, sendo que mesmo assim Neeleman quer paga prémios aos trabalhadores, como fez no ano passado. Pedro Nuno Santos diz que o Estado não vai permitir que isso aconteça, tendo já comunicado a sua posição à companhia. O ministro das Infraestruturas diz que dar bónus com contas no “vermelho” seria “inaceitável”.
A TAP “dá prejuízo. Deu prejuízo de 100 milhões em 2018 e, pelos vistos, vai repetir. Esta é uma matéria que nos preocupa”, começou por dizer Pedro Nuno Santos, na audição no Parlamento, embora lembre que “pode contar-se pelos dedos da mão os anos em que não deu”. Preocupa, mas “os especialistas dizem que o turnaround demora um x número de anos. Só daqui a alguns anos teremos a empresa a dar dinheiro”, notou.
Vai perder mais de 100 milhões de euros, mas quer dar prémios. David Neeleman, principal acionista da TAP, disse em entrevista ao Observador que a empresa vai continuar a pagar os prémios de desempenho, considerando que são “a forma mais eficiente” para gerir os quadros. O ministro avisa que já “foi dito à TAP que não permitiremos a atribuição de prémios”.
"Atribuição de prémios num ano de prejuízos, é uma falta de respeito para com a esmagadora maioria dos trabalhadores da TAP e ao povo português.”
“É uma decisão [a de pagamento de prémios] da gestão onde nós não estamos representados”, lembrou Pedro Nuno Santos. Contudo, “podemos transmitir no conselho de administração aquele que é o nosso entendimento, na comissão de recursos humanos e, já agora, em público”. E isso já está feito.
“A atribuição de prémios num ano de prejuízos, é uma falta de respeito para com a esmagadora maioria dos trabalhadores da TAP e ao povo português”, atirou o ministro. “É inaceitável. É uma falta de respeito que uma empresa que dá mais de 100 milhões de prejuízos ache que pode dar prémios a uma minoria de trabalhadores”.
Pedro Nuno Santos também respondeu a quem utiliza o argumento de que no “passado [a TAP] dava prejuízos e pagava prémios”. “Não estou cá para governar no passado. E no passado os prémios eram para a generalidades dos trabalhadores“, nota.
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