Coronavírus acaba com apertos de mão, high fives ou beijos. Há outras formas de cumprimentar
Os receios de contágio do coronavírus estão a colocar um ponto final nos beijos e apertos de mão. Das missas, aos líderes mundiais, passando pela NBA, conheça os novos métodos de saudações.
Os receios quanto ao contágio do novo coronavírus — reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como Covid-19 –, têm-se alastrado um pouco por todo o mundo. E estão a levar as autoridades de saúde a emitir recomendações quanto ao contacto entre humanos.
Desde recomendações para evitar beijinhos nas missas, a high fives, passando por cumprimentos de pés ou cotovelos, conheça “regras” para evitar novas infeções.
Evitar beijinhos nas missas e comunhão só na mão
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou a mudanças nas celebrações de missas católicas, por forma a “evitar situações de risco” e na sequência dos primeiros casos confirmados detetados no país. Entre as várias recomendações está “a comunhão na mão, a comunhão por intenção dos sacerdotes concelebrantes [molhar a hóstia no vinho], a omissão do gesto da paz e o não uso da água nas pias de água benta”, defendem os bispos.
Costa recomenda “cumprimentos menos efusivos”. Marcelo apela a “bom senso”
Seguindo as recomendações da Direção Geral da Saúde, o primeiro-ministro português aponta que lavar as mãos “é o meio mais eficaz para prevenir o contágio”, considerando que “todos devemos ser menos efusivos nos cumprimentos uns aos outros nos próximos tempos”, apelando a um “comportamento responsável”. Já esta terça-feira, em declarações transmitidas pela RTP3, o Presidente da República não vê “razão para alterar o essencial do comportamento”, acrescentando que “o bom senso passa pelo equilíbrio”.
Irão insta a cumprimentos com os pés
Por forma a evitar a tradicional forma de cumprimentos e uma vez que no Irão é considerado inapropriado apertar as mãos entre pessoas de sexos opostos, o país está a promover o slogan: “Não aperto a tua mão porque gosto de ti”. Num vídeo publicado nas redes sociais é visível três homens — dois dos quais com máscaras e mãos nos bolsos –, a cumprimentarem-se batendo os pés um no outro – o chamado footshake. Recorde-se que no Irão já morreram 66 pessoas vítimas deste surto.
É fã de NBA? Os jogadores já não vão dar autógrafos e high five
A Liga norte-americana de Basquetebol profissional (NBA) emitiu dez recomendações aos seus jogadores, entre as quais que evitem dar high five aos adeptos e a estranhos, bem como autógrafos, devido ao surto de Covid-19. Para elaborar esta lista, a organização contactou uma série de especialistas em doenças infecciosas, incluindo o Centro para Controlo de Doenças e investigadores da Universidade Columbia, em Nova Iorque.
“Dê flores, não beijos”, apela a Roménia
O festival Martisor na Roménia dá as boas-vindas à primavera no país. No âmbito deste festival e com os receios de contágio do novo coronavírus foi posto a circular o slogan: “Dê flores, não beije”, numa alusão também ao Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março. Ao invés, o secretário de Estado da Saúde aconselhou os homens a não beijarem as mulheres a quem irão oferecer flores e um amuleto da sorte – o martisor – como é tradição no início da primavera.
Nova Zelândia evita “beijinho à esquimó”
Em algumas instituições de ensino na Nova Zelândia os novos alunos são habitualmente recebidos pelos funcionários com o chamado “beijinho à esquimó”. Agora, com as recomendações para evitar o contacto próximo, os estabelecimentos de ensino dizem que vão abolir esse contacto e recebê-los com uma música Maori (povo nativo da Nova Zelândia), segundo o Egypt Independent.
Brasil evitar partilha do “chimarrão”
O Ministério da Saúde do Brasil recomendou que os brasileiros não partilhassem os canudos de metal usados para beber o tradicional chimarrão, uma bebida muito popular na América do Sul que teve origem nas culturas indígenas.
Líderes mundiais: do cumprimento do cotovelo ao simples aceno
Os grandes líderes mundiais querem dar o exemplo nesta nova etiqueta de cumprimento social. Se esta segunda-feira, o ministro alemão do Interior, Host Seehofer recusou apertar a mão da chanceler alemã Angela Merkel, de forma a “dar o exemplo”, cumprimentando com um aceno de mão, o médico que liderou a equipa da Organização Mundial de Saúde enviada à China não quis mais longe. Bruce Aylwar cumprimentou com o cotovelo uma jornalista que a quis saudar, revela o The Guardian.
China aposta no Gong Shou
No país onde o surto do novo coronavírus começou, as autoridades de saúde aconselharam desde o início as pessoas a não trocarem apertos de mão. Em vez disso, recomendam à população para que façam o gesto de Gong Shou – em que devem unir as suas próprias mãos em saudação –, ou a “trocar um toque de cotovelo”, como acontece na cidade chinesa de Wenzhou, na província de Zhejiang.
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