Bolsa de Lisboa perde 5 mil milhões de euros em dia negro. Galp afunda 17% com crash no petróleo
Num dia marcado por fortes quedas no preço do petróleo, as consequências fizeram sentir-se em todos os mercados acionistas, e a bolsa de Lisboa não foi exceção.
Num dia marcado por fortes quedas dos preços do petróleo, as bolsas europeias não aguentaram a pressão e registaram perdas bastante acentuadas. A bolsa de Lisboa não foi exceção e encerrou a primeira sessão da semana a cair quase 9%, com o valor das empresas a encolher em cinco mil milhões de euros. Entre as 18 cotadas nacionais, que fecharam todas no vermelho, o destaque foram os títulos da Galp Energia que afundaram quase 17%.
Depois do falhanço das negociações da OPEP no final da semana passada, a Arábia Saudita veio sinalizar um corte agressivo nos preços de venda da matéria-prima, isto ao mesmo tempo que anunciou um aumento de produção com o objetivo de inundar o mercado com crude, levando a uma forte queda no preço do barril de petróleo. O Brent está a perder 20,19% para 36,13 dólares, enquanto o WTI recua 19,28% para 33,32 dólares.
Esta queda das cotações do ouro negro, a maior desde a Guerra do Golfo em 1991, está a pesar nos mercados, que, mesmo antes disto, já estavam a ser pressionados pelos receios à volta do coronavírus — que regista já mais de 100 mil infetados em todo o mundo. As consequências começaram a fazer-se sentir logo este domingo, levando a uma razia nos mercados acionistas na primeira sessão desta semana.
O PSI-20 desvalorizou 8,66% para 4.266,88 pontos, batendo mínimos de junho de 2016, e registando a maior queda diária em mais de uma década. Numa só sessão, e depois das quedas acentuadas nas últimas semanas, as cotadas da praça nacional viram desaparecer cinco mil milhões de euros em valor de mercado.
PSI-20 regista maior queda em mais de uma década
Nesta sessão da bolsa nacional, o destaque foi para as ações da Galp Energia, que desvalorizaram 16,52% para 9,584 euros. Só esta segunda-feira, a petrolífera perdeu quase 1,5 mil milhões de euros. Apesar deste desempenho, a Galp desdramatiza a queda do preço do petróleo, mas, ao ECO, disse que este é um “ciclo desafiante”.
Ainda nos “pesos pesados” do PSI-20, destaque para o BCP que afundou 15,18% para 0,1201 euros, enquanto a EDP recuou 7,23% para 4,056 euros, e a EDP Renováveis perdeu 7,23% para 11,8 euros. No retalho, a Jerónimo Martins desvalorizou 5,46% para 15,16 euros.
Europa entra em bear market
Num dia marcado por quedas acentuadas da Ásia aos EUA, na Europa registaram-se perdas expressivas. O índice espanhol Ibex-35 recuou 7,5%, enquanto o francês CAC-40 perdeu 8,4%. O italiano FTSE caiu 9,9% e o alemão DAX desvalorizou 7,3%. O Stoxx 600 perdeu mais de 7%, uma queda que levou o índice de referência da Europa a entrar em bear market.
Em termos de cotadas, praticamente todas perderam valor, especialmente as ligadas ao setor petrolífero. A britânica BP perdeu 19%, a Shell caiu 17,5%, enquanto a Tullow Oil e a Premier Oil afundaram 32% e 54%, respetivamente, levando o índice que agrega as empresas petrolíferas na Europa a registar uma queda de dois dígitos.
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