EDP Brasil corta dividendos por causa do Covid-19. EDP vai ganhar menos
Alteração vai ser votada pelos acionistas a 31 de março, mas deverá será aprovada dado que o maior acionista é a EDP. Casa-mãe deverá receber 32,5 milhões de euros, contra 43,7 milhões no ano passado.
A EDP Brasil cortou para quase metade os dividendos que vai entregar aos acionistas devido ao coronavírus. A elétrica, que é detida pela portuguesa EDP, resolveu diminuir a remuneração acionista como medida de prevenção da capacidade financeira, devido à incerteza causada pela pandemia de Covid-19.
A administração da EDP Brasil comunicou ao supervisor do mercado brasileira uma nova proposta para deliberação em assembleia geral de acionistas. Propõe agora distribuir dividendos de 353,5 milhões de reais (equivalente a cerca de 63,6 milhões de euros) referentes a 2019, abaixo dos 604,8 milhões de reais (109 milhões de euros) propostos anteriormente.
“Tendo em vista o atual cenário de pandemia do Covid-19, e as incertezas quanto aos seus impactos para os negócios da EDP”, foi deliberada a alteração “visando a preservação da posição de caixa e manutenção da saúde financeira da companhia”.
O montante representa um payout de 27,8% dos lucros, face à anterior proposta de distribuição de 47,59% do resultado líquido. “A administração da companhia esclarece que a alteração acima indicada não prejudicará o direito de recebimento dos dividendos mínimos obrigatórios previsto no seu estatuto social, de 25% do lucro líquido ajustado de cada exercício social”, sublinha.
A proposta será votada pelos acionistas na assembleia geral extraordinária que terá lugar a 31 de março, mas é quase certo que será aprovada dado que o maior acionista é a EDP (com 51% do capital).
Face à revisão em baixa, a casa-mãe deverá receber 180,3 milhões de reais (32,5 milhões de euros), após ter recebido 242,8 milhões de reais (43,7 milhões de euros) no ano passado. Contactada, não foi possível obter reação da EDP.
A decisão foi tomada no mesmo dia em que a assembleia geral de acionista da EDP Renováveis (também detida pela EDP) aprovou a distribuição de resultados no valor de 69,8 milhões de euros. O valor corresponde a um dividendo de oito cêntimos por ação e significa que não houve alterações face à proposta.
A própria EDP pode ainda rever a política de remuneração acionista, mas a administração elétrica tem mais tempo para mudar a proposta já que a assembleia geral está marcada apenas para 16 de abril. Para já, a empresa liderada por António Mexia prevê manter o valor do dividendo em 19 cêntimos por ação.
Dividendo vai descer face ao ano passado
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