Presidente da República anuncia terceiro e espera que último estado de emergência. Dá três razões
O Presidente da República espera que esta segunda renovação do estado de emergência seja a última. Diz que é tempo do Governo começar a preparar a "reabertura" da economia e do país.
O Presidente da República espera que esta seja a última renovação do estado de emergência face à pandemia de coronavírus. Numa declaração ao país, Marcelo Rebelo de Sousa deu três “razões essenciais” para justificar esta decisão: a consolidação de contenção nos lares; a necessidade de estabilizar o número diário de internamentos e a necessidade de preparar de forma gradual a “reabertura” da economia e do país.
“Espero que este seja o último estado de emergência“, começou por dizer o chefe de Estado, referindo que abril é o “mês decisivo para ganhar a segunda fase”. “E estamos a ganhar essa segunda fase”, salientou. Marcelo Rebelo de Sousa indicou, depois, as três “razões essenciais” para se ter decidido por esta renovação, que foi aprovada, esta quinta-feira, pelos deputados.
Em primeiro lugar, a necessidade de “consolidar” a luta contra o surto de Covid-19 nos lares. “A nossa tarefa nos lares não desperdiçou um minuto, mas precisa de mais tempo”, disse o Presidente da República, defendendo que essa tarefa tem de ser concretizada em clima de contenção.
Em segundo, a necessidade de continuar a estabilizar o número diário de internamentos — especialmente aqueles que inspiram mais cuidados –, de modo a assegurar que o sistema nacional de saúde permaneça em condições de responder à evolução desta pandemia.
E em terceiro lugar, a necessidade de dar tempo ao Executivo de António Costa para pensar e preparar a “reabertura” gradual da economia e do país, depois de abril. Neste ponto, Marcelo Rebelo de Sousa frisou ainda que é essencial “criar confiança e segurança nos portugueses para eles possam sair de casa”, sem correr o risco de dar passos “precipitados ou contraproducentes”.
O chefe de Estado acrescentou, ainda, duas dúvidas: “Será que maio poderá corresponder às expectativas suscitadas?” e “Será possível suportar por algum tempo mais tamanhas privações neste caminho a que tantos estrangeiros chamam o milagre português?“.
Sobre o primeiro ponto, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que “tudo dependerá” da evolução registada até ao final de abril e “do bom senso” como se gerir a abertura. “Maio tem de ser o mês dessa ponte entre o dever e a esperança“, acrescentou, avisando que os portugueses têm de evitar, por precipitações em abril, deitarem a perder maio. “Nós não queremos morrer na praia”, alertou.
Já sobre o facto de alguns estrangeiros consideraram a evolução da pandemia em Portugal “um milagre”, o Presidente da República atirou: “Sabemos que não é um milagre, é fruto de muito sacrifício”. “Se isto é um milagre, então nós somos um milagre vivo há quase nove século. Se isto é um milagre, o milagre chama-se Portugal”, rematou.
A Assembleia da República aprovou o prolongamento do estado de emergência no país por mais 15 dias, até 2 de maio. Esta segunda renovação do estado de emergência contou com os votos a favor do PS, PSD, Bloco de Esquerda, CDS e PAN, com os votos contra do PCP, da Iniciativa Liberal e da deputada não inscrita Joacine Moreira e a abstenção do PEV e do Chega.
(Notícia atualizada às 20h40)
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