Sem investimento de Buffett, aviação afunda em Wall Street

Warren Buffett disse durante o fim de semana que vendeu as participações que detinha em cotadas da aviação e o setor está a registar fortes perdas nesta segunda-feira.

Wall Street entrou na nova semana em queda, com a tensão entre os EUA e a China e o setor da aviação a pesarem nos índices norte-americanos.

O S&P 500 desvaloriza 1,04% para os 2.801,29 pontos, o Nasdaq cede 0,71% para os 8.543,63 pontos e o Dow Jones perde 1,17% para os 23.445,55 pontos esta segunda-feira. Na passada sexta-feira, os índices tinham registado quedas superiores a 2%.

A Casa Branca continua a apontar o dedo à China pela responsabilidade que tem relacionada com o novo coronavírus. O secretário de Estado, Mike Pompeo, disse durante o fim de semana que havia “uma quantidade significativa de evidência” de que o vírus teve origem num laboratório chinês. No entanto, não contestou a tese oficial dos EUA de que o vírus não foi feito por humanos. Em resposta, um editorial no jornal chinês Global Times dizia que Pompeo estava a fazer “bluff”.

O arranque de maio já tinha sido negativo para Wall Street, na passada sexta-feira, na sequência do presidente norte-americano ter reavivado a guerra comercial entre os EUA e a China. Donald Trump ameaçou impor novas tarifas sobre os bens chineses em resposta à pandemia. “Se se pensar como os mercados ficaram nervosos em relação à guerra comercial EUA/China, caso este tema continue não podemos excluir que desta vez seja bem pior”, antecipa Jim Reid, estratega do Deutsche Bank, em declarações à Reuters.

No entanto, o impacto mais forte nas cotadas norte-americanas verifica-se no setor da aviação e deve-se a um evento de sábado da Berkshire Hathaway, a empresa detida pelo “guru” dos mercados Warren Buffett.

Nesse evento, Buffett anunciou que a gestora de ativos desfez-se das posições que tinha nas transportadoras aéreas. Essa decisão de um dos mais reputados investidores nos EUA está a ter repercussões na sessão desta segunda-feira: cotadas como a Delta, a American Airlines, a Southwest Airlines e a United estão a cair entre 8 a 11%, aprofundando as perdas já registadas por causa da pandemia. A Boeing, fabricante de aviões, também está a ceder 5%.

A própria Berkshire Hathaway, que também está cotada em Wall Street, cede mais de 1% neste início de sessão após ter anunciado o maior prejuízo trimestral de sempre (quase 50 mil milhões de dólares) no primeiro trimestre deste ano em que as bolsas afundaram em março por causa da crise pandémica.

De acordo com a Reuters, metade das cotadas do S&P 500 já divulgaram resultados do primeiro trimestre. Os analistas esperam que a queda dos lucros seja de 12,7%, em termos homólogos, e de 37,8% no segundo trimestre.

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