Merlin Properties lucra menos no trimestre. Pandemia atrasa projetos
O lucro operacional da Merlin Properties no trimestre recuou 5,6%, para 74,7 milhões de euros, enquanto a receita da empresa caiu 1%, um efeito provocado pela pandemia do coronavírus.
A Merlin Properties registou um lucro operacional de 74,7 milhões de euros no final do primeiro trimestre deste ano e receitas de 130,4 milhões de euros, refere um comunicado divulgado esta quarta-feira. De acordo com o Cinco Días, a empresa sinalizou também que alguns grandes projetos de reforma de edifícios, incluindo o Monumental no Saldanha, em Lisboa, deverão sofrer “ligeiros atrasos” devido à paralisação provocada pela pandemia.
A informação divulgada pela sociedade gestora de imobiliário espanhola indica uma quebra de 5,6% no lucro operacional e de 1% nas receitas face ao trimestre homólogo de 2019, mas acentua que a mudança de perímetro após a venda das carteiras Juno e Mercury, faz com os trimestres não sejam comparáveis. “Em termos comparáveis, o crescimento do LfL (like-for-like, ou seja, operando nas mesmas condições no período em análise) foi positivo, com média de 3,5%”, refere o comunicado da imobiliária que, em janeiro, passou a estar cotada na bolsa de Lisboa.
O lucro operacional de 74,7 milhões de euros corresponde a 16 cêntimos por ação, o que está “em linha com a indicação ao mercado para 2020, apesar da mudança de perímetro e de se ter decidido incluir uma provisão em rendas, motivada” pelo Covid-19.
O lucro líquido contabilístico da Merlin Properties caiu para 38,6 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, mas a imobiliária espanhola acentua que este resultado “não é comparável com o exercício anterior devido aos ativos vendidos” e que, “excluindo extraordinários, o lucro líquido” ascende a 62,3 milhões de euros, superando o registado no trimestre homólogo de 2019.
O valor líquido dos ativos da Merlin Properties situa-se em 7.384 milhões de euros (15,72 euros por ação), sendo que este valor não incorpora uma nova avaliação dos ativos, uma vez que esta é feita em junho e dezembro de cada ano.
Referindo que os resultados do primeiro trimestre tiveram “impacto limitado” do Covid-19, a imobiliária espanhola assinala, no negócio de escritórios, o “desempenho extraordinário” com um aumento de rendas like-for-like de 4,5%, o que reflete o aumento da ocupação e das rendas resultantes das renovações realizadas nos últimos 12 meses.
A carteira de centros comerciais teve também um “trimestre sólido” em crescimento de rendas e subidas de rendas nas renovações e também ao nível da ocupação, que se situa nos 94,2%. “Antes do início” do Covid-19, “a tendência nas vendas dos nossos inquilinos e no tráfego para os centros continuava a aumentar, com aumentos de 5,1% e 2,4%, respetivamente”, refere o comunicado.
A pandemia de Covid-19 levou a Merlin Properties a adotar várias medidas de redução de gastos, com a equipa de gestão a renunciar à remuneração variável e em ações correspondente a 2020 e o Conselho de Administração a cortar a sua remuneração em 25%. O comunicado indica que a Merlin irá propor à assembleia-geral a aprovação de um dividendo complementar relativo a 2019 de 32 cêntimos por ação, dos quais 15 cêntimos serão pagos em julho e 17 cêntimos para serem distribuídos por decisão do Conselho de Administração “de acordo com a evolução da crise”.
A Merlin é a maior empresa imobiliária cotada em Espanha. Em Portugal detém uma carteira de ativos de cerca de mil milhões de euros, que inclui vários edifícios de escritórios, a plataforma logística de Lisboa Norte e dois espaços comerciais, o Almada Fórum e o Monumental. Em janeiro estreou-se na praça lisboeta por dual listing, uma operação em que as mesmas ações que negoceiam em Espanha passam também a negociar na Euronext Lisbon.
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