De dívida de 58 milhões, Orey prevê pagar 6,5 até 2032. Vê lucros ao fundo do túnel
Plano de recuperação da sociedade comercial foi divulgado esta sexta-feira. Após 12 anos a reembolsar parte das dívidas aos credores, empresa liderada por Duarte D'Orey já vê lucros ao fundo do túnel.
Em Processo Especial de Revitalização (PER), a Orey Antunes vai passar os próximos 12 anos a reembolsar os credores. De uma dívida que ascende a 58,2 milhões de euros, o plano é que sejam pagos apenas 6,5 milhões. O perdão da restante dívida (quase 90% do total) irá, segundo a empresa, permitir recuperar a solidez financeira e voltar aos lucros.
“É convicção do Conselho de Administração da SCOA que, uma vez implementadas as medidas descritas neste Plano de Recuperação, tem condições para assegurar a viabilidade da sociedade e, bem assim, oferecer aos seus credores a solução que melhor tutela os seus interesses”, diz a Sociedade Comercial Orey Antunes no documento conhecido seis meses depois do pedido inicial junto do Tribunal Judicial de Comarca de Lisboa.
O plano de pagamentos faseados prevê que o Estado receba 2,21 milhões de euros até 2032. Sobre a banca, que reclamou 30% do total de 58,2 milhões, é apenas especificado que a Caixa Geral de Depósitos irá receber 467 mil euros (de um total de 4,7 milhões em dívida). Os credores privilegiados 63 mil euros e credores comuns outros 3,747 milhões. No total, o plano de reembolsos aos credores a 12 anos prevê o pagamento de 6,488 milhões de euros.
“A estratégia de viabilização da SCOA, ora delineada pelo seu Conselho de Administração e explanada neste Plano de Recuperação, assenta, essencialmente, por um lado, na otimização da estrutura de custos — tendo, para esse efeito, entre o mais, Duarte Maia de Albuquerque D’Orey, CEO da SCOA, abdicado da sua remuneração, enquanto administrador –, e por outro, na expectativa de distribuição de dividendos, nos próximos anos, pelas empresas operacionais do grupo”, explica a administração.
Além da suspensão do salário de Duarte D’Orey e da expectativa que as empresas detidas pela holding entreguem dividendos, a sociedade avisa os acionistas que não vai distribuir ela própria dividendos enquanto não estiverem cumpridos os pagamentos previstos no plano. “Espera-se que esta estratégia permita a libertação de meios suficientes para a SCOA liquidar os seus créditos nos termos da reestruturação”, refere.
Após ter dado início a um processo de reorganização do negócio, que inclui o desinvestimento no setor financeiro (ao qual a empresa atribuiu grande parte da culpa pela situação financeira), os principais ativos da sociedade são participações que detém (indiretamente, através de um fundo de investimento sediado no Luxemburgo) sobre as unidades operacionais do grupo.
Estas desenvolvem atividades de Transporte e Logística em Portugal, Espanha (através da Horizo View) e ainda em Angola e Moçambique (através da Lynx). No final do período do PER, a estimativa é que o grupo tenha lucros de 4,4 milhões de euros.
“A SCOA tem vindo, ao longo dos últimos três anos, a fazer um processo acelerado de desalavancagem e de aumento de rentabilidade, através de uma simplificação da gestão e redução de custos, procurando focar a sua atividade apenas no negócio operacional de transportes e logística. Neste âmbito, procedeu-se ao processo de venda de todos os ativos não operacionais, nomeadamente da área financeira, imóveis e investimentos no Brasil”, acrescenta.
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